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À espera da seca que vem: capacidade adaptativa em comunidades rurais do semiárido

Waiting for the coming drought: adaptive capacity in rural communities of the Brazilian semiarid

Esperando de la sequía que viene: la capacidad de adaptación de las comunidades rurales en el Semiárido brasileño

Este artigo avalia a disponibilidade de recursos necessários para criação de capacidade adaptativa em comunidades rurais do semiárido brasileiro. A pesquisa utiliza dados primários obtidos por meio de aplicação de questionários. Dada a grande extensão geográfica da região, adota-se como recorte uma amostra de comunidades rurais inseridas em áreas susceptíveis à desertificação no Estado do Ceará. A discussão é feita a partir de um sistema de indicadores definido por meio de consultas a especialistas (método Delphi) e subdividido em quatro dimensões da capacidade adaptativa: capital social, capital econômico, capital humano e capital natural, pressupondo que a capacidade adaptativa é definida pela disponibilidade de um conjunto de recursos capazes de promover o bem-estar local. A análise da distribuição dos indicadores selecionados mostra que as comunidades possuem baixos níveis de recursos necessários para adaptação, sendo que os pontos mais críticos são destacados na dimensão de capital humano. No contexto observado acredita-se que as ações governamentais que poderiam melhorar a capacidade adaptativa das comunidades rurais do semiárido em relação às secas não encontram ambiente social propício para expressarem seu potencial, sendo o maior desafio a adoção de estratégias integradas de educação e capacitação da população que atuem de forma transversal em todas as políticas voltadas para o desenvolvimento local.

Palavras-chave:
Capacidade adaptativa; Vulnerabilidade climática; Políticas públicas


Abstract

This article evaluates the availability of resources needed to create adaptive capacity in rural communities of the Brazilian semiarid. The research uses primary data obtained with the application of questionnaires. Given the large geographic extent of the region, rural communities inserted in areas susceptible to desertification of Ceará were selected to the sample. The discussion is made based on a system of indicators defined by consulting with experts (DELPHI - Methodology ), and divided into four dimensions of adaptive capacity: social capital, economic capital, human capital and natural capital, assuming that adaptive capacity is the availability of a set of resources to promote local welfare. The analysis of the distribution of selected indicators shows that communities have lower levels of resources needed for adaptation, and the critical points are highlighted in the human capital dimension. It is believed that government actions that could improve adaptive capacity of rural communities in the semiarid does not find user-friendly environment for expressing their potential. The biggest challenge is the adoption of integrated strategies for education, and training of the population, which act crosswise in all public policies aimed to local development.

Keywords:
Adaptive capacity; Climate vulnerability; Public policy

Resumen

Este artículo evalúa la disponibilidad de los recursos necesarios para crear la capacidad de adaptación de las comunidades rurales de la región semiárida de Brasil. La investigación utiliza datos primarios obtenidos mediante la aplicación de cuestionarios. Dada la gran extensión geográfica de la región, se adopta una muestra de comunidades rurales situadas en áreas propensas a la desertificación en el estado de Ceará. La discusión se produce a partir de indicadores definidos con consultas a expertos (Delphi) y divididos en cuatro dimensiones de la capacidad de adaptación: capital social, capital económico, capital humano y capital natural, suponiendo que la capacidad de adaptación se define como la disponibilidad de un conjunto de recursos que puede promover el bienestar de la población. El análisis de la distribución de los indicadores seleccionados muestra que las comunidades tienen niveles bajos de los recursos necesarios para la adaptación, y los puntos más críticos están en la dimensión del capital humano. Se cree que las acciones del gobierno que podrían mejorar la capacidad de adaptación de las comunidades rurales no encuentran un ambiente social propicio para expresar su potencial, siendo el mayor reto la adopción de estrategias integradas de educación y formación de la población actuando de de forma transversal en todas las políticas de desarrollo local.

