Open-access Conexões e redes da Fundação Rockefeller na América Latina: trajetórias e possibilidades

Rockefeller Foundation Connections and Networks in Latin America: Trajectories and Possibilities

Conexiones y redes de la Fundación Rockefeller en América Latina: trayectorias y posibilidades

RESUMO

O artigo analisa o campo de estudos históricos da Fundação Rockefeller na América Latina e introduz o dossiê “Conexões e redes da Fundação Rockefeller na América Latina”, publicado pela Topoi. Revista de História. A partir de estudo bibliográfico, discute-se a recente virada da historiografia para a utilização de abordagens internacionalizantes, a exemplo da História Global; reflete-se sobre a recepção desse movimento na História das Ciências e da Saúde e possíveis similaridades com a História da Saúde Global; discute-se as diferentes perspectivas historiográficas sobre a Fundação Rockefeller, seus desdobramentos na América Latina e perspectivas futuras para investigação, e apresentam-se os artigos que compõem o dossiê.

Palavras-chave:
Fundação Rockefeller; historiografia; História das Ciências e da Saúde; América Latina; circulação do conhecimento

ABSTRACT

This article analyzes the field of historical studies of the Rockefeller Foundation in Latin America and introduces the dossier “Connections and Networks of the Rockefeller Foundation in Latin America” published by the journal Topoi. Revista de História. Based on a bibliographical study, the article discusses the recent shift in historiography toward internationalizing approaches, such as Global History. It reflects on the reception of this movement in the History of Science and Health and possible similarities with the History of Global Health. It discusses the different historiographical perspectives on the Rockefeller Foundation, its developments in Latin America, and future research prospects. The articles comprising the dossier are also presented.

Keywords:
Rockefeller Foundation; Historiography; History of Science and Health; Latin America; Circulation of Knowledge

RESUMEN

Este artículo analiza el campo de los estudios históricos de la Fundación Rockefeller en América Latina y presenta el dossier “Conexiones y Redes de la Fundación Rockefeller en América Latina”, publicado por Topoi. Revista de História. A partir de un estudio bibliográfico, el artículo aborda la reciente transición de la historiografía hacia enfoques internacionalizadores, como la Historia Global. Reflexiona sobre la recepción de este movimiento en la Historia de la Ciencia y la Salud y sus posibles similitudes con la Historia de la Salud Global. Analiza las diferentes perspectivas historiográficas sobre la Fundación Rockefeller, su desarrollo en América Latina y las perspectivas de investigación futuras. También presenta los artículos que componen el dossier.

Palabras clave:
Fundación Rockefeller; historiografía; Historia de la Ciencia y la Salud; América Latina; circulación del conocimiento

Nas últimas décadas, a escrita da história se transformou significativamente. Amplamente influenciada pelas ferramentas metodológicas da Micro-história, surgida nos anos 1970 e propagada por pesquisadores como Carlo Ginzburg e Giovanni Levi, a disciplina se viu cada vez mais influenciada por um movimento que ganha impulso em diferentes universidades do mundo: a História Global - que, cabe dizer, não despreza as contribuições da escola italiana, mas propõe dinâmicas de análise diferenciadas. A História Global tem se constituído por meio de abordagens como as histórias conectadas, histórias comparadas, histórias transnacionais, entre tantas outras, e se configura como um empreendimento historiográfico em curso (Santos Júnior; Sochaczewski, 2017). A partir de fins dos anos 1980, o fim da Guerra Fria, a queda do muro de Berlim, as independências das colônias africanas que ocorriam desde os anos 1950 e, nas últimas duas décadas, a ampliação do acesso à conectividade pelos indivíduos fizeram com que os historiadores repensassem as formas de se relacionar com o passado e novas questões foram introduzidas.

