Acessibilidade / Reportar erro

O Amazonas e o Prata na mitogeografia da América

Vários rios americanos intrigaram navegadores e cosmógrafos. Tal reação lança luz sobre um estrato cultural profundo ligado à simbologia dos grandes mananciais. Já na antiguidade clássica e nos primórdios do cristianismo, os rios estavam associados a um duplo significado: ora como obstáculo (limite natural de uma identidade coletiva) e ora como atalho (signo da possibilidade de romper fronteiras e permutar espaços). Preocupação constante nas estratégias européias de penetração e controle do território, o Amazonas e o Prata deram vida a um notável complexo mitológico. Suas margens serviram para ordenar uma série de referências fabulosas, tais como tribos de gigantes e pigmeus, o reino das amazonas, as montanhas resplandecentes do Parima, a província de Omagua, o El Dorado. O papel deste imaginário fluvial foi dar consistência ao desconhecido, ajudando a tornar o Novo Mundo uma realidade mais coerente e compreensível.


Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org