Resumo
Introdução
O reconhecimento de expressões faciais das emoções é essencial para a convivência em sociedade. Entretanto, indivíduos com depressão maior apresentam uma tendência a interpretar de forma negativa informações consideradas imprecisas, o que pode afetar diretamente sua capacidade de decodificação de estímulos sociais.
Objetivo
Comparar a habilidade de reconhecimento de expressões faciais das emoções básicas em tarefas com estímulos estáticos e dinâmicos em idosos com e sem depressão maior.
Métodos
Os idosos foram selecionados a partir de um rastreamento de transtornos psiquiátricos na atenção básica, realizada por meio de avaliação psiquiátrica de acordo com os critérios da 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Vinte e três idosos com diagnóstico de depressão e um grupo de 23 idosos sem diagnóstico psiquiátrico atual foram convidados a realizar duas tarefas de reconhecimento de emoções faciais, utilizando estímulos estáticos e dinâmicos.
Resultados
Os idosos com depressão maior apresentaram maior acurácia no reconhecimento da emoção tristeza (p=0,023) e da emoção raiva (p=0,024) na tarefa com estímulos estáticos, e menor acurácia para a emoção alegria na tarefa com estímulos dinâmicos (p=0,020). O prejuízo está relacionado principalmente ao reconhecimento de emoções de menores intensidades.
Conclusões
O desempenho de idosos com depressão maior em tarefas com estímulos estáticos e dinâmicos é diferente quando comparados com idosos sem depressão. A acurácia de emoções negativas (tristeza e raiva) é maior, enquanto que a acurácia para alegria é menor.
Envelhecimento; transtornos de humor; emoção; cognição social