Nem toda categorização é conceitual. Muitas das descobertas experimentais sobre o processo de categorização nas crianças e animais sugerem a hipótese segundo a qual os sujeitos formam representações perceptuais abstratas, modelos mentais ou mapas cognitivos que não são compostos de conceitos. Este artigo é uma reflexão acerca da ideia de que categorização conceitual envolve a habilidade de fazer julgamentos categoriais, tender como guia as normas de racionalidade. Estas incluem uma norma de busca da verdade e uma norma de evidência adequada. A aceitação dessas normas implica boa vontade em respeitar as autoridades cognitivas, o desejo de evitar as contradições e o conhecimento de como reorganizar seu sistema representacional após descobrir que se cometeu um erro. Sugere-se que a arquitetura cognitiva requerida pela racionalidade básica é semelhante àquela subjacente ao jogo do "faz de conta". O sistema representacional deve ser capaz de arrumar lugar para "espaços mentais", nos quais alternativas para o mundo real são consideradas. A mesma característica subjaz à habilidade de compreender modalidades, tempo, a distinção entre aparência e realidade, outras mentes e éticas. Cada área de compreensão admite graus, e o seu domínio (alcançado pelo adulto normal) leva anos. Contudo a manipulação racional de conceitos, pelo menos na sua forma mais rudimentar, não requer a capacidade de formar representações de segunda ordem. Ela requer conhecimento do procedimento de como operar e comparar os conteúdos dos diferentes espaços mentais.
As raízes da racionalidade; categorização conceitual e não-conceitual; representações perceptuais; modelos mentais; mapas cognitivos; psicologia do senso-comum; capacidades cognitivas; representação de objetos ausentes