Palabras claves:
Capacidad de adaptación; Vulnerabilidad climática; Política pública

Introdução

A seca é um dos mais complexos e menos compreendidos fenômenos climáticos, afetando mais pessoas que qualquer outro perigo natural. Uma boa parte do planeta vai experimentar longa e extrema situação de seca nos próximos anos. É provavelmente verdadeira a máxima de que não exista um ano sem que esteja havendo um grave problema de seca em algum lugar da terra (ROSENBERG, 1980ROSENBERG, N. J. Drought. Science, New York, v. 208, n. 4445, p. 736, 1980. Disponível em: <http://sciencemag.org.ez11.periodicos.capes.gov.br/search?volume=208&submit=yes&firstpage=736 >. Acesso em: 04 abr. 2014.
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). No atual mundo interconectado, as secas regionais podem ter impactos globais sobre a oferta de alimentos e, consequentemente, prejudicar a estabilidade econômica e governamental em nível mundial (STERNBERG, 2011STERNBERG, T. Regional drought has a global impact. Nature, London, v. 472, n. 7342, p. 169, 2011. Disponível em: <http://www.nature.com/nature/journal/v472/n7342/pdf/472169d.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2014.
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). Assim, toda a população mundial encontra-se vulnerável ao evento.

No Brasil, a seca atua regularmente no semiárido, com impactos variantes no tempo e no espaço, em função de fatores físicos e sociais, bem como de tendências demográficas e características geográficas (MONACELLI; GALLUCCIO; ABBAFATI, 2005MONACELLI, G.; GALLUCCIO, M. C.; ABBAFATI, M. Drought assessment and forecasting. Drought within the context of the region VI. World Meteorological Organization, 2005.). As consequências das secas na região são de naturezas ambiental (perda da flora e da fauna, erosão do solo, escassez de recursos hídricos), social (desemprego, fome, processos migratórios) e econômica (queda da produção agrícola e de setores a ela relacionados). Como se trata de um perigo natural, a população pode reduzir seus impactos por meio de mitigação e preparação para enfrentá-los.

As ações governamentais para mitigação dos impactos da seca no semiárido brasileiro privilegiaram, por muitos anos, aspectos emergenciais e assistencialistas, sem um planejamento estratégico. No entanto, é inconteste a existência de um cenário de mudanças na governança da seca. Mais recentemente, a postura de combate à seca vem sendo substituída por estratégias de convivência. A população está sendo inserida, lentamente, em processos decisórios e adquirindo um papel de protagonismo, o qual é determinante para transformações efetivas, especialmente aquelas relacionadas à criação de capacidade adaptativa.

A preocupação com a criação de capacidade adaptativa em populações vulneráveis não é recente, mas ganhou maior notoriedade com os debates mundiais sobre mudanças climáticas ocorridos durante encontros internacionais, como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92, Convenção Quadro sobre Mudança Climática, Convenção sobre Diversidade Biológica, Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e tantos outros. As projeções do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC, 2014IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate change 2014: impacts, adaptation, and vulnerability. Part B: Regional aspects. Contribution of Working Group II to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. New York: Cambridge University Press, 2014.) apontam para a intensificação das secas em escala global, tanto na intensidade quanto na frequência, e também ressaltam a necessidade de dotar a população de meios para se adaptar e conviver da melhor forma possível com a seca, dentro de suas limitações em termos de recursos disponíveis. Cenários para o Brasil identificam a região semiárida como a mais vulnerável às mudanças esperadas, especialmente suas áreas rurais, onde são previstas secas mais intensas e frequentes (MARENGO et al., 2007MARENGO, J. A. et al. Caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao longo do século XXI: sumário técnico. Rio de Janeiro: Ministério do Meio Ambiente - MMA, 2007.). Caso as previsões se concretizem, ocorrerão empobrecimento dos solos, perda de biodiversidade, redução na recarga de aquíferos, além da queda na produção das culturas agrícolas (BARBIERI et al., 2010BARBIERI, A. F. et al. Climate change and population migration in Brazil's Northeast: scenarios for 2025-2050. Population and Environment, v. 31, n. 5, p. 344-370, 2010.). Segundo Cedeplar e Fiocruz (2008)CEDEPLAR - Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional; FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz. Mudanças climáticas, migrações e saúde: cenários para o Nordeste brasileiro, 2000-2050. Relatório de Pesquisa. Belo Horizonte, 2008., muitas áreas se tornarão inabitáveis.

