A partir do último curso ministrado no Collège de France (janeiro-março 1984), Foucault procura analisar a historicidade do cinismo na antigüidade greco-romana, e sua atualidade no mundo moderno. A importância desse artigo reside no novo direcionamento que Foucault imprime em suas pesquisas, problematizando a história do pensamento, a partir da idéia de uma historicidade dos jogos de verdade. O conceito parrhésia – ato corajoso do dizer-verdadeiro – constitui o fio condutor do núcleo teórico da trans-historicidade da crítica da razão cínica, permitindo iluminar a questão ética do sujeito livre, entendido como forma vazia sempre pronta a ontologizar-se no chão do solo social.
jogos de verdade; parrhésia ; cinismo; sujeito; liberdade