De acordo com Pamela Crossley, na metade do século XX a estrutura de toda narrativa histórica estava dominada pela história arquetípica do desenvolvimento cultural e emancipação política de cada nação, muitas vezes acompanhada por sua capacidade de expandir e dominar outros povos. E, “para o século entre 1850 e 1950, toda história foi, até um grau ou outro, história nacional ou um compêndio de histórias nacionais relatadas geograficamente” (Crossley, 2015, p. 17). Em contraposição a esse histórico, as principais características da História Global são o rompimento com o nacionalismo metodológico e uma crítica ao conhecimento produzido em bases eurocêntricas/ocidentais, o que contribuiu para investigações sobre a formação de redes de conexões e o estabelecimento de contatos internacionais, além de visibilizar agentes históricos anteriormente não observados na historiografia.

A história das ciências e da saúde é um dos locais em que as abordagens internacionalizantes foram recebidas com entusiasmo (Cf. Cueto, 2020). Entre outros motivos, porque dentro do próprio campo o objeto de investigação - a saúde - havia sido alvo do processo de internacionalização ao longo do século XX: uma história da saúde internacional/global já se configurava. E questionamentos surgiram, como, por exemplo: como teria surgido a saúde internacional? E a saúde global? Haveria especificidades que as diferenciam? Ou poderiam os termos ser utilizados como sinônimos?

As respostas para essas dúvidas divergem a partir dos diferentes autores que se posicionam sobre a questão. De acordo com Marcos Cueto (2015), a saúde internacional teve suas primeiras ações nas tentativas de os governos articularem esforços para conter as pandemias no século XIX. A segunda pandemia de cólera de 1827 - já que a primeira afetou somente a Ásia - foi a que exigiu o maior número de ações coordenadas por diferentes nações. A partir de 1851, os governos europeus e, posteriormente, o dos Estados Unidos e de alguns países não industrializados, organizaram as primeiras conferências sanitárias internacionais com o objetivo de estabelecer normas de quarentena e medidas de isolamento de doentes para proteger passageiros e evitar prejuízos ao comércio marítimo. Ainda para o autor, o termo saúde global se vincula à ideia de globalização, que aparece com frequência em discursos econômicos e políticos ligados ao fim da Guerra Fria e ao desenvolvimento da globalização, marcado pela ampliação do fluxo de intercâmbios comerciais, de trocas financeiras entre diferentes nações, pela circulação de indivíduos e o surgimento de transformações tecnológicas informacionais. Theodore Brown, Marcos Cueto e Elizabeth Fee (2006) consideram que determinados termos, a exemplo de “internacional”, “intergovernamental” e “global” podem ser utilizados de forma complementar, visto que não são excludentes. Contudo, identificam uma nítida “transição” da saúde internacional para a saúde global.

Em seu livro, Steven Palmer (2015) utiliza os termos saúde internacional e saúde global como sinônimos. De acordo com sua tese, a saúde global teria surgido a partir de um programa-piloto desenvolvido pela Fundação Rockefeller (FR) na Guiana, em 1914, que se ampliou para Costa Rica, Guatemala, Nicarágua e Trinidad e Tobago, firmando as bases para uma saúde internacionalizada. O denominado “método intensivo” foi elaborado com a função de acabar com a ancilostomíase em um lugar previamente definido, através da supervisão intensificada, estabelecimento de índices populacionais, consultas oferecidas aos pacientes e aplicação de medicações reiteradamente até a cura. Essa seria uma estratégia que, a partir de fins dos anos 1980, influenciaria o modus-operandi da Atenção Primária à Saúde e a atuação dos Agentes Comunitários de Saúde no Brasil. Baseado no texto de Brown, Cueto e Fee, Palmer diferencia saúde internacional e saúde global, considerando que a primeira delas é marcada pela coordenação de ações de saúde pública, a partir de demandas do Estado-nação, enquanto a segunda aponta para as demandas de saúde de pessoas no mundo, o que extrapola a supervisão e necessidade estatal: “Em ambos os sentidos as iniciativas da Fundação Rockefeller aqui estudadas eram tão ‘globais’ quanto ‘internacionais’, não obstante o nome da agência em questão” (Palmer, 2015, p. 307), daí a justificativa para o uso intercambiante dos conceitos. Debate conceitual à parte, a centralidade da agência filantrópica que foi criada em 1913 não foi atribuída aleatoriamente pelo autor. O papel que ela desempenhou durante todo o século XX, com o financiamento de iniciativas em diferentes campos do conhecimento, tornou-a uma das mais importantes agências filantrópicas internacionais da história mundial.