Considerando-se o quadro descrito, embora não existam estudos conclusivos sobre relações entre dinâmica demográfica e mudanças climáticas (BARBIERI, 2013_________. F. Transições populacionais e vulnerabilidade às mudanças climáticas no Brasil. Redes, v. 18, n. 2, p. 193-213, 2013.), é aceitável pressupor que, se a população rural não estiver dotada de recursos para se adaptar e conviver da melhor forma possível com a seca, haverá um aumento dos deslocamentos populacionais em direção às áreas urbanas, mesmo que em uma perspectiva de longo prazo, uma vez que os impactos das mudanças climáticas sobre as migrações tenderão a ser pouco pronunciados até 2020 (QUEIROZ; BARBIERI, 2009QUEIROZ, B. L.; BARBIERI, A. F. Os potenciais efeitos das mudanças climáticas sobre as condições de vida e a dinâmica populacional no Nordeste brasileiro. In: HOGAN, D. J.; MARANDOLA JR., E. (Org.). População e mudança climática: dimensões humanas das mudanças ambientais globais. Campinas: UNPFA, 2009. p. 159-186.).

Estudos sobre a capacidade adaptativa da população rural do semiárido são pertinentes, considerando-se que a mesma se mostra pouco apta a enfrentar as dificuldades inerentes a cada nova seca, fato que ficou evidente no biênio 2012-2013, quando ocorreu uma das maiores secas dos últimos 30 anos (LINDOSO, 2013LINDOSO, D. P. Vulnerabilidade e adaptação da vida às secas: desafios à sustentabilidade rural familiar nos semiáridos nordestinos. Tese (Doutorado) - Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília - UnB, Brasília, 2013.). Admite-se que a recorrência da seca e a certeza de que ocorrerá não têm sido suficientes para criar capacidade adaptativa, tampouco intervenções pontuais de governos ou organizações não governamentais. Tal contexto instiga uma série de questionamentos. Esse estudo centra-se em dois deles: quais os principais recursos necessários para que a população rural adquira capacidade adaptativa às secas? As comunidades rurais possuem os recursos demandados para criação de capacidade adaptativa? Os questionamentos colocados são complexos e requerem estudos empíricos para sua compreensão. Nessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo analisar a capacidade adaptativa de comunidades rurais do semiárido do Ceará, a partir da disponibilidade de recursos sociais, econômicos, humanos e naturais.

Segundo Nisbet (1982)NISBET, R. Os filósofos sociais. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982., comunidade é uma forma de organização na qual as relações entre os indivíduos caracterizam-se por elevado grau de intimidade, compromisso moral e comprometimento com o bem de todos. Peixoto (2006)PEIXOTO, S. E. Comunidade e desenvolvimento agrícola. Núcleo de Estudos Ambientais e Rurais (Nuclaer), Universidade da Bahia - UFBA, [s.d.]. Disponível em <http://www.twiki.ufba.br/twiki/pub/Nuclear/Artigo2/artigo.pdf>. Acesso em 15. Ago. 2016.
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complementa que a comunidade realiza-se em grupos pequenos e com objetivos comuns, o que favorece sentimento de solidariedade e estimula a participação nos processos decisórios. Sob essas condições, as comunidades rurais aqui referidas podem ser entendidas como pequenas "aldeias", em uma área delimitada, povoadas principalmente por famílias de agricultores, onde as atividades são realizadas em espaços individuais e comuns, geralmente gerenciados pelos chefes de família (SABOURIN, 1999SABOURIN, E. Práticas de reciprocidade e economia de dádiva em comunidades rurais do Nordeste brasileiro. Revista Raízes, v. 1, n. 20, p. 41-49, 1999.). A escolha de comunidades rurais como objeto de estudo tem a pretensão de chamar atenção para a necessidade de pensar a construção de capacidade adaptativa a partir de uma visão multidimensional e tendo como foco as condições locais

Procedimentos metodológicos

A análise da capacidade adaptativa nas comunidades rurais do semiárido foi realizada em duas fases. Inicialmente, definiu-se um conjunto de recursos necessários para se alcançar capacidade adaptativa. Em seguida, foi efetuada uma pesquisa de campo, de modo a coletar os dados demandados para avaliação da disponibilidade de tais recursos nas comunidades rurais. A seguir, apresenta-se a descrição dessas duas fases.

