Resumo
Nos anos 1960 e 1970 era geralmente suposto que as escolhas reprodutivas tinham consequências e, assim, eram uma questão de interesse social. O comportamento reprodutivo socialmente responsável, por sua vez, era presumido como capaz de minimizar o risco de transmitir doenças genéticas graves. Com o tempo, tal visão veio a ser cada vez mais rotulada de "eugenia", um termo que adquiriria na maior parte do mundo conotações fortemente negativas. A partir dos anos 1990, este velho ponto de vista tornou-se amplamente substituído no Ocidente pelo princípio de que a reprodução é uma questão privada e que não haveria certo ou errado nas decisões reprodutivas. O principal propósito deste artigo é explicar e interpretar esta transformação, que foi um produto principalmente dos anos 1980. Baseando-se na teoria das normas sociais, na qual supõe-se que as normas são sempre contestáveis em alguma medida, discute-se como aqueles com um interesse nas mudanças das atitudes predominantes são capazes de alcançar tal sucesso aparente rapidamente.
Palavras chave:
normas; diagnóstico pré-natal; eugenia