A FR foi fundada pelo milionário John D. Rockefeller com dinheiro adquirido na extração, refino e transporte de petróleo da Standard Oil Company. O magnata se aproximou de seu assessor Frederick Gates e juntos firmaram um acordo envolvendo seu filho, John D. Rockefeller Jr., para dar vida à nova instituição com a unificação de outras instituições pertencentes à família (Farley, 2004). A FR tinha como missão promover o bem-estar e contribuir para o avanço da “civilização” entre os povos dos Estados Unidos e de nações estrangeiras. Entre os seus princípios, defendia-se que os benefícios oferecidos não contemplariam diretamente indivíduos, mas instituições governamentais. Sua atuação ocorreu por meio das Divisões especializadas em áreas como Saúde Internacional, Ciências Médicas, Ciências Naturais, Ciências Sociais e Humanidades. Entre elas, destacam-se a Divisão de Saúde Internacional (anteriormente denominada Comissão Internacional de Saúde e Conselho Internacional de Saúde) e o Conselho Médico da China. Com a concessão dos financiamentos, as instituições locais deveriam auxiliar no desenvolvimento dos projetos da agência internacional e se comprometerem a posteriormente assumirem a execução das ações e replicarem o modelo em outros espaços dos seus territórios. Esse modelo de atuação foi importante para a propagação de estilos de pensamento e de uma cultura científica norte-americana em escala global (Batista, 2025).

Marcos Cueto (2015) estabelece uma cronologia das produções historiográficas sobre a FR. Para ele, as primeiras reflexões sobre a história da agência internacional foram realizadas por funcionários que tinham como objetivo primordial celebrar o humanitarismo, a universalidade da sua filantropia e a capacidade de pioneirismo em atividades que se transformaram em rotina depois da Segunda Guerra Mundial, como a criação de agências de desenvolvimento e de saúde internacional. Um dos principais exemplos que podem ser citados, nesta perspectiva, é o livro clássico de Raymond Fosdick (1989), presidente da agência filantrópica entre 1936 e 1948, e principal parceiro de Rockefeller Jr., que se configura como uma autobiografia institucional publicada originalmente em 1952.

Nos anos 1970, as pesquisas sobre a Rockefeller adotaram uma perspectiva crítica, com ênfase nas suas motivações. Consideraram-na como uma ferramenta da política externa norte-americana, que durante o século XX construiu uma forma de imperialismo mais sutil que a europeia, marcada pelo controle político direto. A teoria da dependência influenciou pensamentos sobre a ampliação de um predomínio cultural norte-americano, sugerindo que as metrópoles eram responsáveis pelos empecilhos que bloqueavam o desenvolvimento das “periferias”. Também houve influência do marxismo, utilizado nas primeiras pesquisas que evidenciaram a relação entre ciência e imperialismo (Cueto, 2015). O estudo de E. Richard Brown (1979) representa essa perspectiva ao considerar que a medicina científica e a tecnologia não foram uma força determinante no desenvolvimento dos cuidados de saúde modernos, mas uma ferramenta desenvolvida por membros da comunidade médica para atender às necessidades do capitalismo coorporativo.

No fim dos anos 1980 e início dos anos 1990, surgiu uma nova dimensão interpretativa que utilizava os arquivos nacionais e não mais apenas os relatórios produzidos pela Fundação. Ela questionou o grande peso atribuído ao financiador da relação internacional, a desatenção relativa às dinâmicas médicas dos locais onde a Rockefeller atuava e explicitou a importância dos processos de recepção dos programas na agência internacional (Cueto, 2015). Esses estudos abrangeram uma série de possibilidades como a adoção, a adaptação, a negociação e a recusa de estabelecimento de contratos, buscando desarticular os pressupostos autoritários da agência doadora, como se observa em alguns capítulos da coletânea Missionaries of Science: the Rockefeller Foundation and Latin America (Cueto, 1994).

