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Jürgen Döbereiner: uma vida dedicada à ciência

RESUMO:

Dr. Jürgen Döbereiner nasceu na Alemanha em 1 de novembro de 1923, durante 68 anos viveu no Brasil e desenvolveu trabalhos científicos no campo da patologia veterinária latu sensu. Sua contribuição científica de destaque foi em temas como plantas tóxicas de interesse pecuário, deficiências minerais em animais de produção, cara inchada (doença periodontal) dos ruminantes, botulismo e diagnóstico de doenças infecciosas. Estas pesquisas resultaram na melhoria da saúde e de centenas de milhares de animais, principalmente bovinos e, consequentemente, foram de enorme valor econômico para o país. Esta contribuição ainda permanece em grande parte subestimada. De grande destaque para a ciência brasileira foi ainda a sua atuação profissional na documentação científica de resultados de pesquisa. No início de sua carreira na década de 1950, Dr. Döbereiner e outros pesquisadores do Instituto de Biologia Animal (IBA) detectaram a necessidade de um periódico científico nacional para publicar resultados de pesquisas com aplicação pratica à realidade brasileira. Dessa iniciativa surgiram os Arquivos do Instituto de Biologia Animal, que publicou três fascículos (1959-1961), em seguida o Dr. Jürgen Döbereiner participou na fundação da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira que publicou a Série Veterinária (1966-1976) e finalmente em 1978, houve a fundação do Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA) que publica desde 1981 a revista Pesquisa Veterinária Brasileira. Este periódico científico foi criado para apresentar à comunidade, principalmente veterinários de campo e professores, os principais problemas de saúde em animais de produção no Brasil, ou seja, patologia em seu sentido amplo, envolvendo as áreas de epidemiologia, clínica e diagnóstico laboratorial. Dr. Jürgen Döbereiner, que foi presidente do CBPA (1978-2018) e Editor-Chefe da revista Pesquisa Veterinária Brasileira (1981-2018), faleceu em casa, em 16 de outubro de 2018, aos 94 anos, no município de Seropédica/RJ.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:
Ciência; pecuária; doenças de rebanhos; diagnóstico; patologia veterinária; plantas tóxicas; deficiências minerais; doença periodontal; botulismo

ABSTRACT:

Dr. Jürgen Döbereiner was born in Germany, on the 1st of November 1923, and lived in Brazil for 68 years during which time he developed a range of scientific projects in veterinary pathology and related disciplines. His main interests were the identification of new poisonous plants and mineral deficiencies and the causes of “cara inchada” (“swollen face” a periodontal disease) and botulism in livestock. This research has resulted in the improved health and saving of hundreds of thousands of animals, mainly cattle, annually, and is consequently of enormous economic value to the country. This contribution remains largely under appreciated. He was also involved in organizing diagnostic methods for identifying infectious diseases such as African swine fever and glanders in horses. One of his other major achievements has been the foundation and editing of specialized scientific journals for the documentation of veterinary science research results. At the beginning of his career in the 1950s, he and colleagues from the Institute for Animal Biology (IBA) were struggling to find a national scientific journal where research results from veterinary medicine could be published with practical application to the Brazilian reality. In consequence, the team founded “Arquivos do Instituto de Biologia Animal” and published three volumes (1959-1961). He then founded and edited “Pesquisa Agropecuária Brasileira” (The Brazilian Journal of Agricultural Research”) that included a veterinary section. A series of veterinary volumes were published (1966-1976). Finally, in 1978 he helped create the Brazilian College of Veterinary Pathology (CBPA) that published “Pesquisa Veterinária Brasileira” (The Brazilian Journal of Veterinary Research) from 1981. The main goal was to communicate the most relevant disease problems of Brazilian livestock, in particular pathology and related subjects such as epidemiology, clinical study series and laboratory diagnosis to field veterinarians and academics. Dr. Jürgen Döbereiner was president of CBPA (1978-2018) and chief editor of “Pesquisa Veterinária Brasileira” (1981-2018). He passed away on the 16th of October, 2018, at the age of 94 at his home in Seropédica/RJ, Brazil.

INDEX TERMS:
Science; livestock diseases; diagnosis; veterinary pathology; poisonous plants; mineral deficiencies; periodontal disease; botulism

Jürgen Döbereiner (Fig.1) nasceu em 1 de novembro de 1923, na cidade de Königsberg, na Prússia Oriental, Alemanha (hoje com nome de Kaliningrad, sob domínio russo). De 1935 a 1942 frequentou em Berlim escolas secundárias, finalizando-as com a madureza. Na Segunda Guerra Mundial, serviu na artilharia das montanhas austríacas, de 1942 a 1945, por ser um bom esquiador e após ter sido promovido a tenente.

Fig.1.
Jürgen Döbereiner (1923-2018), alemão naturalizado brasileiro, graduou-se em Medicina Veterinária pela atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1954), dedicou-se à pesquisa científica durante sua vida e fundou a revista Pesquisa Veterinária Brasileira. Foto de Jeann Leal, outubro de 2018.

