Resumo
A partir da investigação das administrações do refúgio na cidade de São Paulo entre os anos de 2015 e 2019, abordo, neste artigo, a gestão dos tempos e das esperas pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o aparelho estatal responsável por julgar as solicitações de refúgio endereçadas ao governo brasileiro. Analiso as distintas soluções implementadas com o objetivo de lidar com as crises e de fazer andar a “máquina pública” de maneira “eficiente”. Lanço luz às atividades administrativas, ao proceder dos atendimentos e aos trabalhos de elegibilidade através dos quais o CONARE cumpria com suas atribuições ordinárias, encaminhava e delegava, fornecia respostas e justificativas para as morosidades de cada uma das etapas dos processos e resolvia casos. Resoluções que levavam a decisões, mas que podiam significar também não decidir, postergando um determinado processo indefinidamente.
Palavras-chave:
gestões públicas; refugiados; crises; eficiência; antropologia do Estado