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Atrofia global do hipocampo no transtorno depressivo maior: uma metanálise de estudos com ressonância magnética

Resumo

Introdução:

O transtorno depressivo maior (TDM) é uma doença mental incapacitante caracterizada por episódios de pelo menos 2 semanas de mudanças claras no afeto, cognição e funções neurovegetativas. Vários estudos de neuroimagem, realizados através de imagem de ressonância magnética (IRM), examinaram mudanças morfométricas em pacientes com TDM, com resultados não conclusivos. Este estudo tem como objetivo revisar a literatura e realizar uma metanálise sobre o volume do hipocampo (VHc) em pacientes com TDM.

Métodos:

Estudos de VHc em pacientes com TDM foram identificados a partir dos principais bancos de dados (MEDLINE, EMBASE, The Cochrane Library, Scopus, PsycINFO e SciELO) usando os seguintes termos: depression, major depressive disorder, MDD, unipolar, magnetic resonance imaging, MRI e hippocampus.

Resultados:

Foi realizada uma metanálise de 29 estudos que preencheram os critérios específicos. A amostra foi composta por 1327 pacientes e 1004 indivíduos saudáveis. Os estudos foram altamente heterogêneos em relação a idade, gênero, idade do primeiro episódio e duração média da doença, mas o efeito combinado da depressão foi significativo em ambos os hipocampos. O TDM foi associado à atrofia do hipocampo à direita [-0,43; intervalo de confiança de 95% (IC95%) −0,66 a −0,21] e à esquerda (-0,40; IC95% −0,66 a −0,15).

Conclusões:

O TDM parece estar associado à atrofia global do VHc. Estudos longitudinais com maior tempo de seguimento, projetados para analisar a influência dos fatores sociodemográficos nessa relação, são necessários para obter evidências mais robustas.

Descritores:
Volume hipocampal; transtorno depressivo maior; RM; depressão

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