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“NÃO FOI ACIDENTE!” O LUGAR DAS EMOÇÕES NA MOBILIZAÇÃO DOS AFETADOS PELA RUPTURA DA BARRAGEM DE REJEITOS DA MINERADORA SAMARCO NO BRASIL

Resumo

O artigo apresenta as dinâmicas de ação coletiva e a construção das reivindicações dos afetados pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da mineradora Samarco ocorrido em novembro de 2015 em Minas Gerais, no Brasil. Nossa análise circunscreve-se aos afetados no estado do Espírito Santo e está baseada em: entrevistas, observação, observação participante e em uma sequência de encontros com os afetados ao longo de um ano desde novembro de 2015. Apresentamos os emergentes processos de mobilização que envolvem vários atores, com interações marcadas por emoções e pela criação de laços afetivos. Dentro de uma perspectiva culturalista dos estudos de movimentos sociais buscamos compreender quais os mecanismos emocionais operantes na construção da ação coletiva, sobretudo, quando tratamos de reivindicações por justiça (Jasper 1997; Gamson 1992; Goodwin, Jasper e Polletta 2009; Johnston e Klandermans 1995). Concluímos que as emoções desempenham papeis fundamentais no processo de mobilização. A forma como o desastre no rio Doce foi sentido pelos ativistas revela a constituição de um evento emocional crítico.

Palavras-chave:
desastre ambiental; movimentos sociais; afetados pelo extrativismo; evento emocional crítico; enquadramento de injustiça; emoções

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