Por fim, uma nova perspectiva se iniciou com o trabalho de Steven Palmer, que apresenta novas dimensões de análise, já que a ênfase recai nos vínculos em nível local ou subnacional, nacional e internacional, ao analisar alianças inesperadas entre médicos norte-americanos e curandeiros locais que tinham uma tradição étnica que não podia ser ignorada em programas sociais, por exemplo (Cueto, 2015). Gênese da saúde global: a Fundação Rockefeller no Caribe e na América Latina (Palmer, 2015) e Medicina e Saúde Pública na América Latina: uma história (Cueto; Palmer, 2016) são marcos importantes, ambos publicados originalmente em inglês e traduzidos para o português.

Acrescendo a esse balanço historiográfico, é necessário destacar uma vertente que radicaliza a perspectiva de Palmer e se pauta na análise das ações da FR a partir do conceito de circulação, postulado pelo pesquisador indiano Kapil Raj (2007). Ele analisa como pressupostos presentes na revolução científica da Europa - que reivindica para si o status de criadora da ciência - estavam presentes anteriormente na Ásia e como os encontros interculturais foram fundamentais para a sua circulação. Dessa forma, a circulação não se dá somente pelo movimento, mas pelos encontros, tensões, resistências dos chamados indivíduos mediadores, nas “zonas de contato”. Nesse sentido, a História da Saúde Global ou mesmo uma História das Ciências contemporânea pautadas na ideia de circulação, notadamente a postulada pelo pensamento de Kapil Raj, apresenta semelhanças com a História Global apresentada no início deste texto, em um movimento que se contrapõe ao eurocentrismo, que reconhece o papel dos países colonizados como produtores de conhecimento original e não apenas meros reprodutores da ciência gestada e imposta pelas metrópoles. Exemplo disso pode ser observado em Batista e Ramos (2023), que analisam a circulação do conhecimento na criação da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, com destaque para as enfermeiras brasileiras que haviam sido financiadas pela FR e mediaram as relações estabelecidas entre Brasil e Estados Unidos para a saúde pública; ou mesmo Batista (2024), que demonstra como a modernização da Escola Paulista de Medicina ocorreu por meio de intercâmbios e, também, do financiamento da agência internacional, a partir de médicos locais que já possuíam experiência, formação qualificada e interagiam com outros pesquisadores de todo o mundo.

A América Latina foi um locus especial para o estabelecimento de redes entre a FR e agentes locais. Um dos grandes exemplos que envolveu os pesquisadores brasileiros está na decisão da instituição internacional em financiar a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - segunda instituição no mundo apoiada por ela - e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto. Maria Gabriela Silva Martins da Cunha Marinho (2003, 2001) demonstra que a parceria entre a chamada Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo e a agência filantrópica foi estabelecida pelo médico Arnaldo Vieira de Carvalho, em carta enviada em 24 de novembro de 1916, que pedia o auxílio filantrópico para tornar viável a inauguração de cadeiras de Patologia e Higiene. Richard Mills Pearce, que dirigia o Departamento de Educação Médica, respondeu à solicitação e informou que iria ao país latino-americano no início de 1917, o que tornaria possível a conversa que firmou o acordo interinstitucional (Marinho, 2003).

Em Norte-americanos no Brasil: uma história da Fundação Rockefeller na Universidade de São Paulo (1934-1952), a ênfase da investigação esteve na compreensão dos mecanismos de articulação entre a comunidade cientifica paulista e a FR com o intuito de compreender em que circunstâncias institucionais dois agentes brasileiros bem-posicionados hierarquicamente - nominalmente Ernesto Souza Campos e Zeferino Vaz - aderiram ao ideário da agência da qual se tornaram seus principais interlocutores (Marinho, 2001). Por fim, as redes construídas pela Rockefeller em São Paulo se perpetuaram para além dos anos 1950 no apoio a Zeferino Vaz para a criação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que esperavam se tornar a “Johns Hopkins da América Latina”, em referência à primeira instituição apoiada pela agência. Mesmo com as evidências de que Vaz desenvolvia ações suspeitas de comunismo, naquele momento rechaçado por políticas de estado norte-americanas e por diretrizes da FR, Robert Watson, homem de campo da agência, “fechou os olhos” para alcançar os objetivos institucionais. Nem todos os comunistas ou suspeitos de serem comunistas eram alvo de perseguição, é o que demonstra o artigo (Marinho et al., 2024).

