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AVALIAÇÃO DE EGRESSOS DA PÓS-GRADUAÇÃO ESTRITO SENSO: POLÍTICA DE MONITORAMENTO DE EGRESSOS INTERNACIONAIS

Resumos

Objetivo:

Verificar a existência de referências aos egressos internacionais nos sites dos programas de pós-graduação de todos os cursos de pós-graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP.

Métodos:

Verificar com mais atenção aos cursos notas 5, 6 e 7, e também a mesma busca nos sites dos cursos com notas 5, 6 e 7 da Medicina III da CAPES.

Resultados:

Dos 22 programas da FMRP apenas três tinham no site alguma informação sobre o destino dos egressos, foram eles: Clínica Cirúrgica, Genética e Imunologia Básica e Aplicada. Dos programas da área de Medicina III, notas 5, 6 e 7 apenas os programas de Oftalmologia e Ciências Visuais e Cirurgia Translacional, ambos da UNIFESP, apresentavam informações sobre o destino dos seus egressos.

Conclusão:

É urgente criar mecanismos de avaliação para os projetos de incentivo e fomento à pesquisa dos diferentes órgãos; estimular controles mais eficientes e atualizados em relação aos docentes e seus respectivos discentes que participam desses projetos; e estimular a interação dos docentes e discentes com a instituição e o programa.

Avaliação de egressos; Política de monitoramento; Egressos internacionais


Objective:

Search for references in relationship to international alumni on the website of the postgraduate programs of all postgraduate courses at Ribeirão Preto Medical School - FMRP.

Methods:

Verify with more attention to the ones with 5, 6 and 7 notes, and also the same search on the website of courses with notes 5, 6 and 7 of CAPES - Medicine III.

Results:

Of the 22 programs of FMRP only three had any information on the site about the destiny of the postgraduates; they were: Surgical Clinics, Genetics, and Basic and Applied Immunology. Programs in the area of ​​Medicine III, notes 5, 6 and 7, only Ophthalmology and Visual Programs and Translational Sciences Surgery, both of UNIFESP, presented such information.

Conclusion:

It is urgent: to create project and funding evaluation mechanisms that are approved by different sources; to stimulate more efficient controls in relation to teachers and their students who participate in these projects; and to stimulate the interaction of teachers and students with the institution and the program.

Evaluation of graduates; Monitoring policy; International postgraduates


INTRODUÇÃO

Apesar de nos últimos anos ter sido iniciada discussão intensa sobre a importância desse tema, muito pouco foi realmente feito em busca da efetivação real, clara e objetiva na avaliação de egressos dos cursos de pós-graduação do nosso país. Falar em avaliação de egressos internacionais é então muito mais difícil. Entretanto é imperioso que se inicie, de alguma forma, a criar estratégias se realmente desejar-se ter nossos cursos totalmente internacionalizados.

Assim, este artigo tem por objetivo verificar nas páginas dos programas quais apresentavam qualquer tipo de dado sobre o destino dos egressos internacionais.

MÉTODO

Tentando refletir sobre como e por onde começar para saber o que tem sido feito pelos atuais cursos de pós-graduação da CAPES, foi realizada busca ativa, inicialmente nos sites de todos os cursos de pós-graduação da FMRP-USP. Procurou-se dar mais atenção aos cursos notas 5, 6 e 7. Em seguida a mesma busca foi realizada nos sites dos cursos apenas com notas 5, 6 e 7 da Medicina III - CAPES.

RESULTADOS

Em relação à procura em todos os sites dos cursos da FMRP-USP encontrou-se dura realidade: dos 22 programas recomendados pela CAPES, apenas três faziam referência a algum tipo de avaliação ao destino dos egressos. Foram eles: Clínica cirúrgica, Genética, e Imunologia Básica e Aplicada. Quanto aos cursos 5, 6 e 7 da Medicina III apenas os cursos de Oftalmologia e Ciências Visuais, e Cirurgia Translacional, ambos da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, apresentavam dados sobre os egressos.

Normalmente, a referência era para dados históricos, nomes dos egressos e seus respectivos orientadores, data de início e término da conclusão do curso, composição das bancas, área de atuação, vínculo atual, mapas regionais, nacionais e internacionais. Cita-se, como exemplo, o de Imunologia Básica e Aplicada da FMUP-USP, o melhor e mais completo (Figuras 1, 2, 3 e 4).

