RESUMO
Este artigo analisa as narrativas e os imaginários geográficos do Antropoceno em torno de dois marcos hidrelétricos na Patagônia argentina: a construção do complexo Chocón-Cerros Colorados (1968-1977) e as barragens Cóndor Cliff-La Barrancosa (desde 2013). A partir de perspectivas da Ecologia Política e dos Ecofeminismos Latino-Americanos, problematizamos os entrelaçamentos energéticos entre trabalho, natureza e desenvolvimento na Patagônia, com foco na hidroenergia. A análise, baseada em curtas-metragens estaduais, empresariais e sindicais e produções artístico/artivísticas, permite identificar as condições situadas que caracterizam o Antropoceno na Patagônia, marcado pela origem e persistência do imaginário “Patagônia-energia” e seu signo civilizatório-desenvolvimentista. Por fim, destacamos uma frente de resistência na região que se desenvolve desde a luta operária de Choconazo em 1969 até a resistência indígena e as atuais frentes ecofeministas contra o Terricídio.
Palavras-chave
Patagônia-energia; Antropoceno; entrelaçamentos energéticos; barragens hidrelétricas; Terricídio