Resumo
Durante a primeira metade do século XX, diversos autores interessaram-se pela figura do bispo que, em 1551, o rei de Portugal indicou para governar a diocese do Salvador da Bahia. Este estudo apresenta uma releitura e reinterpretação de documentação já conhecida que, agregada a um reduzido conjunto de novos dados factuais, permite reequacionar e esboçar o perfil do pensamento e atuação de D. Pedro Fernandes, o primeiro bispo da América Portuguesa. Suportado em análises vinculadas aos propósitos e métodos da história conectada e do global turn, aqui se argumenta que a sua passagem por Paris, Lisboa, Goa, Cabo Verde e Bahia, entre outros locais, lhe deram a conhecer o mundo sem alterar substancialmente as suas perspetivas e propósitos consoante os espaços por onde transitou. Tendo sido um agente da projeção do catolicismo na Ásia, África e América, articulando e estabelecendo conexões entre diversos lugares do planeta, focou-se mais nos portugueses do que nos indianos e ameríndios, contribuindo para construir, sobretudo no Brasil, uma igreja diocesana baseada na orgânica e dinâmicas das dioceses de Portugal.
Palavras-chave:
História conectada; diocese do Salvador da Bahia; bispo Pedro Fernandes