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Tratamento transdiagnóstico utilizando um protocolo unificado: aplicação em pacientes com diferentes transtornos de humor e ansiedade comórbidos

OBJETIVO: Avaliar a eficácia de um protocolo unificado de terapia cognitivo-comportamental para tratamento em grupo de pacientes com diferentes transtornos de humor e ansiedade comórbidos. MÉTODOS: Neste estudo aberto, o protocolo unificado foi seguido no tratamento psicoterápico de 16 pacientes com transtornos de humor e ansiedade comórbidos, confirmados pelo Mini International Neuropsychiatric Interview. Os Inventários de Depressão e Ansiedade de Beck, o instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde e a escala ARIZONA de função sexual foram utilizados para avaliar o progresso em pacientes ao longo de todo o processo terapêutico. RESULTADOS: Todos os pacientes tinham transtorno depressivo unipolar. A comorbidade com transtornos de ansiedade apresentou a seguinte distribuição: transtorno de ansiedade generalizada, 13 (81,3%); transtorno do pânico, 3 (18,8%); fobia social, 1 (6,3%); e transtorno do estresse pós-traumático, 1 (6,3%). Foi observada melhora nos sinais e sintomas de depressão (F = 78,62, p < 0,001) e ansiedade (F = 19,64, p < 0,001), na qualidade de vida geral (F = 39,72, p < 0,001), no domínio físico (F = 28,15, p < 0,001)), em variáveis psicológicas (F = 9,90, p = 0,007), funcionamento social (F = 36,86, p < 0,001), variáveis ambientais (F = 27,63, p < 0,001) e sexualidade (F = 13,13; p < 0,005). Todos os parâmetros demonstraram correlações altamente significativas (p < 0,01). CONCLUSÃO: O esforço para estabelecer um protocolo unificado de tratamento para toda uma família de transtornos emocionais (especialmente humor e ansiedade) mostrou benefícios na área da psicologia clínica e no tratamento dos pacientes. Não foram encontrados outros dados na literatura descrevendo a implementação do protocolo unificado em um grupo transdiagnóstico. Nossos resultados revelaram uma melhora estatisticamente significativa em todas as variáveis, sugerindo que o protocolo proposto pode se tornar uma ferramenta importante para melhorar qualidade de vida, sexualidade e sintomas de ansiedade/depressão em pacientes com diferentes diagnósticos.

Protocolo; abordagem transdiagnóstica; ansiedade; depressão


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