Resumo
No Brasil, o setor de eventos e cerimônias movimentou quase US$5 bilhões em 2015, porém mais do que dinheiro gira em torno deste mercado. Neste artigo, persigo noivas e noivos em processo de organização de suas festas de casamento entre os extremos geográficos e econômicos da cidade de São Paulo. Demonstro que na zona leste da capital, em contraste com lojas das classes altas, o espaço físico do mercado de vestidos de noivas é constantemente reivindicado como campo de poder feminino e que o tempo de preparação dos casamentos, por sua vez, é a materialização de um regime moral inclinado à coletivização: seja parente ou seja Deus, todos fazem a festa. Assim, destaco como a constituição territorial de São Paulo - e as nuances econômicas impressas na distribuição geográfica - altera as dinâmicas sociais e transforma os casamentos em empreendimentos particularmente distintos de um lado a outro da cidade.
Palavras-chave:
gênero; consumo; relacionalidades; periferia; casamento; São Paulo