Após a guerra estudou medicina veterinária de 1947 a 1950, na Universidade de München, Alemanha. Em março de 1950, ainda como estudante casou-se com a recém-formada Engenheira Agrônoma Johanna, cuja família pertenceu à população de língua alemã na Checoslováquia, que foi sumariamente expulsa após a Segunda Guerra Mundial. No mesmo ano aceitou o convite do sogro, Dr. Paul Kubelka (que tinha emigrado ao Brasil em 1948) de vir para o Rio de Janeiro. Assim, Jürgen transferiu-se da Universidade de München para a Universidade Rural do Brasil, no Km 47 da antiga Estrada Rio-São Paulo, em 1951. Neste mesmo ano ainda como estudante de medicina veterinária, Jürgen Döbereiner conheceu Carlos Hubinger Tokarnia, o que resultou em estreita colaboração profissional. Döbereiner formou-se em 1954 pela Escola Nacional de Veterinária (hoje, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ). Jürgen foi registrado como número 52 no Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado do Rio de Janeiro (CRMV/RJ).

De 1955 a 1976, trabalhou como pesquisador do Ministério da Agricultura na “Seção de Anatomia Patológica” do “Instituto de Biologia Animal” (IBA) no “Km 47”, em Seropédica/RJ. De 1976 a 2010, trabalhou para a recém-fundada Embrapa, que absorveu o IBA. Recentemente a coleção e acervo da antiga “Seção de Anatomia Patológica” foi incorporada ao “Setor de Anatomia Patológica (SAP)” do Instituto de Veterinária da UFRRJ.

Já na segunda metade da década de 1950, Dr. Jürgen Döbereiner e seus colegas de pesquisa, Carlos Tokarnia, Camilo Canella e Jerome Langenegger realizaram trabalhos de pesquisa pioneiros. Tokarnia et al. (1959)Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Canella C.F.C. 1959. Estudo sobre o mal dos chifres em gado do Nordeste e Norte do Brasil. Arqs Inst. Biol. Anim. 2:83-91. participaram da elucidação de uma crença popular, principalmente na região Nordeste do Brasil, de uma condição conhecida como “mal dos chifres”, que na realidade era uma condição causada pelas pessoas que perfuravam o chifre de bovinos e cursava com sinusite purulenta. Nesse trabalho, realizaram o exame clínico e necropsias de bovinos em 17 fazendas nos estados da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão (Fig.2). Concluíram que o “mal dos chifres” era um termo popular que não designava uma doença ou certo grupo de doenças, mas sim era usado para explicar sinais clínicos e lesões de diversas origens. Na mesma viagem tiveram a oportunidade de abordar e descrever um surto de febre catarral maligna (=coriza gangrenosa) em bovinos no estado do Rio Grande do Norte (Döbereiner & Tokarnia 1959aDöbereiner J. & Tokarnia C.H. 1959a. Ocorrência da coriza gangrenosa dos bovinos no município de Serra Negra do Norte Rio Grande do Norte. Arqs Inst. Biol. Anim. 2:65-82.). Em seguida relataram um surto de mormo em equinos no estado do Rio de Janeiro (Langenegger et al. 1960Langenegger J., Döbereiner J. & Lima A.C. 1960. Foco de môrmo (Malleus) na região de Campos Estado do Rio de Janeiro. Arqs Inst. Biol. Anim. 3:91-108.).

Fig.2.
Dr. Jürgen Döbereiner e Carlos Tokarnia viajaram mais de 9.000 km na região Nordeste do Brasil, durante a década de 1950, para investigar a condição popularmente conhecida como “mal dos chifres”.

De 1959 a 1961, foi Editor-Chefe dos Arquivos do Instituto de Biologia Animal a convite do diretor do IBA.

De 1961 a 1963, cursou o mestrado na Universidade de Wisconsin em Madison, como bolsista da Fundação Rockefeller, e obteve o título de Master of Science, com a defesa de dissertação relacionada às lesões em bexigas de bovinos intoxicados pela planta “samambaia”, Pteridium aquilinum (=P. arachnoideum) (Döbereiner et al. 1966Döbereiner J., Olson C., Brown R.R., Price J.M. & Yess N. 1966. Metabolites in urine of cattle with experimental bladder lesions and fed bracken fern. Pesq. Agropec. Bras. 1:189-199.). Posteriormente foram publicados outros trabalhos sobre essa planta e associaram-se lesões neoplásicas de bexiga e carcinomas de células escamosas no trato digestório superior de bovinos com o consumo de samambaia (Döbereiner et al. 1967Döbereiner J., Tokarnia C.H. & Canella C.F.C. 1967. Ocorrência da hematúria enzoótica e de carcinomas epidermóides no trato digestivo superior em bovinos no Brasil. Pesq. Agropec. Bras. 2:489-504., Tokarnia et al. 1969Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Canella C.F.C. 1969. Ocorrência da hematúria enzoótica e de carcinomas epidermóides no trato digestivo superior em bovinos no Brasil. II. Estudos complementares. Pesq. Agropec. Bras. 4:209-224.).

Foi fundador da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira e Editor-Chefe, de 1966 a 1976, a convite do diretor-geral do Departamento Nacional de Pesquisa e Experimentação Agropecuária (DNPEA). Esta revista hoje está sendo publicada pela Embrapa.

Após o regresso dos Estados Unidos, fez concurso na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mas não tomou posse por considerar as condições de pesquisa melhores no IBA, o antigo laboratório de referência em sanidade animal do Brasil.

A partir do final da década de 1960 e até meados da década de 1990, realizou 52 expedições científicas (Fig.3) a diferentes municípios de doze estados brasileiros, com destaque aos localizados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste, todas registradas nos seus Diários de Viagem (Döbereiner 2005Döbereiner J. 2005. Diários de viagem de Jürgen Döbereiner: 1969-2005. 13 Vol.). Sempre acompanhado da sua caixa de necropsia (Fig.4), tinha o cuidado de anotar todas as informações relacionadas aos problemas de saúde animal, objeto das suas linhas de pesquisa, das necropsias realizadas e dos contatos com proprietários rurais, médicos veterinários e outros profissionais a quem recorria (Fig.5).

