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Comportamento de risco para transtorno alimentar em universitárias brasileiras

Eating disorders risk behavior in Brazilian female university students

Resumos

CONTEXTO: Comportamentos de risco para transtornos alimentares envolvem atitudes e práticas inadequadas para com o alimento e o peso e podem ser avaliados com base em instrumentos validados. OBJETIVOS: Avaliar comportamento de risco para transtornos alimentares em universitárias brasileiras das cinco regiões do país. MÉTODOS: 2.483 universitárias responderam ao Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) nas cinco regiões. A pontuação no teste foi comparada entre as regiões por meio do teste qui-quadrado. Possíveis associações ou correlações com curso de graduação, idade, estado nutricional, renda individual e escolaridade do chefe da família foram avaliadas pelos coeficientes de Pearson e Spearman. Uma análise de covariância comparou o escore do EAT entre as regiões. RESULTADOS: A frequência de comportamento de risco para transtornos alimentares variou de 23,7% a 30,1% nas cinco regiões e não houve diferença na pontuação média do EAT e na proporção de escores positivos para comportamento de risco entre as regiões. Não houve forte correlação do escore do EAT com nenhuma das variáveis. CONCLUSÃO: Universitárias brasileiras apresentam alta frequência de comportamentos de risco para TA em todas as regiões do país. Medidas de prevenção devem ser planejadas para a população jovem feminina do Brasil.

Transtornos alimentares; EAT-26; fatores de risco; atitudes alimentares; universitárias


BACKGROUND: Risk behavior for eating disorders enrolled inadequate practices and attitudes with food and weight control and could be evaluated with valid instruments. OBJECTIVES: To evaluate risk behaviors for eating disorders among Brazilian female university students from different regions. METHODS: 2.483 college students filled out the Eating Attitudes Test (EAT-26) at five regions in Brazil. The test score was compared among regions by chi-square test and possible associations or correlations with major, age, nutritional status, individual income and parental education evaluated by Pearson and Spearman coefficients. A covariance analysis compared the EAT scores among regions. RESULTS: The frequency of positive eating disorder behavior ranges from 23.7% to 30.1% among five regions. There was no difference in EAT scores among regions, and there was not strong correlation between EAT scores and the variables studied. DISCUSSION: Brazilian female university students have high frequency of risk behaviors for eating disorders in all regions of the country. Prevention strategies must be developed for the young female population of Brazil.

Eating disorders; EAT-26; risk factors; eating attitudes; college students


ARTIGOS ORIGINAIS

Comportamento de risco para transtorno alimentar em universitárias brasileiras

Eating disorders risk behavior in Brazilian female university students

Marle dos Santos AlvarengaI; Fernanda Baeza ScagliusiII; Sonia Tucunduva PhilippiIII

IDepartamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Ambulim, IPq-HC-FMUSP), Departamento de Psiquiatria, IPq, USP, São Paulo, Brasil

IIUniversidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Campus Baixada Santista, São Paulo, Brasil

IIIDepartamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Marle dos Santos Alvarenga Rua Cotoxó, 303, sala 127, Pompeia 05021-000 – São Paulo, SP Telefone: (11) 3672-3869 E-mail: marlealvarenga@gmail.com

RESUMO

CONTEXTO: Comportamentos de risco para transtornos alimentares envolvem atitudes e práticas inadequadas para com o alimento e o peso e podem ser avaliados com base em instrumentos validados.

OBJETIVOS: Avaliar comportamento de risco para transtornos alimentares em universitárias brasileiras das cinco regiões do país.

MÉTODOS: 2.483 universitárias responderam ao Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) nas cinco regiões. A pontuação no teste foi comparada entre as regiões por meio do teste qui-quadrado. Possíveis associações ou correlações com curso de graduação, idade, estado nutricional, renda individual e escolaridade do chefe da família foram avaliadas pelos coeficientes de Pearson e Spearman. Uma análise de covariância comparou o escore do EAT entre as regiões.

RESULTADOS: A frequência de comportamento de risco para transtornos alimentares variou de 23,7% a 30,1% nas cinco regiões e não houve diferença na pontuação média do EAT e na proporção de escores positivos para comportamento de risco entre as regiões. Não houve forte correlação do escore do EAT com nenhuma das variáveis.