A FR também criou escritórios regionais para gerenciar os projetos desenvolvidos, como se observa no caso estudado por Karina Inés Ramacciotti (2017). Em 1941, a Divisão Internacional de Saúde da instituição filantrópica instaurou uma dependência regional para o Rio da Prata e para a Região Andina que contou com a presença do malariologista Lewis Wendell Hackett, como parte de ações impulsionadas desde os Estados Unidos para desenvolver programas que permitissem estabelecer vínculos com a América Latina. Se no plano das ideias, a aspiração da FR sobre o que foi a formação de recursos humanos e a investigação científica estiveram à margem das disputas políticas nativas, na prática, sua intervenção implicou um realinhamento de forças científicas e políticas que, em cada país, teve um impacto diferente. Em perspectiva comparativa, a autora afirma que, enquanto na Argentina as atividades da agência foram paralisadas logo depois do golpe do Estado de 1943, no Chile, em um clima de maior estabilidade política, mantiveram-se e foram consideradas como o modelo a seguir na região (Ramacciotti, 2017).

Como afirmado, a política da FR para instituições na América Latina era, normalmente, acompanhada do financiamento de pesquisadores para formação internacional que, ao retornar ao local de origem, contribuiriam para multiplicar agentes nos moldes internacionais. Os estudos sobre médicos e enfermeiras têm se multiplicado na América Latina, inclusive com a colaboração entre pesquisadoras de diferentes países. Ana Paula Korndörfer e Karina Ramacciotti (2021), por exemplo, analisam a atuação da Divisão de Saúde Internacional na formação de enfermeiras brasileiras e argentinas, chegando à conclusão de que havia muitas disparidades entre os países. Enquanto no Brasil as enfermeiras receberam muitas bolsas no período entreguerras, vinculadas à Escola de Enfermagem Anna Nery, criada com o apoio da própria agência internacional, a experiência da Argentina, ocorrida nos anos 1940, durou apenas três anos e foi cancelada em virtude da ruptura da vida democrática no país.

A política de bolsas da FR também tem sido investigada pela reconstituição de trajetórias de profissionais financiados, em estudos que dão ênfase aos conflitos, às contradições e às di-- nâmicas locais, atentos aos desejos e aspirações de vida dos bolsistas, o que nem sempre estava de acordo com as expectativas da agência (Batista, 2023; Ferreira, Batista, 2024). Em Como se tornar um bolsista da Fundação Rockefeller: trajetórias de médicos do Instituto Oswaldo Cruz em formação na Universidade Johns Hopkins (1919-1924), Ricardo dos Santos Batista e Luiz Otávio Ferreira (2021) se debruçam sobre os conflitos que envolveram os médicos formados no Instituto Oswaldo Cruz enviados ao exterior e questionam as interpretações “difusionistas” para as quais o modelo de saúde “norte americano” foi transplantado para outros países, a exemplo de Bullock (1980). Os autores chegam à conclusão de que, ao contrário do que uma visão linear que conceberia as viagens a partir de critérios estabelecidos rigidamente, no período de implantação do programa de bolsas, as normas para a escolha dos bolsistas ainda estavam se constituindo e variaram conforme aspectos da vida cotidia-na dos beneficiados:

Assim, tornam-se visíveis particularidades locais que implicaram em trajetórias que compõem a saúde internacional, seja pelas disputas de poder no Comitê Consultivo, pelo adiamento de uma bolsa para conseguir um emprego público efetivo, ou mesmo pela morte antes da viagem, como ocorreu com João Florêncio Salles Gomes. Tornar-se um brasileiro bolsista da Fundação Rockefeller, entre 1919 e 1924, dependia de uma interação entre as expectativas do IHB e as realidades locais dos candidatos (Batista; Ferreira, 2021, p. 469).

