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MADAME SATÃ E AS PRISÕES DA ILHA GRANDE: UMA ANÁLISE DAS CONSTRUÇÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NO INTERIOR DO SISTEMA CARCERÁRIO

Resumo

Os processos judiciais descreveram João Francisco dos Santos, ou “Madame Satã,” como pervertido sexual e pessoa perigosíssima. O objetivo deste artigo é analisar o comportamento de Satã nas prisões, onde o tratamento em relação aos presos era bem violento, e, na Vila do Abraão, onde ele morou depois de liberto. A pesquisa tem por base depoimentos deixados por ele, documentos de época, jornais e entrevistas com guardas e moradores da Ilha Grande. Ao contrário de sua atitude na Lapa, seu comportamento nas prisões e na Ilha Grande foi completamente diferente; sua fama de valente lhe trazia respeito e sua homossexualidade era bem aceita. Os deslocamentos identitários feitos por ele desafiaram não só construções fixas de gênero e sexualidade, como as de justiça e poder.

Palavras-chave
Madame Satã; Homossexualidade; Prisões da Ilha Grande

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