CONCLUSÃO: Universitárias brasileiras apresentam alta frequência de comportamentos de risco para TA em todas as regiões do país. Medidas de prevenção devem ser planejadas para a população jovem feminina do Brasil.

Palavras-chave: Transtornos alimentares, EAT-26, fatores de risco, atitudes alimentares, universitárias.

ABSTRACT

BACKGROUND: Risk behavior for eating disorders enrolled inadequate practices and attitudes with food and weight control and could be evaluated with valid instruments.

OBJECTIVES: To evaluate risk behaviors for eating disorders among Brazilian female university students from different regions.

METHODS: 2.483 college students filled out the Eating Attitudes Test (EAT-26) at five regions in Brazil. The test score was compared among regions by chi-square test and possible associations or correlations with major, age, nutritional status, individual income and parental education evaluated by Pearson and Spearman coefficients. A covariance analysis compared the EAT scores among regions.

RESULTS: The frequency of positive eating disorder behavior ranges from 23.7% to 30.1% among five regions. There was no difference in EAT scores among regions, and there was not strong correlation between EAT scores and the variables studied.

DISCUSSION: Brazilian female university students have high frequency of risk behaviors for eating disorders in all regions of the country. Prevention strategies must be developed for the young female population of Brazil.

Keywords: Eating disorders, EAT-26, risk factors, eating attitudes, college students.

Introdução

Transtornos alimentares (TA) são distúrbios psiquiátricos de etiologia multifatorial caracterizados por consumo, padrões e atitudes alimentares extremamente perturbadas e excessiva preocupação com o peso e a forma corporal1,2. O diagnóstico de um TA tem critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, no Código Internacional de Doenças3, e pela Associação de Psiquiatria Americana, no Manual de Estatísticas de Doenças Mentais (DSM-IV)1, e deve ser feito preferencialmente por um psiquiatra. A baixa prevalência e incidência dos TA torna os estudos de prevalência ou incidência de difícil realização. A utilização de entrevistas estruturadas feitas por psiquiatra para diagnóstico é inviável em grandes estudos, assim instrumentos de avaliação – como questionários – foram desenvolvidos tendo a vantagem da objetividade, baixo custo e possibilidade de exploração estatística4. Estudos epidemiológicos com TA são complexos e difíceis de serem realizados, portanto pesquisas sobre comportamento de risco podem dar um indício do problema em determinado local e população4,5.

As estimativas de incidência e prevalência de TA variam muito dependendo da amostragem e métodos de avaliação; sugere-se que a prevalência de bulimia nervosa (BN) tenha tido leve decréscimo, enquanto a prevalência de anorexia nervosa (AN) parece ter tido leve acréscimo2. Aponta-se que a maior frequência de TA está entre mulheres jovens, afetando 3,2% daquelas entre 18 e 30 anos6. As taxas de prevalência de TA, dependendo do quadro – síndromes completas ou parciais –, variam de 0,5% a 5%5. Mesmo indivíduos com transtornos alimentares não especificados – considerados menos graves – têm risco de morte elevado7 e sabe-se que os TA têm alto custo para o sistema de saúde8.

Os comportamentos de risco precedem os TA clássicos e entre os fatores envolvidos estão o gênero e a etnicidade6. Os comportamentos de risco tiveram aumento de incidência e são frequentes em estudantes universitárias2. A problemática dos TA é global e a prevalência de pessoas com sintomas é considerável. Estudos internacionais que avaliaram comportamento de risco encontraram frequências variando de 6,2% na China9 a 21,7% no Paquistão10.

No Brasil, os estudos que avaliaram comportamento de risco também encontraram prevalências preocupantes. Ferreira e Veiga11, avaliando uma população de adolescentes de 12 a 19 anos, com baixo nível socioeconômico, no Rio de Janeiro, encontraram 37,3% com sintomas de compulsão alimentar e 24,7% fazendo dieta restritiva. O único estudo nacional de base populacional é o de Nunes et al.12, que avaliou uma amostra representativa de mulheres de Porto Alegre por meio do Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) e do Teste de Investigação Bulímica de Edinburgo (BITE), encontrando 16,5% da população com sintomas de TA, segundo o EAT-26, e 2,9%, segundo o BITE. Avaliando 1.807 crianças e adolescentes de 7 a 19 anos, em Minas Gerais, Vilela et al.13 encontraram 13,3% com sintomas de TA, segundo o EAT-26, e 1,1%, segundo o BITE.