Fig.3.
Jürgen Döbereiner em uma viagem na Fazenda Recreio, Marília/SP, para investigação da periodontite infecciosa dos bovinos. Outubro de 1987.

Fig.4.
Dr. Jürgen sentado sobre a caixa de necropsia após ter realizado a necropsia e a coleta de material de pesquisa para diagnóstico de doença em bovinos. Setembro de 1975.

Fig.5.
Anotações de Jürgen em seu diário de pesquisa, Corumbá/MS, 1970.

Em 1971, o grupo de pesquisas do qual o Dr. Döbereiner participava associou o consumo de Solanum malacoxylon (=S. glaucophyllum) com a doença popularmente conhecida como “espichamento” e que na ocasião afetava bovinos, sobretudo no Pantanal do Brasil (Döbereiner et al. 1971Döbereiner J., Tokarnia C.H., Costa J.B.D., Campos J.L.E. & Dayrell M.S. 1971. Espichamento intoxicação de bovinos por Solanum malacoxylon no Pantanal de Mato Grosso. Pesq. Agropec. Bras. 6:91-117., Tokarnia & Döbereiner 1974Tokarnia C.H. & Döbereiner J. 1974. Espichamento intoxicação de bovinos por Solanum malacoxylon no Pantanal de Mato Grosso. II. Estudos complementares. Pesq. Agropec. Bras. 9:53-62.). Em 1970/71, realizou pelo Queen’s Scholarship estudos no Royal Veterinary College em Londres sobre a intoxicação por S. malacoxylon. Em estreita colaboração internacional, o que sempre caracterizou a sua atuação como pesquisador, envolveu-se com os aspectos patológicos da intoxicação e a patogênese desta doença (Sansom et al. 1971Sansom B.F., Vagg M.J. & Döbereiner J. 1971. The effects of Solanum malacoxylon on calcium metabolism in cattle. Res. Vet. Scie. 12(6):604-605. <http://dx.doi.org/10.1016/S0034-5288(18)34126-2> <PMid:5145360>
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, Döbereiner & Dämmrich 1974Döbereiner J. & Dämmrich K. 1974. Skeletal lesions after poisoning of cattle by Solanum malacoxylon. Verh. Dtsch. Ges. Pathol. 58:323-326. <PMid:4460478>, Döbereiner et al. 1975aDöbereiner J., Done S.H. & Beltran L.E. 1975a. Experimental Solanum malacoxylon poisoning in calves. Brit. Vet. J. 131(2):175-185. <http://dx.doi.org/10.1016/S0007-1935(17)35338-1> <PMid:1137803>
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, 1977Döbereiner J., Collins Jr. W.T., Capen C.C. & Tokarnia C.H. 1977. Ultrastructural evaluation of parathyroid glands and thyroid C cells of cattle fed Solanum malacoxylon. Am. J. Pathol. 87(3):603-614. <PMid:869016>, Dämmrich et al. 1975Dämmrich K., Döbereiner J., Done S.H. & Tokarnis C.H. 1975. Skeletal changes after Solanum malacoxylon poisoning in cattle. Zentralbl. Veterinärmed. 22(4):313-329. <PMid:806210>, Done et al. 1976aDone S.H., Döbereiner J. & Tokarnia C.H. 1976a. Systemic connective tissue calcification in cattle poisoned by Solanum malacoxylon: a histological study. Brit. Vet. J. 132(1):28-38. <http://dx.doi.org/10.1016/S0007-1935(17)34785-1> <PMid:1260412>
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, 1976bDone S.H., Tokarina C.H., Dämmrich K. & Döbereiner J. 1976b. Solanum malacoxylon poisoning in pigs. Res. Vet. Sci. 20(2):217-219. <http://dx.doi.org/10.1016/S0034-5288(18)33461-1> <PMid:1265362>
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).

De 1976 a 2010, atuou como pesquisador da recém-criada Embrapa.

Em 1977, foi contemplado com o título de Doctor Honoris Causa pela Justus-Liebig-Universitaet Giessen, Alemanha, por ocasião da comemoração de 200 anos da Faculdade de Medicina Veterinária em face dos trabalhos de pesquisa realizados no Brasil.

Lecionou nos cursos de pós-graduação de Mestrado e Doutorado da UFRRJ e Universidade de São Paulo (USP).

Em 1978 Jürgen, Tokarnia e outros pesquisadores realizaram o diagnóstico de um surto de peste suína africana que ocorreu no município de Paracambi/RJ, próximo ao IBA, o que resultou na rápida extinção deste foco no Brasil. Após a realização deste diagnóstico, houve uma série de interpretações equivocadas de exames sorológicos que consideraram diagnóstico de peste suína africana em diversas regiões do Brasil (Tokarnia et al. 2004Tokarnia C.H., Peixoto P.V., Döbereiner J., Barros S.S. & Riet-Correa F. 2004. O surto de peste suína africana ocorrrido em 1978 no município de Paracambi, Rio de Janeiro. Pesq. Vet. Bras. 24(4):223-238. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2004000400010>
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, Viana 2008Viana F.C. 2008. História e Memória da Peste Suína Africana no Brasil: passos e descompassos. FEPMVZ Editora, Belo Horizonte, MG. 266p).

