O presente artigo fornece uma visão geral de como o tráfico de pessoas tem sido imaginado no Brasil. Afirmamos que uma narrativa mítica tornou-se central para os discursos sobre o tráfico utilizados para orientar os agentes políticos e educar a sociedade civil. Realizamos uma análise estrutural desse mito, argumentando que a sua aceitação, combinada com a persistência de leis que definem o tráfico apenas como a migração de prostitutas, tem criado, na discussão pública, uma paradigma de passividade e de estrito legalismo, onde os membros de certas categorias sociais devem ser "educados para entenderem que são vítimas " e seus movimentos devem ser reprimidos.
tráfico de pessoas; prostituição; Brasil; mitos