Os estudos nacionais sobre comportamento de risco para TA no Brasil foram localizados e realizados com amostras pequenas e variadas – como escolares, adolescentes e estudantes universitárias13-18. Nenhum estudo foi realizado até o momento com um mesmo grupo etário, em diferentes localidades do Brasil, a fim de investigar diferenças e/ou semelhanças entre a frequência dos comportamentos de risco para TA.

Sabe-se que os TA têm forte componente cultural2 e, como o Brasil tem dimensões continentais e grande diversidade cultural, é possível supor que tais fatores podem alterar a prevalência de TA em cada região. Essa hipótese nunca foi testada no Brasil previamente. O presente trabalho objetivou, portanto, investigar possíveis diferenças no comportamento de risco para TA em universitárias das cinco regiões do Brasil e avaliar possíveis associações e correlações com o curso de graduação, estado nutricional, faixa etária, renda individual e escolaridade do chefe da família.

Métodos

Local

A avaliação de comportamento de risco para TA em universitárias de diferentes regiões do Brasil esteve inserida dentro de projeto de pesquisa de avaliação de atitudes alimentares utilizando outro instrumento validado para esse fim e envolveu a parceria com instituições de ensino superior, públicas e privadas no Brasil19.

Uma amostra de estudantes universitárias foi definida para avaliar mulheres jovens em um estudo transversal. O tamanho da amostra foi determinado mediante cálculos feitos pelo OpenEpi software (Dean AG, Sullivan KM & Soe MM, Rollins School of Public Health – Emory University, Atlanta, GA, USA. Updated 2007), considerando: a) poder, de 80%; b) significância, de 5%; c) o total da população de mulheres universitárias no Brasil em 2005 de acordo com o Ministério da Educação (2.488.927); e d) a frequência hipotética do fator de resultado nessa população, de 8,3%16. Utilizando-se esses parâmetros, verificou-se que seria necessária uma amostra regional de 117 sujeitos.

O fator utilizado foi risco para TA avaliado pelo EAT-2620. O resultado encontrado por Feio16 foi escolhido porque este trabalho foi realizado com estudantes universitárias numa amostra randomizada, enquanto outros realizados no Brasil com população universitária foram apenas feitos com estudantes de cursos específicos – Nutrição ou Medicina, por exemplo17,18,21.

Foram enviados convites oficiais a 130 instituições de ensino superior das cinco regiões do Brasil por e-mail, utilizando-se a lista do Conselho Federal de Nutrição de 2007, convidando para parceria em pesquisa; 37 delas aceitaram participar.

Sujeitos

Foram definidos para pesquisa os cursos de Enfermagem e/ou Psicologia prioritariamente, por serem cursos eminentemente femininos. Não havendo esses cursos na instituição, foram indicados os de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Farmácia e/ou Biomedicina – por serem os mais presentes em todas as instituições de ensino na área da saúde.

Foram convidados a participar da pesquisa estudantes desses cursos universitários, dos primeiros e segundos anos do curso, para maior homogeneização da amostra. Os critérios de inclusão foram: ser do gênero feminino; ter idade maior ou igual a 18 anos e menor ou igual a 50 anos; preencher o termo de consentimento. Os critérios de exclusão foram: ser nutricionista e/ou cursar graduação em Nutrição. Embora a lista do CFN tenha sido utilizada para contato com as instituições – por conta da formação profissional dos autores –, optou-se pela não aplicação da escala aos estudantes de Nutrição, porque alguns estudos apontam que estudantes dessa área têm comportamento alimentar alterado17,21,22. Pela proximidade com a área da nutrição e corpo, não foram convidados os alunos do curso de Educação Física.

Instrumento

Os responsáveis locais receberam instruções específicas sobre a pesquisa e aplicação dos instrumentos, que deveriam ser preenchidos em sala de aula pelos participantes que respeitassem os critérios de inclusão e exclusão. As alunas responderam também dados de caracterização como idade, peso e estatura autorreferidos, renda individual e grau de instrução do chefe da sua família.