Desde 1969 dedicou-se à documentação da etiologia, patogênese e epidemiologia da doença popularmente conhecida como “cara inchada dos bovinos” (Döbereiner et al. 1974Döbereiner J., Inada T. & Tokarnia C.H. 1974. Cara Inchada, doença peridentária em bovinos. Pesq. Agropec. Bras. 9:53-85.). Sob financiamento do CNPq e do Serviço de Intercâmbio Acadêmico Alemão (DAAD) realizou em 1984 e 1989 estudos sobre esta periodontite dos ruminantes nas Universidades de Giessen e Berlin. Um destaque especial nesses estudos foi a sua colaboração com o Prof. Dr. Hans Blobel, Diretor do Instituto de Bacteriologia e Imunologia da Universidade Justus-Liebig, de Giessen, Alemanha, que resultou nos estudos inéditos sobre a participação de bactérias na etiopatogenia da cara inchada. Além dos avanços no estudo da doença, esta colaboração possibilitou a formação de um considerável e efetivo quadro de pesquisadores brasileiros e alemães (Dutra et al. 1993aDutra I.S., Matsumoto T. & Döbereiner J. 1993a. Surtos de periodondite em bezerros (Cara Inchada) associados ao manejo do solo. Pesq. Vet. Bras. 13(1/2):1-4., Kopp et al. 1996Kopp P.A., Dutra I.S., Döbereiner J., Schmitt M., Grassmann B. & Blobel H. 1996. Estreptomicina aumenta a aderência em células epiteliais de Bacteroides melaninogenicus associado às lesões peridentárias. Pesq. Vet. Bras. 16(2/3):53-57., Schmitt et al. 1996Schmitt M., Dutra I.S., Döbereiner J., Kopp P.A. & Blobel H. 1996. Cara Inchada and cellular immunity in cattle. Pesq. Vet. Bras. 16(1):1-3., Döbereiner & Dämmrich 1997Döbereiner J. & Dämmrich K. 1997. Are alveolar changes a determinant factor for cara inchada in cattle? Pesq. Vet. Bras. 17(2):45-48. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1997000200001>
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, Grassmann et al. 1997Grassmann B., Döbereiner J., Dutra I.S., Kopp P.A. & Blobel H. 1997. Adherence and experimental infection of bacteria associated with periodontal infections of young cattle in Brazil (Cara inchada). Pesq. Vet. Bras. 17(3/4):123-125. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1997000300006>
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). Alguns aspectos epidemiológicos desta doença foram elucidados como a recuperação de bezerros transferidos para pasto de área considerada indene (Döbereiner et al. 1975bDöbereiner J., Chaves J.A., Rosa I.V. & Houser R.H. 1975b. Efeito da transferência de bovinos com Cara Inchada (doença peridentária) para pastos de região indene. Pesq. Agropec. Bras. 10:99-103., 1976Döbereiner J., Rosa I.V. & Lazzari A.A. 1976. Cara Inchada (doença peridentária) em bezerros mantidos em pastos de Panicum maximum. Pesq. Agropec. Bras. 11:43-47.). Os estudos bacteriológicos resultaram na identificação de uma ampla microbiota de patógenos potenciais associada à doença. Dentre os micro-organismos destacam-se os gêneros Treponema, Porphyromonas e Prevotella (=Bacteroides melaninogenicus) (Blobel et al. 1984Blobel H., Döbereiner J., Lima F.G.F. & Rosa I.V. 1984. Bacterial isolations from Cara Inchada lesions of cattle. Pesq. Vet. Bras. 4(2):73-77., 1987Blobel H., Döbereiner J., Rosa I.V., Lima F.G.F. & Dutra I.S. 1987. Bacterial investigations of a periodontal disease - Cara Inchada - of cattle in Brazil. Tierärztl. Umsch. 42:152-157., Botteon et al. 1993Botteon R.M., Dutra I.S., Döbereiner J. & Blobel H. 1993. Caracterização de bactérias isoladas das lesões peridentárias da Cara Inchada dos bovinos. Pesq. Vet. Bras. 13(3/4):51-55., Dutra et al. 2000Dutra I.S., Rosa I.V. & Blobel H. 2000. Cara inchada of cattle an infectious apparently soil antibiotics-dependant periodontitis in Brazil. Pesq. Vet. Bras. 20(2):47-64, Döbereiner et al. 2004Döbereiner J., Dutra I.S. & Rosa I.V. 2004. A etiologia da “cara inchada”, uma periodontite epizoótica dos bovinos. Pesq. Vet. Bras. 24(1):50-56, Borsanelli et al. 2015aBorsanelli A.C., Gaetti-Jardim Júnior E., Döbereiner J. & Dutra I.S. 2015a. Treponema denticola in microflora of bovine periodontitis. Pesq. Vet. Bras. 35(3):237-240. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2015000300005>
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, 2015bBorsanelli A.C., Gaetti-Jardim Júnior E., Schweitzer C.M., Döbereiner J. & Dutra I.S. 2015b. Presence of Porphyromonas and Prevotella species in the oral microflora of cattle with periodontitis. Pesq. Vet. Bras. 35(10):829-834. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2015001000002>
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). Por meio de uma série de estudos, estabeleceram que a “cara inchada” tratava-se de uma doença multifatorial bacteriana e não relacionada com deficiência mineral específica (Döbereiner et al. 1990Döbereiner J., Rosa I.V., Dutra I.S., Pereira A.R. & Blobel H. 1990. Efeito de espiramicina na profilaxia da Cara Inchada dos bovinos. Pesq. Vet. Bras. 10(1/2):27-29., Moraes et al. 1999Moraes S.S., Tokarnia C.H. & Döbereiner J. 1999. Deficiências de microelementos em bovinos e ovinos em algumas regiões do Brasil. Pesq. Vet. Bras. 19(1):19-33. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1999000100004>
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). Um importante fator ambiental que estaria relacionado com a ocorrência da cara inchada seria decorrente do desequilíbrio na microbiota do solo e que envolveria a formação in situ de antibióticos, atuando assim direta ou indiretamente na disbiose da microbiota bucal por meio da dieta (Döbereiner et al. 1987Döbereiner J., Rosa I.V. & Lazzari A.A. 1987. Efeito do leite materno sobre as lesões peridentárias da Cara Inchada em bezerros. Pesq. Vet. Bras. 7(3):97-99., 2000Dutra I.S., Rosa I.V. & Blobel H. 2000. Cara inchada of cattle an infectious apparently soil antibiotics-dependant periodontitis in Brazil. Pesq. Vet. Bras. 20(2):47-64, Dutra et al. 1993aDutra I.S., Matsumoto T. & Döbereiner J. 1993a. Surtos de periodondite em bezerros (Cara Inchada) associados ao manejo do solo. Pesq. Vet. Bras. 13(1/2):1-4., Kopp et al. 1996Kopp P.A., Dutra I.S., Döbereiner J., Schmitt M., Grassmann B. & Blobel H. 1996. Estreptomicina aumenta a aderência em células epiteliais de Bacteroides melaninogenicus associado às lesões peridentárias. Pesq. Vet. Bras. 16(2/3):53-57., Schmitt et al. 1996Schmitt M., Dutra I.S., Döbereiner J., Kopp P.A. & Blobel H. 1996. Cara Inchada and cellular immunity in cattle. Pesq. Vet. Bras. 16(1):1-3., Grassmann et al. 1997Grassmann B., Döbereiner J., Dutra I.S., Kopp P.A. & Blobel H. 1997. Adherence and experimental infection of bacteria associated with periodontal infections of young cattle in Brazil (Cara inchada). Pesq. Vet. Bras. 17(3/4):123-125. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1997000300006>
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). Nesta linha de estudos os trabalhos resultaram ainda no desenvolvimento de medidas profiláticas (Döbereiner et al. 1990Döbereiner J., Rosa I.V., Dutra I.S., Pereira A.R. & Blobel H. 1990. Efeito de espiramicina na profilaxia da Cara Inchada dos bovinos. Pesq. Vet. Bras. 10(1/2):27-29.) e de controle (Rosa et al. 1985Rosa I.V., Döbereiner J. & Blobel H.O. 1985. Efeito de tratamento com antibióticos sobre as lesões peridentárias da Cara Inchada dos bovinos. Pesq. Vet. Bras. 5(1):5-9., Tims et al. 1992Tims F.M., Dutra I.S., Matsumoto T. & Döbereiner J. 1992. Eficiência de Virginiamicina na Cara Inchada dos bovinos. Pesq. Vet. Bras. 12(3):77-80.) da cara inchada dos bovinos.