Entre muitas outras dimensões da atuação da Rockefeller na formação de redes na América Latina, é possível indicar a sua colaboração com o Estado para reformas e erradicação de doenças, assim como para o desenvolvimento de pesquisa científica. No primeiro caso, cita-se o trabalho de Luiz Antônio de Castro Santos e Lina Faria (2003), que analisaram a participação da agência na Reforma Sanitária Brasileira. O texto de Telles e Quevedo (2022) analisa o nascimento do Ministério da Saúde Pública da Colômbia, o que não ocorreu sem interações com organismos internacionais, a exemplo da FR. Já o estudo de Benchimol (2001) analisa a história da compreensão etiológica da febre amarela e da criação de uma vacina. Baseado nas História das Ciências, apresenta casos bem-sucedidos e a potência de experiências que não lograram êxito na trajetória do conhecimento da enfermidade.

Um dos trabalhos mais significativos desta perspectiva é o livro Marriage of convenience: Rockefeller International Health and Revolutionary Mexico (Birn, 2006). Nele, Anne-Emanuelle Birn investiga o acordo que durou três décadas entre a Divisão de Saúde Internacional da FR e o Departamento de Saúde Pública do México. Essa interação envolveu curandeiros tradicionais, médicos das elites e agentes de saúde rurais, filantropos estrangeiros e moradores das pequenas cidades. Esse processo foi marcado por momentos de cooperação produtiva, apropriação, desdém, rejeição, hostilidade, o que tornava a manutenção do acordo uma conquista em si. Birn e López (2020) também ofereceram contribuição significativa para compreender a relação da saúde e da medicina com a Guerra Fria na América Latina, por meio de uma coletânea com autores de diferentes nacionalidades.

Mais recentemente, Rodrigo Magalhães (2016) se dedicou ao estudo da Campanha Continental para a Erradicação do Aedes aegypti. Essa realização foi inovadora e a mais duradoura dessa natureza durante o período analisado. Para o autor, esse programa internacional iniciou em 1914, originalmente concebido como Campanha Mundial de Erradicação da Febre Amarela. E, em 1947, foi transformada e renomeada. A instituição que assumiu a sua direção, a partir de então, foi a Organização Panamericana de Saúde. Outros estudos sobre a febre amarela investigaram questões localizadas da doença, mas atentos às conexões internacionais e à agência de indivíduos de diferentes nacionalidades vinculados à FR, como demonstram Batista e Souza (2020) ao apresentarem o curso da epidemia de amarílica na Bahia. Paloma Porto (2020) estudou a inserção da filantropia científica da Rockefeller na Paraíba do Norte, nos anos de 1920 a 1930, em uma cooperação que foi firmada com o Estado. A autora investiga as práticas realizadas por cientistas que trabalharam no controle da amarílica e afirma que a teoria dos “focos-chave” que a Rockefeller endossava gerou controvérsias, especificamente com os médicos locais. Sobre o mosquito Anopheles gambiae e a propagação da malária no Brasil, é possível consultar o livro escrito por Gabriel Lopes (2020). Ele analisa os condicionantes históricos que facilitaram a entrada desse vetor no país, inicialmente colocado em segundo plano nas ações de saúde regionais e que, posteriormente, foi alvo de uma operação de erradicação após uma epidemia da enfermidade de proporções nunca vistas no país.

No segundo caso é possível destacar o livro de Ilana Löwy (2006), que analisa a circulação do conhecimento sobre a febre amarela na relação entre a FR e o Brasil, e demonstra que a transferência de saberes não ocorria automaticamente. Para a autora, a história da luta contra a febre amarela no país ilustra tensões entre o ideal de uma ciência médica universal e as práticas de saúde públicas elaboradas localmente. Entre muitos exemplos que poderiam ser citados, o laboratório da FR em Salvador demonstra como práticas científicas foram reelaboradas quando a teoria dos “focos-chave” veio abaixo, em fins da década de 1920. A Rockefeller percebeu que precisava retornar ao campo e desenvolver pesquisas para compreender melhor a enfermidade, o que não aconteceu sem disputas políticas locais/internacionais (Batista, 2021).

