Resumo
O presente artigo tem por objetivo propor uma discussão teórica sobre o papel da mentira a partir da perspectiva da Psicologia Evolucionista, trazendo uma nova luz sobre os principais estudos realizados nessa área. Para tanto, este artigo aborda as filogenias e ontogenias da capacidade de mentir, ambas sugerindo que a ascensão da mentira como ação pró-social está intimamente relacionada às habilidades de comunicação incrivelmente amplas e complexas do Homo sapiens. Assim, o artigo discute os mecanismos cognitivos e neuronais subjacentes ao reconhecimento de mentiras, bem como as diferenças entre os gêneros em relação à capacidade de reconhecer o engano. Em linhas gerais, o presente estudo teórico pode elucidar o estado atual do conhecimento sobre o tema, sinalizando percursos necessários e mais promissores para futuros estudos, com o objetivo de contribuir para campos onde o ato de proferir mentiras está muito presente, como o contexto judiciário.
Palavras-chave:
Psicologia evolucionista; mentira; enganação; evolução