Procedimento adotado na definição dos recursos necessários para capacidade adaptativa

No âmbito da definição, entende-se que capacidade adaptativa é a habilidade de um dado sistema de: modificar suas características ou comportamento de forma a lidar melhor com estresses externos previstos ou já existentes (BROOKS, 2003BROOKS, N. Vulnerability, risk and adaptation: a conceptual framework. Norwich: Tyndall Centre for Climate Change Research, University of East Anglia, 2003 (Working paper, 38). Disponível em: <http://www.tyndall.ac.uk/sites/default/files/wp38.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2014.
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); formular e implementar estratégias efetivas de adaptação ou reagir a perigos em evolução de forma a reduzir os danos resultantes (BROOKS; ADGER, 2005BROOKS, N.; ADGER, W. N. Assessing and enhancing adaptive capacity. In: LIM et al. Adaptation policy frameworks for climate change: developing strategies, policies and measures. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. p. 165-179.); e ajustar-se às mudanças, tirar vantagens das oportunidades e conviver com as consequências (HARLEY et al., 2008HARLEY, M. et al. Climate change vulnerability and adaptation indicators. Bilthoven: European Topic Centre on Air and Climate Change (ETC/ACC), 2008. Disponível em: <http://acm.eionet.europa.eu/docs/ETCACC_TP_2008_9_CCvuln_adapt_indicators.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2014.
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). Dessa forma, a capacidade adaptativa de um sistema depende de suas condições sociais, econômicas, humanas e naturais (GBETIBOUO; RINGLER; HASSAN, 2010GBETIBOUO, G. A.; RINGLER, C.; HASSAN, R. Vulnerability of the South African farming sector to climate change and variability: an indicator approach. Natural Resources Forum, v. 34, p. 175-187, 2010.; ANTWI-AGYEI et al., 2012ANTWI-AGYEI, P. et al. Mapping the vulnerability of crop production to drought in Ghana using rainfall, yield and socioeconomic data. Applied Geography, v. 32, n. 2, p. 324-334, 2012.) e envolve, portanto, a disponibilidade de todos os tipos de recursos que podem ser mobilizados para se adaptar às mudanças (PROVIA, 2013PROVIA. PROVIA guidance on assessing vulnerability, impacts and adaptation to climate change. Consultation document. Nairobi: United Nations Environmental Programme, 2013.).

Considerando-se os conceitos citados, especialmente que a capacidade adaptativa está diretamente ligada à disponibilidade de recursos e à habilidade de alocação desses em beneficio comum dentro de um sistema, entendido aqui como comunidade rural, adotou-se neste estudo que a capacidade adaptativa das comunidades rurais do semiárido é a sua habilidade potencial de se reorganizar diante das variações e mudanças e situar-se na melhor condição possível dentro das limitações dos recursos disponíveis, de modo a garantir a qualidade de vida da população em períodos de seca.

A análise da capacidade adaptativa pode ser realizada de maneiras diversas, já que diferentes fatores podem determiná-la, em contextos específicos (PROVIA, 2013PROVIA. PROVIA guidance on assessing vulnerability, impacts and adaptation to climate change. Consultation document. Nairobi: United Nations Environmental Programme, 2013.). Assim, tendo em vista que em uma comunidade rural existem recursos sociais, econômicos, humanos e naturais e que a soma dos diferentes recursos disponíveis ou acumulados corresponde ao capital (GROOTAERT; VAN BASTELAER, 2001GROOTAERT, C.; VAN BASTELAER, T. Understanding and measuring social capital: a synthesis of findings and recommendations from the social capital initiative. 24. ed. Washington: World Bank, 2001.), optou-se por analisar a capacidade adaptativa em quatro dimensões: capital social, capital econômico, capital humano e capital natural.

A existência de capital social em uma comunidade se traduz em capacidade adaptativa, pois proporciona condições para enfrentar mudanças. As populações dos sistemas com alto nível de confiança e extensa relação organizacional possuem maior sensibilidade em perceber as oportunidades (KWON; ARENIUS, 2010KWON, S.; ARENIUS, P. Nations of entrepreneurs: a social capital perspective. Journal of Business Venturing, Bloomington, v. 25, n. 3, p. 315-330, 2010. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0883902608001043>. Acesso em: 06 mar. 2014.
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). Pessoas que se envolvem em círculos sociais e investem tempo e esforços para manter suas relações recebem mais informações relevantes provenientes de diferentes camadas da sociedade, ficando mais atentas e preparadas para se ajustarem às mudanças (BHAGAVATULA et al., 2010BHAGAVATULA, S. et al. How social and human capital influence opportunity recognition and resource mobilization in India's handloom industry. Journal of Business Venturing, Bloomington, v. 25, n. 3, p. 245-260, 2010. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0883902608001092>. Acesso em: 06 mar. 2014.
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).