Döbereiner foi ainda coautor das duas edições dos livros Plantas Tóxicas da Amazônia a Bovinos e outros Herbívoros (Tokarnia et al. 1979Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Silva M.F. 1979. Plantas Tóxicas da Amazônia a Bovinos e Outros Herbívoros. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM. 95p., 2007Tokarnia C.H., Döbereiner J., Peixoto P.V., Barbosa J.D., Brito M.F. & Silva M.F. 2007. Plantas Tóxicas da Amazônia a Bovinos e Outros Herbívoros. 2ª ed. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM. 97p.) e Plantas Tóxicas do Brasil para Animais de Produção (Tokarnia et al. 2000aTokarnia C.H., Döbereiner J. & Peixoto P.V. 2000a. Plantas Tóxicas do Brasil Para Animais de Produção. Editora Helianthus. 310p., 2012Tokarnia C.H., Brito M.F., Barbosa J.D., Peixoto P.V. & Döbereiner J. 2012. Plantas Tóxicas do Brasil. 2ª ed. Editora Helianthus, Rio de Janeiro, RJ. 566p.), e também do livro Deficiências Minerais em Animais de Produção (Tokarnia et al. 2010Tokarnia C.H., Peixoto P.V., Barbosa J.D., Brito M.F. & Döbereiner J. 2010. Deficiências Minerais em Animais de Produção. Helianthus, Rio de Janeiro. 191p.). O estudo sistemático sobre o diagnóstico e os quadros clínico patológicos de intoxicação por plantas em ruminantes, realizado com o Professor Tokarnia, mostrou a importância da intoxicação por plantas no Brasil e permitiu o avanço científico sobre medidas de controle e profilaxia. Pessoa et al. (2013)Pessoa C.R.M., Medeiros R.M.T. & Riet-Correa F. 2013. Importância econômica, epidemiologia e controle das intoxicações por plantas no Brasil. Pesq. Vet. Bras. 33(6):752-758. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2013000600011>
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calcularam através de dados dos laboratórios de diagnóstico de diferentes regiões do país a quantidade de mortes de animais de produção atribuídas ao consumo de plantas tóxicas. As perdas anuais por mortes de animais foram estimadas em 820.761 a 1.755.763 bovinos, 399.800 a 445.309 ovinos, 52.675 a 63.292 caprinos e 38.559 equinos.