Ainda são muitas as possibilidades de escrita histórica que envolvam agências filantrópicas internacionais, como a FR, e a criação de redes na América Latina. Em relação ao uso das fontes, os próximos estudos devem se empenhar na utilização de fontes de diversos países simultaneamente, extrapolando o consenso de que é necessário usar fontes locais e documentos oficiais da instituição filantrópica. No rumo de uma História cada vez mais global, é necessário compreender como ações ocorreram simultaneamente em países latino-americanos, ao traçar comparações que enfatizem semelhanças e diferenças nos estilos de atuação da Rockefeller. Em relação ao recorte geográfico de investigação, é necessário, cada vez mais, um estudo sistemático da documentação para identificar ações, programas, coope-rações de pouca visibilidade na historiografia. Eles são muitos. Destaca-se, por exemplo, a atuação da FR em universidades brasileiras como tema a ser aprofundado. Com exceção de casos relativos ao Sudeste - como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais - pouco se sabe sobre as formas de atuação da agência internacional em instituições como a Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal de Recife. E, em termos de temática, estudos que enfatizem aspectos como raça e gênero - a exemplo da atuação da Rockefeller na Genética na América Latina e da forma como o financiamento de mulheres foi realizado, comparado ao financiamento masculino. Essas são algumas das possibilidades a serem exploradas, mas que não se esgotam em si.

Longe de se apresentar uma revisão exaustiva sobre a atuação da FR, busca-se aqui oferecer um panorama amplo - e consequentemente passível de revisão - sobre a fertilidade dos estudos sobre a história da agência internacional. Talvez o leitor se pergunte o porquê de tantas referências sobre o Brasil. A resposta perpassa o fato de que ele foi um dos países em que a instituição investiu mais dinheiro e teve uma atuação marcante no mundo. O próprio fato deste dossiê ser publicado neste país é prova da pujança da produção historiográfica que se constituiu sobre o tema. Assim, apresentam-se os textos que compõem esse esforço em mostrar pesquisas em andamento sobre a FR na América Latina.

O artigo que abre este dossiê, Transnational History, Cultural Collisions, and Agency: -Rockefeller Public Health Fellowships in Latin America, 1917-1940, foi escrito por Darwin Stapleton a convite dos editores. Stapleton é Diretor Executivo Emérito do Rockefeller Archive Center, local que todos os pesquisadores que desejam investigar a história dessa agência filantrópica internacional precisam visitar. Ele esteve à frente da instituição entre 1986 e 2008 e, ao longo da sua trajetória profissional, distante de produzir textos laudatórios, refletiu criticamente sobre a atuação da Rockefeller como seu profundo conhecedor. A análise realizada aqui é focada nas bolsas de estudo latino-americanas no início do século XX, considerando os objetivos do Programa de Bolsas da Fundação, tema que é revisitado por outros textos do dossiê com ênfase em grupos específicos.

Activismo científico, filantropía y migraciones forzadas: la Fundación Rockefeller y la -renovación del Instituto de Anatomía General y Embriología de la Universidad de Buenos Aires, 1939-1946 foi escrito por José Daniel Buschini e se debruça sobre a renovação do Instituto de Anatomia Geral e Embriologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Buenos Aires, entre fins de 1930 e meados de 1940. Nesse contexto, atividades científicas se tornaram propícias naquele país, especialmente com a articulação entre projetos do fisiólogo Bernardo Houssay e a agência internacional.

Em seguida, no texto Interações científicas internacionais: a Fundação Rockefeller e o financiamento para o Instituto Biológico da Bahia (1953-1955), Ricardo dos Santos Batista e Marcos Cueto analisam as interações científicas entre Brasil e Estados Unidos a partir do apoio da Divisão de Ciências Naturais e Agricultura da FR ao Instituto Biológico da Bahia. Os autores concluem que o médico veterinário Fúlvio Alice teve papel importante na circulação do conhecimento internacional enquanto um indivíduo mediador na “zona de contato” científica.

Gilberto Hochman é o autor de Como identificar um comunista? Programas de educação médica e a Fundação Rockefeller no Brasil da Guerra Fria, artigo que analisa a contenção do comunismo como elemento central em programas da Rockefeller em parceria com a -CAPES, na década de 1950. A partir das ações de Robert Watson, que coordenou um desses programas, o autor compreende que a Guerra Fria se manifestou localmente e destacou o papel de indivíduos em processos institucionais e políticos mais amplos.

