Resumo
Objetivo:
Avaliar a validade, a confiabilidade e a invariância do World Health Organization Quality of Life instrument-Abbreviated version (WHOQOL-Bref) em adultos de três diferentes países de língua portuguesa.
Métodos:
Um total de 4.020 indivíduos brasileiros, portugueses e moçambicanos participaram do estudo. A amostra total foi dividida em quatro amostras: pacientes brasileiros (n = 1.120), estudantes brasileiros (n = 1.398), estudantes portugueses (n = 1.165) e estudantes moçambicanos (n = 337). A validade fatorial do WHOQOL-Bref foi avaliada por meio de análise fatorial confirmatória. As validades convergente e discriminante do instrumento foram avaliadas utilizando a variância média extraída (VEM) e o quadrado do coeficiente de correlação de Pearson (r2), respectivamente. A confiabilidade composta e o coeficiente alfa ordinal foram utilizados como medidas de confiabilidade. As invariâncias métrica, escalar e estrita do WHOQOL-Bref foram avaliadas por análise multi-grupos em subamostras independentes (dentro de cada amostra) e somente entre Brasil e Portugal (transnacional), porque o modelo configuracional de Moçambique era diferente.
Resultados:
O modelo original do WHOQOL-Bref não apresentou bom ajustamento para as amostras. Diferentes itens foram excluídos para ajustar o instrumento em cada amostra (modelos diferentes para o WHOQOL-Bref entre amostras brasileiras, portuguesas e moçambicanas). A VEM e o r2 não foram adequados; entretanto, a confiabilidade do WHOQOL-Bref foi boa, exceto na amostra moçambicana. A invariância foi encontrada apenas em subamostras independentes.
Conclusão:
Os modelos ajustados do WHOQOL-Bref apresentaram adequada validade fatorial e invariância em subamostras independentes. A não invariância transnacional do WHOQOL-Bref revela a influência da cultura na operacionalização do construto qualidade de vida.
Descritores:
Qualidade de vida; validade; confiabilidade; estudantes; pacientes