O Teste de Atitudes Alimentares utilizado para avaliação de comportamento de risco é um instrumento autoaplicável que serve para rastreamento de sintomas de TA, traduzido para o português por Nunes et al.23 e depois validado por Bighetti et al.24. O teste avalia sintomas de restrição alimentar e identifica comportamentos anoréxicos e de dieta. O instrumento foi validado no Canadá com pacientes com AN e jovens universitárias saudáveis. A versão original do EAT40 era constituída de 40 itens e, mais tarde, os autores propuseram a versão abreviada com 26 questões – EAT-2620. Concluiu-se que o teste não faz diagnóstico do distúrbio, mas detecta casos clínicos em população de alto risco e identifica indivíduos com preocupações anormais com alimentação e peso. O instrumento possui seis opções de resposta, que variam de 0 a 3 pontos (sempre = 3; muitas vezes = 2; às vezes = 1; poucas vezes, quase nunca e nunca = 0); a questão 25 tem resposta invertida. A pontuação maior ou igual a 21 no EAT identifica o indivíduo em grupo de risco para TA20.

O EAT é um questionário muito utilizado em avaliações de comportamento de risco e sintomas de TA – com pacientes e em estudos populacionais; ele é também utilizado em estudos internacionais com populações diversas, dada a sua facilidade de aplicação, eficiência, economia e não necessidade de treinamento para administração4,25. O EAT é provavelmente o mais usado de todos os instrumentos de autopreenchimento na área dos TA25.

A versão de Nunes et al.26 para o EAT-26 teve consistência interna (Alpha de Cronbach) de 0,75; o trabalho de Bighetti et al.24 validando outra versão em português do EAT-26 com adolescentes do sexo feminino encontrou Alpha de Cronbach de 0,82 – essa versão realizou também uma revisão das questões de cada subescala após análise fatorial e alocou a ordem das questões no teste. Como essa versão realizou análise fatorial e encontrou maior consistência interna no instrumento, optou-se por utilizá-la para aplicação nas universitárias.

Análise dos dados

As análises estatísticas foram conduzidas por meio do software SPSS 12.0 (Statistical Package for Social Science Inc., Chicago, Illinois USA). Para todas as análises foi considerado um nível de significância de 5%.

Uma análise de correlação entre as variáveis quantitativas foi realizada utilizando o coeficiente de Pearson, e para avaliar o escore do EAT com as variáveis qualitativas foi utilizado o coeficiente de Spearman.

Foram consideradas como tendo comportamento de risco para TA as universitárias cuja pontuação do EAT-26 foi > 21 (escore positivo) e sem comportamento de risco aquelas cujo escore foi < 21 (escore negativo). Esses resultados, como escore positivo e negativo, foram comparados por meio do teste qui-quadrado entre as regiões brasileiras.

Uma análise de covariância comparou o escore do EAT entre as regiões utilizando como covariáveis a idade, o índice de massa corpórea (IMC), a renda mensal individual em faixas de salários mínimos, a escolaridade do chefe da família e o curso de graduação. As suposições de homocedasticidade foram verificadas parautilização desse teste.

Aspectos éticos

As universitárias preencheram o termo de consentimento livre e esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Faculdadede Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Resultados

Do total de estudantes que participaram da pesquisa sobre atitudes alimentares (n = 2.489), 2.483 preencheram corretamente o EAT

26. Do total de participantes, 9,6% era da Região Norte, 15,4%, da Região Nordeste, 8,0%, da Região Centro-Oeste, 35,6%, da Região Sudeste e 31,4%, da Região Sul. Em relação ao curso de graduação, 58,7% cursavam Enfermagem, 15,1%, Psicologia, 12,3%, Farmácia, 9,4%, Fisioterapia, 1,8%, Biomedicina, 1,3%, Fonoaudiologia e 1,4% não informaram o curso.

Os dados de idade, peso, altura e IMC das universitárias podem ser observados na tabela 1. Quando o IMC foi classificado de acordo com a Organização Mundial de Saúde27, observou-se que a maioria (70,6%) estava eutrófica19.

