Considerando a relevância da Internet na constituição do mercado transnacional do sexo, neste texto analiso as imagens de mulheres da América do Sul que, difundidas no ciberespaço, se integram na alteração dos circuitos mundiais de turismo sexual. Argumento que embora haja uma íntima relação entre turismo sexual e desigualdade, a pobreza, nem sequer quando é extrema, garante o "sucesso" de um novo centro de turismo sexual. No marco de certas condições econômicas, aspectos culturais que se expressam na imbricação entre traços étnico/regionais e estilos de sexualidade operam à maneira de atração para o surgimento de novos alvos. Apresento, primeiro, as especificidades do espaço virtual analisado e uma caracterização de seus usuários. Descrevo, depois, as interações propiciadas pelo site e os códigos nele vigentes e, levando em conta as conceitualizações associadas a diferentes regiões, analiso as características das fronteiras etno-sexuais traçadas. Finalmente retomo meu argumento inicial, refletindo sobre como os processos de racialização que operam nesse espaço virtual participam nos deslocamentos na geografia mundial do turismo sexual.
Ciberespaço; Sexualidade; Turismo Sexual; Racialização