O presente artigo propõe analisar migrações transnacionais impulsionadas pelas ditaduras argentina (1976-1983) e brasileira (1964-1975). Por um lado, o trabalho problematiza as representações associadas ao exílio nesses países e no contexto latino-americano da segunda metade do século XX. Por outro lado, tomando como material empírico as memórias narradas por argentinos que se exilaram no Brasil e por brasileiros exilados em Moçambique, a intenção é explorar a pluralidade de sentidos que estes atores atribuem à própria experiência migratória. Busca-se assim compreender como diferentes conjunturas políticas nos países de origem e de destino implicaram em formas variadas de viver e entender o exílio. Em perspectiva comparativa, os estudos de caso permitem ainda explorar como a experiência do exílio foi forjada não apenas em relação a contextos migratórios e nacionais específicos, mas também em meio a campos sociais transnacionais.
Exílio; Migração; Nação; Identidades; Política; Ditadura Militar