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Depressão, ansiedade, desesperança e qualidade de vida em usuários de cocaína/crack em tratamento ambulatorial

Resumo

Objetivo:

Identificar sintomas de ansiedade, depressão e sentimentos de desesperança em pacientes dependentes químicos em tratamento ambulatorial e verificar a existência de correlações com os diferentes âmbitos da qualidade de vida.

Métodos:

Estudo transversal com 25 homens em recuperação para dependência química, selecionados por conveniência. Foram avaliados sintomas de depressão (Inventário de Depressão de Beck-II), ansiedade (Inventário de Ansiedade de Beck) desesperança (Escala de Desesperança de Beck) e qualidade de vida (World Health Organization Quality of Life instrument-Abbreviated version [WHOQOL-Bref]), bem como perfil sociodemográfico, uso de substâncias e histórico familiar. Variáveis categóricas foram apresentadas como frequências e percentuais, e variáveis quantitativas, como médias e desvios-padrão ou medianas e intervalos interquartis. Foram utilizadas também correlações de Spearman com nível de significância de 5%.

Resultados:

O estudo revelou prevalência de 32% para depressão, 24% para ansiedade e 12% para desesperança, em níveis moderado/grave. As correlações entre os inventários Beck e o WHOQOL-Bref foram significantes; entretanto, os impactos diferiram nos quatro domínios avaliados.

Conclusões:

De modo geral, observaram-se prejuízos globais na vida dos sujeitos, tanto frente a sintomas psiquiátricos e qualidade de vida quanto sobre relacionamentos e questões ocupacionais, em níveis semelhantes. Os resultados apontam que, quanto menor a pontuação nesses inventários, melhor a qualidade de vida em alguns domínios, indicando haver correlação negativa entre sintomas psiquiátricos e qualidade de vida.

Descritores:
Depressão; ansiedade; qualidade de vida; cocaína; crack

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