FIGURA 1
- Lista dos egressos

FIGURA 2
- Lista de alunos egressos com áreas de atuação e vínculo atual

FIGURA 3
- Indicadores dos egressos por estado

FIGURA 4
- Vínculo atual dos egressos

Bastante interessante é o mapa apresentado no site do programa de Oftalmologia e Ciências Visuais da UNIFESP, mostrando os egressos nacionais e internacionais (Figura 5).

FIGURA 5
- Egressos nacionais e internacionais do programa de Oftalmologia e Ciências Visuais da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

DISCUSSÃO

Quando procuramos entender as dificuldades encontradas pelos programas de pós-graduação para avaliação dos egressos depara-se com o primeiro, grande e maior entrave: como localizá-los? Tería-se como opção o cadastro no Sistema Janus da USP. Para tanto, seria necessário fazer o convite para o egresso participar respondendo um questionário. Normalmente a resposta só aparece quando existe interesse do próprio aluno. Vale a pena lembrar que esse questionário ou formulário a ser preenchido tem que ser acessível, abrangente, conciso e muito prático para atrair os egressos. Existiriam ainda outras opções, como o acesso ao Medline pelas autorias e coautorias, as redes sociais e também o currículo Lattes, o que demanda trabalho muito árduo. Quem deveria fazê-lo? As secretárias dos programas? A secretaria da pós-graduação? São questões difíceis de solução, pois muitos programas nem contam com secretárias.

Ficou claro pelos resultados encontrados que não temos plenas condições de trabalho para saber-se, até o momento, onde estão nossos egressos nacionais e, mais difícil ainda, os internacionais.

Nossa experiência mostra que nem mesmo os programas, em sua maioria, ficam sabendo sobre os alunos que saem para o doutorado sanduíche ou pós-doutorado no exterior. Como a necessidade do pedido da bolsa envolve praticamente o orientando e o orientador, muitas vezes apenas o coordenador ao assinar o pedido tem ciência e não fica registrado de alguma forma no programa e muito menos na instituição. A prestação de contas no retorno do aluno é feita diretamente para o órgão doador da bolsa (CAPES, CNPq e FAPESP) e infelizmente nos dias de hoje fica difícil resgatar todos os alunos que já saíram.

Diante disso, fica claro que precisamos urgentemente de uma proposta que envolva mecanismos de cobrança e avaliação dos alunos que têm saído para essa tão importante experiência. Ela pode ser feita em nível institucional. Por exemplo, por meio de encontros anuais dos que foram e no retorno apresentarem a todos os pontos positivos e negativos da experiência vivenciada. Por outro lado, ela também poderia ser feita em nível do programa, exigindo no início preenchimento de ficha protocolar e no final relatório completo das atividades do orientador/orientando.

Um exemplo muito interessante, registrado no site do Instituto de Estudos Avançados da USP - Polo Ribeirão Preto, é um encontro anual intitulado "Quando a academia encontra a cultura - estágios de jovens pesquisadores brasileiros no exterior", com a participação dos alunos de pós-doutorado e doutorado sanduíche, em ambiente internacional, inclusive com convidados internacionais. Os objetivos relatados são: 1) apresentar e discutir projetos e protocolos científicos desenvolvidos por alunos de pós-graduação e pós-doutorados em estágios no exterior; 2) enfatizar as diferenças culturais, o significado dessas experiências e seu impacto na formação do futuro docente/pesquisador; 3) contribuir e incentivar outros jovens pesquisadores que estão planejando estágio fora do Brasil a concretizarem seus planos.

Julgamos que cobrar é muito importante, é uma forma de avaliar e saber qual a real contribuição para a formação de uma elite de pesquisadores em educação. O conhecimento dos resultados pode levar a um processo estratégico e decisório que possibilite a correção dos rumos e a melhoria da qualidade.

CONCLUSÃO

É urgente criar mecanismos de avaliação para os projetos de incentivo e fomento à pesquisa dos diferentes órgãos; estimular controles mais eficientes e atualizados em relação aos docentes e seus respectivos discentes que participam desses projetos; e estimular a interação dos docentes e discentes com a instituição e o programa.

REFERENCES

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2015

Histórico

  • Recebido
    19 Fev 2015
  • Aceito
    12 Set 2015
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