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Fluência verbal fonêmica e gravidade dos transtornos de ansiedade em crianças pequenas

Resumo

Introdução:

Estudos prévios sugerem que déficits na fluência verbal estariam associados a transtornos de ansiedade em adolescentes.

Objetivo:

Replicar e estender os resultados prévios investigando se o desempenho em uma tarefa de fluência verbal fonêmica está relacionado com a gravidade dos sintomas de ansiedade em crianças com transtorno de ansiedade. Pretendemos, também, investigar se essa associação é independente da coocorrência de sintomas de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Métodos:

Participaram desse estudo 60 crianças (6-12 anos) com diagnóstico primário de transtorno de ansiedade. A gravidade dos sintomas foi medida utilizando escalas validadas baseadas para avaliação clínica, resposta dos pais ou responsáveis e resposta da criança. A fluência verbal foi avaliada utilizando uma tarefa simples que mede o número de palavras evocadas em 1 minuto com a letra F, a partir da qual foram quantificados o número de palavras isoladas, o número de clusters (agrupamentos de palavras semelhantes) e o número de switches (transições entre os agrupamentos e/ou entre palavras isoladas).

Resultados:

Encontramos uma associação significativa entre o número de clusters e os escores de ansiedade. Uma análise posterior revelou que essas associações foram independentes dos sintomas coocorrentes de TDAH.

Conclusões:

Replicamos e estendemos os resultados anteriores mostrando que a fluência verbal está consistentemente associada com a gravidade dos transtornos de ansiedade em crianças. Novos estudos são incentivados com o objetivo de investigar potenciais efeitos de treinamentos cognitivos sobre os sintomas ansiosos em indivíduos com transtornos de ansiedade.

Descritores:
Transtornos de ansiedade; funções executivas; fluência verbal; linguagem

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