RESUMO
O artigo compara a literatura antiescravista brasileira e cubana entre 1830 e 1870, destacando o uso de protagonistas mulatos quase brancos para denunciar a escravidão e as hierarquias raciais das sociedades escravocratas. A análise parte do debate teórico sobre Nação (Smith, Brennan e Sommer) e abrange a literatura romântica e realista, demonstrando diferenças temporais e contextuais: entre 1838 e 1841, nas novelas cubanas, a rígida hierarquia social impedia a ascensão dos mulatos; no Brasil, entre 1857 e 1875, a literatura propunha a inclusão desses personagens na aristocracia local. Assim, a literatura antiescravista brasileira abordou a construção da identidade nacional e a aceitação parcial da mestiçagem no Brasil, temas desenvolvidos, bem mais tarde, por Gilberto Freyre e Oracy Nogueira.
Palavras-chave:
literatura; escravidão; mulatos; Cuba; Brasil