Resumo:
Interessa ao pesquisador como o corpo poético negro e travesti da artista Castiel Vitorino Brasileiro se contrapõe à História e ao Sistema da Arte hegemônicos, ao mesmo tempo que contribui para uma revisão de suas práticas discursivas de inclusão e exclusão, por meio de sua poiesis, sua fabulação poética, na qual a um só tempo se visita e se reinventa uma ancestralidade afroindígena, atinente às origens e religiosidade da artista. A aparição e a visão do corpo preto e dissidente de Castiel apontam para uma desestabilização do que Hubert Damisch nomeará “o teatro da representação”. Teoricamente, este texto recorre a um campo caracterizado pela interdisciplinaridade, no intuito de responder à complexidade de seu objeto de eleição: teorias decoloniais, estudos de gênero, teoria queer, filosofia, teoria lacaniana, teoria e história da arte, o que o aproximaria daquilo que a teórica holandesa Mieke Bal denomina Análise Cultural.
Palavras-chave:
Gênero; Corpo; Negritude; Análise Cultural; Teoria e História da Arte