Quando classificadas de acordo com a renda mensal em faixa de salários mínimos (SM), 45% declararam receber menos de 2SM/mês; 26%, de 2 a 4,9 SM/mês; 5,9%, de 5 a 9,9 SM/mês e 1,8%, mais de 10 SM/mês (1.958 universitárias forneceram esse dado= 78,7%). Quando avaliadas segundo o nível de escolaridade dochefe da família, 44,7% tinham chefe com nível superior completo ou incompleto; 30,1%, curso secundário completo ou incompleto; 16,8%, fundamental completo e 4,3% eram analfabetos ou haviam estudado no máximo quatro anos (2.388 universitárias forneceram esse dado = 95,9%)19.

Observam-se na tabela 1 os resultados do escore do EAT-26 nas diferentes regiões brasileiras. Na análise de covariância, observou-se que apenas o IMC influenciava no modelo final (p = 0,001). Com o modelo ajustado pelo IMC, o teste apontou que não houve diferença nas médias das pontuações entre as diferentes regiões (p = 0,210).

A correlação entre o escore do EAT-26 e as variáveis foi inexistente ou muito baixa: 0,025 para idade; 0,213 para IMC; -0,030 para curso; 0,001 para renda e 0,010 para escolaridade.

Quando o resultado na pontuação do EAT-26 foi avaliadosegundo escore positivo (EAT+) e escore negativo (EAT-) paracomportamento de risco, encontrou-se que 26,1% da amostratotal apresentava comportamento de risco para um TA (Tabela 2). A maior proporção de escores positivos foi encontrada na Região Norte e a menor, na Região Centro-Oeste, porém de acordo com o teste do qui-quadrado não houve diferença estatisticamente significante entre as distribuições (p = 0,298).

Discussão

Encontrou-se nas universitárias brasileiras uma frequência altae preocupante de comportamentos de risco para TA em todasas regiões do país. Até onde se sabe, esse foi o estudo com maior tamanho amostral, quando comparado às pesquisas brasileiras einternacionais. Por questões logísticas e financeiras, foi impossível o deslocamento para todas as regiões para a coleta desses dados, mas, mesmo sem trabalhar com uma amostra probabilística representativa de cada região, acredita-se que, pelo número expressivo de universitárias participantes e pela inexistência de trabalhos comparativos em diferentes regiões do Brasil, esses resultados ilustram a realidade dos comportamentos de risco para TA em universitárias brasileiras.

O EAT-26, assim como outros instrumentos de avaliação, não faz diagnóstico de transtornos alimentares e então não se pode afirmar sobre quadros de TA nessa população, mas comportamentos de risco são apontados. Uma nomenclatura sugerida da Associação Dietética Americana e utilizada em diferentes trabalhos é o comer transtornado (do inglês disorderd eating), caracterizado por comportamentos alimentares problemáticos e métodos inadequados para perder ou controlar o peso que ocorrem com menor frequência e de forma menos severa do que o exigido pelos critérios diagnósticos6.

O percentual de EAT positivo para comportamento de risco foi maior do que o encontrado em outros estudos com universitários no país. Souza et al.18 encontraram 5,5% de EAT+ em alunas do curso de Medicina avaliadas na Universidade Federal do Ceará (UFC). Bosi et al.14,28,29 avaliaram alunas de Nutrição, Psicologia e Educação Física no Rio de Janeiro e encontraram 14,0%, 6,9% e 6,9%, respectivamente, com EAT+. Feio16 encontrou 8,3% de EAT+ na avaliação de universitárias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O resultado desta pesquisa foi similar apenas ao encontrado por Fiates e Salles17, avaliando alunas da UFSC, em que o percentual de EAT+ foi de 22,2%, e no grupo de alunas do curso de Nutrição, o percentual foi maior que nos outros grupos (25,4% na Nutrição e 18,7% nos demais). Antonaccio21 também encontrou valores maiores de EAT+ em estudantes do curso de Nutrição da Universidade de São Paulo (USP) e de uma instituição particular em São Paulo, e a média foi de 40% de EAT+, variando de 27,8% a 50%, dependendo do período do curso em andamento.