Em abril de 2018, Dr. Jürgen Döbereiner contava histórias de pesquisa sobre plantas tóxicas enquanto estava sendo filmado (Fig.6). O exemplar de Palicourea marcgravii, conhecida como “cafezinho” ou “erva-de-rato”, está plantada no sítio “Porangaba”, em Itaguaí/RJ; este exemplar estava na casa do professor Carlos Tokarnia. Em aulas práticas sobre plantas tóxicas, os pesquisadores mostravam aos estudantes a morfologia e o aroma característico de P. Marcgravii. Esta planta tóxica tem larga distribuição geográfica no Brasil, com exceção da região Sul e do Pantanal. No estado do Rio de Janeiro P. marcgravii está presente na região acima da Serra das Araras (altitude 550 metros ou mais) e está ausente na Baixada Fluminense (Tokarnia et al. 2012Tokarnia C.H., Brito M.F., Barbosa J.D., Peixoto P.V. & Döbereiner J. 2012. Plantas Tóxicas do Brasil. 2ª ed. Editora Helianthus, Rio de Janeiro, RJ. 566p.).

Fig.6.
Jürgen Döbereiner em seu sítio Porangaba, em Itaguaí/RJ contando suas histórias de pesquisa ao lado de um exemplar de Palicourea marcgravii, importante planta tóxica para a pecuária brasileira. Abril de 2018.

O pioneirismo no campo das plantas tóxicas de interesse pecuário pode ser exemplificado entre outros, pelo estudo de Palicourea marcgravii (Döbereiner & Tokarnia 1959bTokarnia C.H., Döbereiner J. & Canella C.F.C. 1959. Estudo sobre o mal dos chifres em gado do Nordeste e Norte do Brasil. Arqs Inst. Biol. Anim. 2:83-91.) e pelo estudo de Thiloa glaucocarpa (=Combretum glaucocarpum) (Tokarnia et al. 1981Tokarnia C.H., Döbereiner J., Canella C.F.C., Couceiro J.E.M., Silva A.C.C. & Araújo F.V. 1981. Intoxicação de bovinos por Thiloa glaucocarpa (Combretaceae), no Nordeste do Brasil. Pesq. Vet. Bras. 1(4):111-132., 1994Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Peixoto P.V. 1994. Aspectos clinico-patológicos complementares da intoxicação por algumas plantas tóxicas brasileiras. Pesq. Vet. Bras. 14(4):111-122.). Esta planta, conhecida como “sipaúba” ou “vaqueta”, causa intoxicação sob a forma de surtos no começo da estação chuvosa em regiões de Caatinga. Os bovinos adoecem entre o 10º e 25º dias, após a primeira chuva, a evolução clínica é de 5-8 dias. T. glaucocarpa tem crescimento rápido no início da brotação e após esse período o crescimento é mais lento. A intoxicação ocorre na fase inicial da brotação, após esse período há disponibilidade de outras plantas para o consumo dos bovinos (Tokarnia et al. 1981Tokarnia C.H., Döbereiner J., Canella C.F.C., Couceiro J.E.M., Silva A.C.C. & Araújo F.V. 1981. Intoxicação de bovinos por Thiloa glaucocarpa (Combretaceae), no Nordeste do Brasil. Pesq. Vet. Bras. 1(4):111-132., 1994Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Peixoto P.V. 1994. Aspectos clinico-patológicos complementares da intoxicação por algumas plantas tóxicas brasileiras. Pesq. Vet. Bras. 14(4):111-122., 2002Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Peixoto P.V. 2002. Poisonous plants affecting livestock in Brazil. Toxicon 40(12):1635-1660. <http://dx.doi.org/10.1016/S0041-0101(02)00239-8> <PMid:12457875>
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, 2012Tokarnia C.H., Brito M.F., Barbosa J.D., Peixoto P.V. & Döbereiner J. 2012. Plantas Tóxicas do Brasil. 2ª ed. Editora Helianthus, Rio de Janeiro, RJ. 566p.).

Após o diagnóstico do botulismo no agreste do Piauí (Tokarnia et al. 1970Tokarnia C.H., Langenegger J., Langenegger C.H. & Carvalho E.V. 1970. Botulismo em bovinos no Piauí, Brasil. Pesq. Agropec. Bras. 5:465-472.), Dr. Döbereiner e colaboradores realizaram diversos estudos epidemiológicos sobre o botulismo epizoótico em diversas regiões brasileiras (Langenegger & Döbereiner 1988Langenegger J. & Döbereiner J. 1988. Botulismo enzoótico em búfalos no Maranhão. Pesq. Vet. Bras. 8(1/2):37-42., Döbereiner et al. 1992Döbereiner J., Olson C., Brown R.R., Price J.M. & Yess N. 1966. Metabolites in urine of cattle with experimental bladder lesions and fed bracken fern. Pesq. Agropec. Bras. 1:189-199., Dutra et al. 2001Dutra I.S., Döbereiner J., Rosa I.V., Souza L.A.A. & Nonato M. 2001. Surtos de botulismo em bovinos no Brasil associados à ingestão de água contaminada. Pesq. Vet. Bras. 21(2):43-48. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2001000200002>
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, 2005Dutra I.S., Döbereiner J. & Souza A.M. 2005. Botulismo em bovinos alimentados com cama de frango. Pesq. Vet. Bras. 25(2):115-119. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2005000200009>
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). Assim, descreveram surtos da doença associados à osteofagia, à veiculação hídrica e aos alimentos; sempre conjugando as atividades de pesquisa às de extensão e que resultaram hoje em dia no maior mercado mundial de vacinas anti-botulínicas. De importante contexto histórico o botulismo, assim como diversos outros problemas sanitários, revelava a necessidade na visão do Dr. Döbereiner de um sistema de saúde animal em que a base seria o diagnóstico realizado nas propriedades rurais por médicos veterinários e um sistema de informação. As diversas discussões sobre a etiologia da “doença misteriosa”, ou “doença da vaca caída”, embora legítimas, atrasaram a divulgação das medidas de diagnóstico, controle e prevenção dessa enfermidade, que no seu curso natural causou a perda de milhões de bovinos nas décadas de 1980-1990.

