Resumo
Este estudo teve como objetivo conhecer as características do trabalho no contexto hospitalar e os possíveis efeitos na saúde mental dos profissionais que realizam o cuidado de pacientes no fim de vida. Realizou-se um estudo descritivo e qualitativo com base em entrevistas e observações. Foram entrevistados 34 médicos e enfermeiros que atuam nas unidades de clínica médica e pronto-socorro em um hospital de ensino do Rio Grande do Sul. Os resultados, obtidos a partir da análise de conteúdo, mostraram que na clínica médica há maior sofrimento quando acontece a morte ou a piora do paciente, fontes de prejuízo à saúde mental. No pronto-socorro, a morte gera sofrimento apenas quando traumática. As intercorrências próprias da emergência e da organização do trabalho são as maiores fontes de estresse para os profissionais, afetando sua saúde mental. Logo, a saúde mental dos profissionais encontra-se fragilizada frente às exigências do trabalho em saúde. É necessário repensar a organização institucional, redefinir ações e agir coerentemente com as necessidades dos profissionais, buscando melhorias no trabalho e na saúde mental.
Palavras-chave:
Atitude frente à morte; pessoal de saúde; assistência integral à saúde; saúde mental