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Por uma história da esquerda brasileira

Resumos

O artigo discute o campo teórico e historiográfico no qual se pode inserir uma história da esquerda brasileira. Este campo pode ser teoricamente formulado a partir das contribuições de algumas correntes historiográficas contemporâneas. Entre elas: a Escola Marxista Inglesa, a "história vista de baixo", a História Oral, a história do tempo presente, e a história política renovada. No Brasil tem crescido o número de trabalhos voltados para a história da esquerda brasileira. A maior parte desta literatura enfoca a história do PCB e a luta armada. O período compreendido entre as décadas de 1970 e 80, caracterizado essencialmente pela resistência e pelo processo de redemocratização, ainda não foi suficientemente estudado.


This article discusses a collection of theoretical and historical questions about a history of left movements and parties in Brazil. These questions come from some international currents of History like: the English Marxist Historians' Group, the Oral History, the "history from below", etc. In Brazil many books about the Communist Party (PCB) and the "guerrilla" have been written but there are few works about the years of 1970 and 80´s - the period of the resistance and the redemocratization process.


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  • 1
    Esta tese foi publicada com o título A Utopia Fragmentada: as novas esquerdas no Brasil e no Mundo na década de 1970. Rio de Janeiro: FGV, 2000.
  • 2
    Himmelfarb, Gertrude. The "Group": British Marxist Historians. The New History and the Old. Harvard College, 1987.
  • 3
    Para aprofundamento deste assunto veja o artigo de minha autoria "A questão camponesa na teoria marxista clássica" InChevitarese, André (Org.). O campesinato na História. Rio de Janeiro: Relume-Dumará; FAPERJ, 2002.
  • 4
    Himmelfarb, Gertrude. Op. cit. p 77.
  • 5
    Idem.
  • 6
    Hill, C. O mundo de ponta cabeça. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
  • 7
    Thompson, E. P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Vol I, p. 10.
  • 8
    Gramsci, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 1982.
  • 9
    Sharp, Jim. A História vista de baixo. In Burke, Peter (Org.). A escrita da História. São Paulo: UNESP, 1992.
  • 10
    Idem. p. 40.
  • 11
    Ginzburg, Carlo. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
  • 12
    Bakhtin, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. São Paulo: HUCITEC, 1993.
  • 13
    Para esta discussão ver a obra de Gramsci já citada.
  • 14
    No Brasil, o Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getulio Vargas (CPDOC/FGV) foi pioneiro neste trabalho criando, na década de 1970, um setor de História Oral. A partir daí, outros centros deste tipo têm sido criados junto a universidades e instituições de pesquisa: arquivos de memória, acervos de entrevistas etc. Um tipo de documentação que se expressa na oralidade e que se registra pela fita de gravador (mais recentemente, também, pela fita de vídeo). Nossa linha de pesquisa vem organizando o acervo "Memórias de Esquerda".
  • 15
    Bourdieu, Pierre. L'illusion biographique. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, juin, 1986. Reproduzido no livro Usos e abusos da História Oral, já citado.
  • 16
    Thompson, Paul. A voz do passado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. Neste livro Thompson faz uma avaliação do uso das fontes orais pelo historiador.
  • 17
    Ferrarotti, Franco. Histoire et histoires de vie - la méthode biographique dans les sciences sociales. Paris: Librairie des Meridiens,1983.
  • 18
    Ferreira, Marieta e Amado, Janaína. Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV1996
  • 19
    Rémond, René. Por uma História Política. Rio de Janeiro: UFRJ/FGV, 1996. p. 18.
  • 20
    Por "paradigma rankeano" entende-se o paradigma tradicional da história desenvolvido e sintetizado por Leopold von Ranke: a história como uma visão "de cima": os grandes feitos de grandes homens; o estudo da vida de monarcas, estadistas, generais e sempre baseada em documentos escritos.
  • 21
    Rémond, René Op. cit. p. 23.
  • 22
    Idem. p. 29.
  • 23
    O site organizado por Ricardo Figueiredo de Castro (IFCS/UFRJ), Guia da História da esquerda brasileiraapresenta um panorama geral do que existe em termos de bibliografia, acervos, documentos e trabalhos recentemente publicados sobre o tema. O site pode ser acessado através da página do IFCS.
  • 24
    Reis, Daniel Aarão, Sá, Jair Ferreira de. Imagens da Revolução. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1985.
  • 25
    Reis, Daniel Aarão, Moraes, Pedro de. 1968: A paixão de uma utopia. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988.
  • 26
    Reis, Daniel Aarão. Ditadura militar, esquerdas e sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
  • 27
    Gorender, Jacob. Combate nas trevas, São Paulo: Ática, 1987.
  • 28
    Pandolfi, Dulce. Camaradas e companheiros. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.
  • 29
    Abreu, Alzira. Intelectuais e guerreiros. Rio de Janeiro: UFRJ, 1992.
  • 30
    Ferreira, Elizabeth Xavier. Mulheres, militância e memória. Rio de Janeiro: FGV, 1996.
  • 31
    Sader, Emir. O anjo torto. São Paulo: Brasiliense, 1995.
  • 32
    Lowy, Michel (Org.). O marxismo na América Latina. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1999.
  • 33
    Quartim, João. História do marxismo no Brasil. São Paulo: Unicamp, 1998.
  • 34
    Brandão, Gildo Marçal. A esquerda positiva. São Paulo: Hucitec, 1997.
  • 35
    De Bezerra veja o segundo volume de Memórias. São Paulo: Civilização Brasileira, 1979 e de de Otávio Brandão o livro Combates e batalhas. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978.
  • 36
    Tapajós, Renato. Em câmera lenta. São Paulo: Alfa-Ômega, 1977.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2002
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