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Dados preliminares do primeiro programa de moradia monitorada no Brasil

Resumo

Introdução:

O Programa Moradia Monitorada (MM) foi iniciado em São Paulo com o objetivo de prover tratamento para transotrnos de uso de substâncias e problemas relacionados a moradia e emprego. O objetivo do presente estudo foi descrever o modelo com base nos primeiros 11 meses de operação (o programa foi lançado em junho de 2016 no Brasil).

Métodos:

Realizamos um estudo retrospectivo utilizando os registros de todos os indivíduos tratados no MM do Programa Recomeço desde a sua criação.

Resultados:

Sessenta e nove indivíduos foram incluídos. Trinta e cinco (51%) permaneceram no tratamento até o fim ou foram reinseridos socialmente com sucesso. Trinta e quatro sujeitos (49%) apresentaram recidiva durante a permanência. Destes, 16 (47%) se voluntariaram para tratamento em comunidades terapêuticas ou hospitais psiquiátricos, 8 (23,5%) escolheram permanecer apenas no tratamento ambulatorial, 6 (17.7%) retornaram para suas famílias e continuaram o tratamento em uma unidade ambulatorial próxima ao domicílio, e 4 (11.8%) descontinuaram o tratamento. Dos 35 pacientes que completaram o tratamento, 28 (80%) estavam empregados em serviço regular e 7 (20%) recebiam aposentadoria por questões clínicas e/ou psiquiátricas.

Conclusão:

O modelo MM pode ser um componente importante na via de cuidados integrados e é utilizado em vários países. Apesar de controverso, o uso de análise de urina para vigilância da recidiva e da recorrência parece ter um impacto positivo na adesão ao tratamento e na manutenção da abstinência. Nossos achados preliminares corroboram, com claras limitações, os resultados reportados previamente na literatura, de que os programas de MM são efetivos no tratamento da dependência química.

Descritores:
Crack; cocaína; transtornos relacionados ao uso de substâncias; abuso de substâncias; centros de tratamento de abuso de substâncias; dependência química; moradia monitorada

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