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Dos biomarcadores ao estadiamento do transtorno bipolar: uma revisão sistemática

INTRODUÇÃO:

Níveis crescentes de evidência sugerem que o transtorno bipolar (TB) exibe um caráter progressivo, em nível tanto clínico, quanto bioquímico e neuroimagiológico. Este estudo revisa a literatura existente sobre a relação entre biomarcadores específicos e estágios do TB.

MÉTODOS:

Uma busca extensa da literatura nas bases de dados MEDLINE e PubMed foi conduzida para identificar estudos publicados em inglês e em português utilizando as palavras-chave biomarker (biomarcador), neurotrophic factors (fatores neurotróficos), inflammation (inflamação), oxidative stress (estresse oxidativo), neuroprogression (neuroprogressão) e staging models (modelos de estadiamento), em referência cruzada com o termo bipolar disorder (transtorno bipolar).

RESULTADOS:

Estudos morfométricos em doentes bipolares mostraram a existência de alterações neuroanatômicas, tais como o alargamento dos ventrículos, a perda de substância cinzenta no hipocampo e no cerebelo, a diminuição do volume de determinadas áreas do córtex pré-frontal e variações no tamanho da amígdala. Além disso, outros estudos apontam para a potencialidade do uso dos valores séricos dos fatores neurotróficos, de mediadores inflamatórios e de estresse oxidativo como biomarcadores do TB.

CONCLUSÕES:

O conhecimento das alterações neurobiológicas, associadas à progressão e atividade do TB, é fundamental para a identificação de biomarcadores. A incorporação de biomarcadores nos modelos de estadiamento do TB poderá permitir um aperfeiçoamento dos algoritmos terapêuticos, possibilitando a elaboração de esquemas de tratamento mais personalizados e eficazes, com destaque para a importância da intervenção precoce na atenuação da progressão da doença.

Transtorno bipolar; alterações neuroimagiológicas; fatores neurotróficos; inflamação; estresse oxidativo; estadiamento


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