Na década de 1990, diante da necessidade de se buscar um teste diagnóstico com boa sensibilidade e especificidade novamente o Dr. Döbereiner procurou a colaboração internacional. Nesse contexto, com o auxílio da Embrapa e do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp/Jaboticabal estabeleceu uma parceria com o Dr. Hans-Erich Weiss, veterinário de um instituto de diagnóstico de Heidelberg, Alemanha, que havia adaptado a técnica de fixação de complemento para o diagnóstico do botulismo. Os trabalhos científicos resultantes dessas ações e da equipe foram de grande valor para consolidar uma nova etapa no diagnóstico e controle da doença no país (Dutra et al. 1993bDutra I.S., Weiss H.E. & Döbereiner J. 1993b. Diagnóstico do botulismo em bovinos no Brasil pela técnica de microfixação de complemento. Pesq. Vet. Bras. 13(3/4):83-86., Menegucci et al. 1998Menegucci E.A., Dutra I.S. & Döbereiner J. 1998. Sensibilidade toxicológica e especificidade do teste de microfixação de complemento na detecção de toxinas C e D em meio de cultura e fígado de camundongos. Pesq. Vet. Bras. 18(2):47-52. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1998000200001>
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, Silva et al. 1998Silva T.M.D., Dutra I.S., Castro R.N. & Döbereiner J. 1998. Ocorrência e distribuição de esporos de Clostridium botulinum tipos C e D em áreas de criação de búfalos na Baixada Maranhense. Pesq. Vet. Bras. 18(3/4):127-131. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1998000300007>
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, Souza et al. 2006Souza A.M., Marques D.F., Döbereiner J. & Dutra I.S. 2006. Esporos e toxinas de Clostridium botulinum dos tipos C e D em cacimbas no Vale do Araguaia Goiás. Pesq. Vet. Bras. 26(3):133-138. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2006000300001>
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, Curci et al. 2007Curci V.C.L.M., Dutra I.S., Döbereiner J. & Lucas Junior J. 2007. Pré-compostagem de cadáveres de bovinos acometidos pelo botulismo. Pesq. Vet. Bras. 27(4):157-161. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2007000400005>
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).

O início dos estudos com deficiências minerais ocorreu com a descrição de um surto de ataxia enzoótica em ovinos no Piauí (Döbereiner et al. 1966Döbereiner J., Olson C., Brown R.R., Price J.M. & Yess N. 1966. Metabolites in urine of cattle with experimental bladder lesions and fed bracken fern. Pesq. Agropec. Bras. 1:189-199.) e a continuação de uma série de avaliações detectaram que o diagnóstico clínico patológico de deficiências minerais deve ser realizado por veterinário com experiência em diagnóstico de doenças e a confirmação deve ser realizada sobretudo com dosagens de minerais em tecidos do animal (Tokarnia et al. 1988Tokarnia C.H., Döbereiner J. & Moraes S.S. 1988. Situação atual e perspectivas da investigação sobre nutrição mineral em bovinos no Brasil. Pesq. Vet. Bras. 8(1/2):1-16., 1999Tokarnia C.H., Döbereiner J., Moraes S.S. & Peixoto P.V. 1999. Deficiências e desequilíbrios minerais em bovinos e ovinos - revisão dos estudos realizados no Brasil de 1987 a 1998. Pesq. Vet. Bras. 19(2):47-62. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1999000200001>
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, Pilati et al. 1996Pilati C., Dutra I.S., Behrens K., Döbereiner J. & Dämmrich K. 1996. Diagnóstico da deficiência de fósforo em bovinos pelos exames histológicos e microrradiográficos de costelas. Pesq. Vet. Bras. 16(1):27-33., Moraes et al. 1999Moraes S.S., Tokarnia C.H. & Döbereiner J. 1999. Deficiências de microelementos em bovinos e ovinos em algumas regiões do Brasil. Pesq. Vet. Bras. 19(1):19-33. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X1999000100004>
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). Verificaram também que as perdas econômicas na pecuária ocorrem tanto em função de dietas com excesso de elementos (principalmente fósforo) e quanto pela falta de determinado elemento na dieta (deficiência mineral, principalmente sódio, fósforo, cobre e cobalto) (Tokarnia et al. 2000bTokarnia C.H., Döbereiner J. & Peixoto P.V. 2000b. Deficiências minerais em animais de fazenda principalmente bovinos em regime de campo. Pesq. Vet. Bras. 20(3):127-138. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2000000300007>
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, 2012Tokarnia C.H., Brito M.F., Barbosa J.D., Peixoto P.V. & Döbereiner J. 2012. Plantas Tóxicas do Brasil. 2ª ed. Editora Helianthus, Rio de Janeiro, RJ. 566p., Malafaia et al. 2014Malafaia P., Costa R.M., Brito M.F., Peixoto P.V., Barbosa J.D., Tokarnia C.H. & Döbereiner J. 2014. Equívocos arraigados no meio pecuário sobre deficiência e suplementação mineral em bovinos no Brasil. Pesq. Vet. Bras. 34(3):244-249. <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2014000300008>
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).