Uma possível consideração para os maiores valores encontrados no presente trabalho pode ser devida à versão do EAT utilizada, que foi a de Bighetti et al.24, e não a versão de Nunes et al.23 que foi a utilizada nos demais trabalhos nacionais; esta última versão, no entanto, mostrou baixos coeficientes de validade26. Em seu trabalho com adolescentes, Bighetti et al.24 encontraram 41,6% com EAT+, com a mesma versão do EAT-26 utilizada no presente trabalho. Outro possível fator de diferença é o uso do ponto de corte de 20 ou 21 para EAT+ nos diferentes trabalhos.

Trabalhos internacionais realizados com estudantes universitárias também encontram resultados diversos. Nos Estados Unidos (EUA), Anstine e Grinenko30 encontraram 17,0% de EAT+ em universitárias na Flórida; Hoerr et al.31 encontraram 10,9% de EAT+ em universitárias de Michigan; e Nelson et al.32 encontraram 20% com de EAT+ em universitárias do Meio-Oeste Americano. Em diferentes localidades americanas, outros estudos encontraram valores de EAT+ para universitárias de 11,0%33, 17,0%34 e 19,1%35.

O EAT já foi traduzido para diversas línguas – seja na sua versão de 40 ou de 26 questões –, entre elas japonês, alemão, francês e irdu (no Paquistão). Muitos dos estudos realizados em países fora da América utilizaram o EAT-40 ou foram realizados com adolescentes (a população mais avaliada) e estudantes de segundo grau. Em culturas diferentes da americana, os valores de EAT-26+ em estudos com universitárias são também variados. Makino et al.9, avaliando universitárias em Pequim na China, encontraram 6,2% com EAT+. Ambrosi-Randic e Pokrajac-Bulian36 encontraram 11,3% de EAT+ em universitárias na Croácia. Celikel et al.37 encontraram 12% de uma amostra de estudantes universitárias da Turquia com EAT+. Babar et al.10, avaliando estudantes de Medicina e Enfermagem em Karachino Paquistão, encontraram um total de 21,7% de EAT+. Avaliando também estudantes de Medicina na Cracóvia, Kolarzyk e Jaglarz38 encontraram 8,9% de comportamento de risco para TA segundo EAT-26. Em outro estudo no Paquistão, desta vez com mulheresque haviam terminado a faculdade, mas de idade muito semelhante à do grupo de universitárias (18-24 anos), Suhail e Zaib-u-Nisa39 encontraram 17,0% de EAT+.

Pode-se perceber que a presente pesquisa encontrou valores superiores de EAT+ quando se compara aos estudos americanos e internacionais com universitárias. Não é possível afirmar, no entanto,que a frequência de comer transtornado ou comportamentos de risco para TA sejam maiores em universitárias brasileiras do que de outros países, dadas as diferenças de amostragem, metodologia, objetivo dos estudos e mesmo de outras características (faixa etária, renda, cultura, situação social) das estudantes avaliadas. De qualquer forma, os valores encontrados nesta amostra de universitárias chamam atenção pela magnitude da presença de comportamentos de risco.

O fato de diferenças estatísticas não terem sido encontradas entre as regiões pode apontar limitações da amostragem desta pesquisa; também se pode pensar que o EAT não é um bom instrumentopara captar diferenças culturais. Deve-se ainda considerar que fatores pessoais como experiências alimentares e cultura familiarpodem ter maior peso no comportamento de risco do que o curso da universitária, seu estado nutricional, renda e escolaridade do chefe da família. Outra questão a ser considerada é a presença de uma globalização de informações sobre beleza, magreza e dietasno país e a "pressão" com relação a elas e que, portanto, diferentes grupos, mesmo de estágio de vida e classe social semelhantes (como estudantes universitárias), não apresentem respostas diferentes ao teste; além disso, uma diferença na frequência de comportamentos de risco na verdade não exista nessa população.

