INTRODUÇÃO:
A esquizofrenia está frequentemente associada a um curso debilitante e a um importante comprometimento no funcionamento social e ocupacional. Embora os critérios para classificação em diferentes estágios ainda não tenham sido definidos, a duração da doença e a funcionalidade têm sido apontadas como bons candidatos.
OBJETIVO:
Comparar a funcionalidade de indivíduos com esquizofrenia no estágio inicial e final com controles saudáveis correspondentes em idade e sexo.
MÉTODOS:
Neste estudo caso-controle, duplo-cego, foram incluídos 79 pacientes: 23 com diagnóstico de esquizofrenia feito até 5 anos atrás (estágio inicial); 19 diagnosticados há pelo menos 20 anos (estágio final); e controles saudáveis pareados. O diagnóstico foi estabelecido pela Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª edição (DSM-IV). A funcionalidade foi avaliada através da escala Teste Breve de Avaliação Funcional (FAST).
RESULTADOS:
Os pacientes em estágio inicial tiveram escores significativamente maiores do que controles saudáveis na escala FAST (escore total e domínios autonomia, funcionamento ocupacional, funcionamento cognitivo e relações interpessoais). Os indivíduos em estágio final apresentaram funcionalidade pior que os controles em todos os domínios. A comparação entre os dois grupos não mostrou diferenças, exceto no funcionamento ocupacional, em que os pacientes em estágio final apresentaram um desempenho pior.
CONCLUSÃO:
O prejuízo da funcionalidade na esquizofrenia tende a permanecer estável ao longo da doença. Portanto, a funcionalidade deve ser avaliada nos estágios iniciais da doença, já que a duração da doença por si só pode não ser o critério mais confiável para definir o estágio de pacientes com esquizofrenia.
Cognição; funcionalidade; psicose; esquizofrenia; estadiamento