Este artigo visa abordar como três jornalistas que escreveram sobre as músicas caipira e sertaneja articulam os conceitos de “raiz” e de “autenticidade” na defesa de um gênero que se pretende “genuinamente” brasileiro. A partir da compreensão que cada um nos oferece, é possível perceber a atualização do mito das três raças, através das diferentes percepções sobre o descobrimento e a colonização do Brasil presentes no imaginário social e proferido nos discursos de diversos intelectuais. Segue então uma análise das suas compreensões sobre as transformações ocorridas no campo da música caipira desde que ela passa a ser registrada em meios fonográficos na década de 1920 até a década de 1990. Observa-se que o argumento da modernização do gênero como um processo de perda da autenticidade provoca sentimentos ambivalentes que desestabilizam esta categoria.
raiz; música caipira; música sertaneja; autenticidade