Também com ênfase na Guerra Fria na América Latina, Javier Castro Arcos escreveu Diplomacia científica y neomalthusianismo: el rol de la Fundación Rockefeller en los inicios de la planificación familiar chilena. O texto examina a intersecção entre diplomacia científica e neomalthusianismo com ênfase na circulação transacional de saberes científicos no Chile dos anos 1970. A análise conclui que, ao empregar a ciência e a tecnologia com fins de política exterior, a diplomacia científica facilitou a transferência de conhecimentos médicos e demográficos, consolidando-se como um mecanismo de poder brando.

O artigo de Luis Esteban Vizuete Marcillo, Una profesión al estilo norteamericano: la -reconfiguración de la enfermería en Ecuador (1941-1965), explora as mudanças na -enfermagem do Equador, entre os anos de 1941 e 1965, ao analizar a Escola Nacional de Enfermagem. A reflexão conclui que a cooperação da Fundação Rockefeller e da Repartição Sanitária Panamericana com instituições nacionais permitiu o estabelecimento do modelo Nightingale de enfermagem naquele país.

Em A construção de redes científicas internacionais: a Fundação Rockefeller e a formação de pesquisadores brasileiros no século XX, Márcia Regina Barros da Silva se debruça sobre a influência da FR no desenvolvimento da saúde pública do Brasil no início do século XX e dá ênfase ao impacto das bolsas de estudo financiadas pela agência no fortalecimento de redes internacionais e na formação de pesquisadores brasileiros. Ela analisa o conjunto de médicos e enfermeiras bolsistas entre 1917 e 1950, detendo-se mais especificamente até os anos 1930.

Complementando a análise do texto anterior, mas com ênfase em um único bolsista, Isabella Bonaventura de Oliveira é a autora de Uma viagem controversa: Maurício Oscar da Rocha e Silva e a Travel Grant da Fundação Rockefeller (1958 - 1959). Nesse artigo, ela examina as atividades de Maurício Oscar da Rocha e Silva, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, de 1958 a 1959. Seu foco está nas negociações, controvérsias e assimetrias que viabilizaram a viagem de Rocha e Silva a países da Europa, Estados Unidos e América Latina.

O texto de Laura de Oliveira Sangiovanni, intitulado Ecologia de aves, armas biológicas? O Projeto Ecológico de Belém e uma controvérsia histórica sobre a presença do Instituto -Smithsonian e da Fundação Rockefeller na Amazônia (1963-1971) se volta para o Projeto Ecológico de Belém, coordenado por Philip Humphrey, do Instituto Smithsonian, e colocado em prática na Amazônia por meio do Laboratório de Vírus da Fundação Rockefeller. Ela dá destaque à articulação entre as instituições estatais e as fundações privadas na execução da política externa norte-americana na Guerra Fria.

Por fim, o texto“Those promising young men and women upon whom will fall the -scientific leadership of the future”: Building a Database for the International Fellows and -Scholars of the Rockefeller Foundation Training Programs (1917-1970), de Flavio Madureira Heinz e Ana Paula Korndörfer discute as características de um banco de dados (RF-DirectoryDB) criado para apoiar estudos prosopográficos. O documento é composto por informações do -Directory of Fellowships and Scholarships (1917-1970), publicado pela FR, com dados sobre a formação acadêmica e a carreira de bolsistas de diversos países.

Essas investigações foram conduzidas graças aos Arquivos Rockefeller e suas políticas de preservação e divulgação. Que este dossiê seja atrativo tanto para pesquisadores experientes quanto para jovens que se interessam pelos estudos da História das Ciências e da Saúde. Espera-se que ele possa abrir novas frentes de investigação e inspirar novas pesquisas, em um processo de renovação constante da historiografía.

Agradecimento

Este artigo foi produzido com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), processo 100488/2024-2.

Referências

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  • Editora responsável:
    Silvia Liebel

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Out 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    01 Ago 2025
  • Aceito
    21 Ago 2025
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