Perfil dos ascendentes (em termos de concentração de recursos econômicos, políticos e/ou culturais). |
Modesta |
Relativamente bem situada, com destaque para os recursos culturais herdados. |
Alta, combinando, no mínimo, duas matrizes de recursos. |
Adesão às causas nos anos de 1960 e 1970 (considerando, principalmente, a participação em ações arriscadas, desde reuniões a guerrilhas). |
Alta, na maioria dos casos redundando em prisões, torturas, exílios etc. |
Principalmente via movimento estudantil. Ligações com o espaço e os repertórios das organizações clandestinas menos significativas (efêmeras, sem riscos ou prejuízos). |
Alta, com forte ressonância de um passado heroico de exílios e prisões como fator de diferenciação. |
Investimento cultural em geral (referências a leituras, viagens, cinema teatro, músicas etc.) |
Relativamente baixo |
Variado, conforme ocupações e posições ideológicas. |
Multifacetado e indissociado dos engajamentos políticos. Base de reconhecimento “intelectual”. |
Investimento em títulos escolares |
Baixo e, quando ocorre, já em idade avançada. |
Alto (graduações, em geral, ainda na juventude, nas idades standards dos demais estudantes, e pós-graduações). |
Alto e na idade padrão, muitas vezes combinado com passagem pelo exterior, geralmente devido a exílios (voluntários ou não). |
Uso da biografia militante |
Elevado, constante e central para obter cargos periféricos, e constituir-se como porta voz da “geração”. |
Instrumental ou afetiva, conforme destinos partidários e posições ideológicas, mas não decisivas nos itinerários. |
Atuação militante no passado maximizada como recurso de luta eleitoral. |
Peso das redes de relações conquistadas no período de entrada |
Bastante densas e fundamentais à ocupação de posições. |
Menos densas, mas rentabilizadas e configurando oportunidades ao longo das carreiras. |
Posição de ego de redes de seguidores: “habilidade” para manter, cultivar e ampliar elos, vínculos e contatos. |
Referência de síntese para celebração da “missão política” |
Sentido de abnegação guia a construção da coerência biográfica e justifica defasagens em relação aos “contemporâneos” melhor situados. |
Ênfase na capacidade de gestão pública mediante o acionamento de conhecimentos, competências “técnicas”, saberes acadêmicos etc. |
Destaque aos atributos de representação tanto para intermediação de “grupos” como para a (re)definição de identidades. |