Este texto discute a utilização de recursos audiovisuais como o cinema e o vídeo por afrorreligiosos em dois contextos etnográficos na Amazônia, as cidades de Cururupu e Belém. Em Cururupu, a produção de vídeos amadores encomendados em uma loja de filmagem local seve como fonte de autorreconhecimento e possibilita a discussão e a vivência contínua os rituais. Em Belém, um pai de santo e um cineastra produziram, com recursos do governo federal, um filme documentário sobre a cosmovisão do Tambor de Mina, religião de matriz africana mais praticada na cidade. A partir destes exemplos etnográficos, proponho uma reflexão sobre como os recursos audiovisuais são instrumentalizados por uma tradição religiosa que há séculos baseou sua reprodução apenas na oralidade. O texto aponta vantagens e possibilidades da utilização dessas narrativas audiovisuais por antropólogos como via de acesso às culturas nativas.
Religiões Afro-brasileiras; Tambor de Mina; antropologia visual; cinema; vídeo