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Cruzes e feitiços: Identidades e trocas culturais nas práticas fúnebres em Angola

Crosses and Witchcraft: Identities and Cultural Exchanges in Funeral Practices in Angola

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir, através da análise de jornais e textos literários, sobre práticas, trocas culturais e conflitos nas cerimônias fúnebres em Luanda e arredores entre o final do século XIX e o início do XX. Trabalhamos com três categorias sociais: colonos (metropolitanos e descendentes), filhos da terra (nascidos em Angola que dominavam códigos culturais europeus) e gentio (africanos que, por não dominarem códigos culturais europeus, não tinham acesso aos direitos da cidadania portuguesa e podiam ser sujeitos ao trabalho forçado). Em um contexto de intensificação da presença portuguesa e de subalternização das elites da terra e do gentio, os funerais eram ocasiões privilegiadas de manifestação de diferenças e compartilhamentos. Através das práticas fúnebres, os diversos grupos sociais afirmavam suas identidades e promoviam trocas culturais que gerariam não apenas conflitos e controle, mas também formas híbridas de tratamento da morte, explicitando uma importante característica da cultura urbana luandense.

Palavras-chave
práticas fúnebres; Angola; expansão colonial

Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antônio Carlos, 6627 , Pampulha, Cidade Universitária, Caixa Postal 253 - CEP 31270-901, Tel./Fax: (55 31) 3409-5045, Belo Horizonte - MG, Brasil - Belo Horizonte - MG - Brazil
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