O estudo procura fazer um mapeamento analítico das atuais formas de interação entre atores estatais e sociais nos processos de formulação e controle de políticas públicas no Brasil. Para tal, adota o conceito de interfaces socioestatais com o objetivo ampliar nossa capacidade de compreender o fenômeno, indo além das abordagens que enfatizaram apenas os espaços de participação e deliberação. As análises envolvem dados sobre todos os programas federais de 2002 a 2010, indicando os padrões de evolução temporal, diversificação e distribuição setorial de interfaces socioestatais em nível nacional. Os resultados revelam que as diferentes interfaces socioestatais têm afinidades com diferentes setores da burocracia federal, desempenhando neles papéis também diferenciados, sustentando a percepção de uma "ecologia" complexa das relações entre Estado e sociedade no Brasil contemporâneo.
Políticas Públicas; Burocracia; Participação; Interfaces Socioestatais