Desde estudante e nos muitos anos de pesquisa Dr. Jürgen Döbereiner, foi bolsista do CNPq, publicou 174 artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais e orientou várias teses de pós-graduação.

Jürgen foi presidente da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) por dois mandatos consecutivos (2000-2001 e 2002-2003) e colaborou incansavelmente para o crescimento da ABEC.

Em 1978, Dr. Jürgen e outros colegas (Carlos Hubinger Tokarnia, Severo Sales de Barros, Professor Langenegger, Professor Hugo Edson Barbosa de Rezende, Rubens Pinto Melo e Professor Laerte Grisi) fundaram o Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA), com o objetivo da edição de um periódico científico de medicina veterinária de âmbito nacional. Dr. Jürgen foi presidente do CBPA de 1978 a 2018.

Em 1981, o CBPA publicou o primeiro fascículo da revista Pesquisa Veterinária Brasileira. Este periódico científico foi criado para apresentar à comunidade, principalmente veterinários de campo e professores, os principais problemas de saúde em Animais de Produção/Livestock Diseases no Brasil, ou seja, patologia em seu sentido amplo, envolvendo as áreas de epidemiologia, clínica e diagnóstico laboratorial. A partir de 2007, a revista passou a ter periodicidade mensal e ampliou a sua abrangência ao publicar artigos das áreas de Pequenos Animais/Small Animal Diseases, Animais Selvagens/Wildlife Medicine e Morfofisiologia/Animal Morphophysiology. A Pesq. Vet. Bras. foi desde o primeiro fascículo, indexada pela prestigiada base de dados internacional Thomson Reuters e, recentemente, foi classificada pela CAPES como Qualis A2. A partir de 2019, todos os artigos serão publicados em inglês e com um resumo em português. Recentemente foi incorporado o serviço de edição de imagens como exemplo de importantes periódicos científicos internacionais da área de Patologia Veterinária. Um dos objetivos de Dr. Jürgen era indexar a Pesq. Vet. Bras. na prestigiada base de dados PubMed. O CBPA firmou termos de cooperação técnica com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e com a Universidade de Brasília para aperfeiçoar a publicação e conquistar maior visibilidade para a Pesq. Vet. Bras. Jürgen se preocupava com a segurança da continuidade da publicação da revista, por isso, dedicou-se a ensinar várias filosofias sobre a publicação científica aos jovens professores com quem mantinha amizade (Fig.7).

Fig.7.
Jürgen Döbereiner e Daniel Guimarães Ubiali no dia 10 de outubro de 2018. Ao programar juntos o fascículo de janeiro de 2019 da revista Pesquisa Veterinária Brasileira, acabou a energia e trabalharam à luz de velas! Foto de Jeann Leal, outubro de 2018.

Jürgen sempre residiu de 1952 a 2018 no bairro residencial da Universidade Rural, Km 47 (Fig.8), também conhecido como Ecologia; a proximidade de sua residência com o IBA permitiu uma qualidade de vida excelente a Jürgen, Johanna (sua esposa) e seus três filhos Maria Luisa, Cristian e Lorenz. Convém mencionar que Dr. Döbereiner estava concentrando suas energias nos finais de semana no seu “Sítio Porangaba” (Fig.4), umas das primeiras Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN) do Estado do Rio de Janeiro, situado na Mata Atlântica da Serra do Mar, em Itaguaí/RJ. Ele foi um dos fundadores e o presidente da Associação do Patrimônio Natural (APN) e demonstrava exemplo em contribuir na conservação da biodiversidade.

Fig.8.
Jürgen Döbereiner em sua residência, em Seropédica/RJ, Km 47. Foto de Jeann Leal, outubro de 2018.

Recentemente Dr. Jürgen Döbereiner desenvolveu a publicação do livro “Hanne, Johanna Döbereiner: uma vida dedicada à ciência” sobre a vida de sua esposa, que foi escrito pela jornalista Kristina Michahelles (2018)Michahelles K. 2018. Hanne, Johanna Döbereiner: uma vida dedicada à ciência. Trio Studio Editora e Gráfica Digital, Rio de Janeiro. 102p..

Após 55 anos de serviço, em 2010 Dr. Jürgen se aposentou com 86 anos de idade, mas continuou atuando, desde 1981 como editor geral da revista Pesq. Vet. Bras. até o último dia de sua vida. Ele deixou um documento intitulado “Carta de Porangaba”, em homenagem ao seu sítio, onde desenvolveu junto com colaboradores um projeto para o aperfeiçoamento dos serviços veterinários no Brasil por meio de um Sistema Integrado de Saúde Animal (SISA).

Jürgen gostava de contar sobre suas aventuras durante viagens a campo, portanto realizaram-se filmagens de grande parte dessas histórias, as quais serão editadas para a preparação de um documentário intitulado por Jürgen como Histórias de Pesquisa em Saúde Animal no Brasil.

Dr. Jürgen Döbereiner com 94 anos, faleceu em casa no dia 16 de outubro de 2018.

Agradecimentos

Agradecemos o Prof. Jeann Leal de Araújo pela excelente qualidade artística das imagens.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan 2019

Histórico

  • Recebido
    03 Dez 2018
  • Aceito
    17 Dez 2018
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