Resumo
O artigo aborda uma fase da trajetória de Marvin Harris, fundador do materialismo cultural: seu trabalho de campo em Moçambique. Examina, sobretudo, o debate acerca da migração dos "indígenas" moçambicanos às minas da África do Sul, travado com António Rita-Ferreira, funcionário colonial e "antropólogo amador" (ou self-made-scholar, como ele gostava de se auto-apresentar). Para tanto, o artigo situa as coordenadas daquela controvérsia em um duplo registro: de um lado, disciplinar ou antropológico e, de outro, histórico-político que foi marcado pelo movimento de descolonização na segunda metade da década de 1950.
Palavras-chave:
materialismo cultural; Marvin Harris; Moçambique; António Rita-Ferreira; colonialismo português