RESUMO
Este artigo sustenta que os avanços nos direitos das mulheres observados no sistema diplomático Inter Americano depois da Segunda Guerra não resultaram apenas dos interesses de mulheres ativistas, mas também das relações multilaterais na região, nas quais atores masculinos predominavam. Em apoio às negociações diplomáticas, o novo vocabulário de Direitos Humanos que emergiu com a reconfiguração das relações internacionais foi instrumental para o avanço das reformas institucionais relativas aos direitos das mulheres na América Latina, particularmente, ao direito ao voto. Contrariamente à historiografia existente sobre o assunto, este artigo explora o processo de construção deste novo vocabulário em vez de examiná-lo no seu formato final. Faz-se uso de fontes arquivísticas do Brasil a fim de oferecer um outro ponto de vista ao problema da construção da retórica dos direitos humanos e os seus usos nas relações interamericanas após a Guerra.
Palavras-chave:
direitos das mulheres; Direitos Humanos; relações interamericanas; anticomunismo; convenções de Bogotá