Não ter encontrado forte correlação com as variáveis estudadas aponta que outras variáveis – como a insatisfação corporal e a influência da mídia – devam ser avaliadas em relação aos comportamentos de risco para TA. Estudo de Cenci et al.40 avaliando comportamento bulímico de universitárias brasileiras em Florianópolis encontrou quea insatisfação com a imagem corporal foi o mais importante fator associado e que não houve correlação de sintomas bulímicos com a renda familiar ou escolaridade da mãe. Segundo Andrade et al.41, os TA são prevalentes em adolescentes e adultos jovens pertencentes a todos os grupos étnicos, e não apenas entre indivíduos de cor brancae de países industrializados, e que há uma discordância de que os TAsejam um fenômeno puramente "ocidental", com estudos apontandopara uma distribuição socioeconômica mais ampla dos TA.

De qualquer modo, a magnitude dos comportamentos de risco apontados por este trabalho é importante, uma vez que esses comportamentos podem evoluir para síndromes completas de TA, além de levarem a outros prejuízos à saúde e a consequências psicossociais.Assim como no caso da obesidade, a prevenção dos TA tem sido colocada como de emergência em saúde42,43, uma vez que há aumentoda demanda, opções limitadas de tratamento, os casos são crônicos com recaídas frequentes e o tratamento do distúrbio é um dos mais caros entre todos os quadros psiquiátricos.

A revisão sistemática de Simon et al.8 apontou que no ReinoUnido o custo com tratamento da AN em 1990 foi de 4,2 milhões de libras; na Alemanha, o custo foi de 65 milhões de euros para AN e 10milhões de euros para BN e na Austrália o custo com tratamento dosTA em 1993/1994 foi de 22 milhões de dólares australianos. Não há estudo sobre custo dos TA no Brasil, de qualquer forma a presença dos comportamentos de risco deve ser considerada por profissionaise pelo sistema de saúde visando à adequada detecção, prevenção e tratamento dos casos.

No tocante a ações de saúde pública, as medidas de prevenção devem ser articuladas em vários níveis, envolvendo, por exemplo, a formação dos profissionais de atenção básica para o reconhecimentode sinais e sintomas de TA e a criação de programas específicos de prevenção para grupos de risco – como o detectado nesta pesquisa.

Sugere-se, ainda, que discussões sociais sobre os fatores de riscoambientais e, portanto, passíveis de mudança, como a questão dospadrões de beleza e da prática de dietas, devam ocorrer em váriossetores, como mídia, indústria da moda, área da saúde e da educação. Profissionais de saúde devem estar atentos a sinais de risco para TA, enão apenas aos quadros completos; e escolas e universidades deveriamplanejar a abordagem desses temas em seus programas educacionais.

Pode-se concluir que o comportamento de risco para TA é frequente entre universitárias brasileiras. Estes resultados apontam parauma relação inadequada com o alimento e com o corpo, que pode ter consequências físicas e psíquicas e que deve ser considerada por profissionais de saúde e educadores para planejamento de estratégias de educação nutricional e programas de prevenção de transtornos alimentares.

Agradecimentos

Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) pelo auxílio à realização deste trabalho (processo 06/56850-9). Também agradecemos aos coordenadores do curso de Nutrição e seus parceiros pela expressiva colaboração na coleta de dados nas instituições participantes: Centro de Ensino Unificado de Teresina, Centro Universitário de Barra Mansa, Centro Universitário de Brasília, Centro Universitário de Vila Velha, Centro Universitário de Volta Redonda, Centro Universitário do Sul de Minas, Centro Universitário Feevale, Centro Universitário La Salle, Centro Universitário Nilton Lins, Faculdade Itabirana de Saúde, Faculdade Natalense para

o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, Faculdade São Lucas Faculdade Vale do Ipojuca, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão, Universidade Católica Dom Bosco, Universidade Cruzeiro do Sul, Universidade de Brasília, Universidade de Caxias do Sul, Universidade de Cuiabá, Universidade do Sul de Santa Catarina, Universidade do Vale do Itajaí, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade Federal de Alfenas, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Mato Grosso, Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do Piauí, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Metodista de Piracicaba, Universidade Metodista de São Paulo, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Universidade Paulista Campus Manaus/São Paulo-Capital/Sorocaba.

Recebido: 6/1/2010

Aceito:10/3/2010

Instituição onde o trabalho foi elaborado: Departamento de Nutrição, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Abr 2011
    • Data do Fascículo
      2011

    Histórico

    • Recebido
      06 Jan 2010
    • Aceito
      10 Mar 2010
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