Resumo
Este artigo trata das parteiras tradicionais que vivem e atuam em Santana, segundo maior município amapaense. Apresentam-se e problematizam-se as concepções de mundo das parteiras, destacando que as obrigações relacionadas aos endividamentos não compulsórios no dar-receber-retribuir não se restringem à relação entre família da parturiente e a parteira. Na concepção local, as relações relevantes de obrigação concatenadas ao dom para o ofício se estabelecem entre humanos e Deus. Grosso modo, a contradádiva é efetivada no atendimento às gestantes, mas como uma espécie de obrigação diante de Deus. Logo, o atendimento às mulheres que procuram as parteiras é entendido como o meio adequado de saldar a dívida adquirida com o ser divino.
Palavras-chave:
Parteiras tradicionais; dádiva; reciprocidade