De acordo com Sterling (1982)STERLING, R. Limitations of physical capital. In: STERLING, R.; LEMKE, K. W. (Org.). Maintenance of capital: financial versus physical. Texas: Scholars Book Co., 1982., capital econômico é constituído por recursos físicos (envolvem a capacidade produtiva das comunidades e seus meios de produção) e recursos monetários (disponibilidade de dinheiro para investimentos, por exemplo). Segundo Ungar (2011)UNGAR, M. Community resilience for youth and families: facilitative physical and social capital in contexts of adversity. Children and Youth Services Review, Los Angeles, v. 33, n. 9, p. 1742-1748, set. 2011. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2014.
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, o capital econômico favorece o potencial de recuperação após um período de seca e reduz seus impactos, uma vez que contribui para a implementação de medidas de adaptação e sustenta o novo crescimento econômico.

O capital humano, por sua vez, permite alcançar as projeções econômicas e o bem-estar da população pobre de forma significativa (SCHULTZ, 1981SCHULTZ, T. W. Investing in people: the economics of population quality. Berkeley: University of California Press, 1981.). Nas comunidades rurais expostas a secas, o capital humano reduz vulnerabilidades, pois oferece conhecimento para a percepção do estresse e, em seguida, para a concepção e implementação das medidas necessárias para o seu enfrentamento (PELLING; HIGH, 2008PELLING, M.; HIGH, C.; DEARING, J.; SMITH, D. "Shadow spaces for social learning: a relational understanding of adaptive capacity to climate change within organisations". Environment and Planning A, v. 40, n. 4, 2008.).

O conceito de capital natural compreende o estoque do ecossistema capaz de prover bens e serviços para a humanidade e outras espécies que dele dependam (DONG et al., 2012DONG, X. et al. The impact of human activities on natural capital and ecosystem services of natural pastures in North Xinjiang, China. Ecological Modelling, Towson, v. 225, n. 1, p. 28-39, 2012. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2014.
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), sendo formado por quantidades acumuladas e fluxos da natureza dos quais a humanidade retira materiais e energia (MEADOWS, 1998MEADOWS, D. Indicators and information systems for sustainable development. Hartland: The Sustainability Institute, 1998. Disponível em: <http://www.donellameadows.org/archives/indicators-and-information-systems-for-sustainable-development/>. Acesso em: 07 abr. 2014.
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). A biodiversidade, a terra e a água podem ser consideradas estoques de capital natural (EHRLICH; KAREIVA; DAILY, 2012EHRLICH, P. R.; KAREIVA, P. M.; DAILY, G. C. Securing natural capital and expanding equity to rescale civilization. Nature, London, v. 486, n. 7401, p. 68-73, 2012. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2014.
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). A falta desses elementos implica ausência de bem-estar (COSTANZA et al., 1997COSTANZA, R. et al. The value of the world's ecosystem services and natural capital. Nature, London, v. 387, n. 6630, p. 253-260, 1997. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br >. Acesso em: 20 mar. 2014.
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) e redução dos meios para obtenção de capacidade adaptativa.

Com base nessa associação entre capitais e capacidade adaptativa, buscou-se definir um conjunto de recursos, tangíveis e intangíveis, necessários para a existência de capacidade adaptativa em comunidades rurais expostas às secas. Inicialmente foram pré-selecionados 64 recursos, os quais foram avaliados quanto à sua relevância por meio do método Delphi, que consiste em uma técnica de interação estruturada, em que especialistas são solicitados a atribuir um valor numérico (nota) a variáveis previamente selecionadas, conforme sua relevância dentro de um dado contexto.1 1 Mais detalhes sobre o método encontram-se em Rand Corporation (2014), Palter, Macrae e Grantcharov (2011) e Goluchowicz e Blind (2011).

Não existe um número específico de especialistas a serem consultados na metodologia Delphi, podendo situar-se entre 20 e 40 estudiosos (NATHENS et al., 2003NATHENS, A. B. Management of the injured patient: identification of research topics for systematic review using the Delphi technique. The Journal of Trauma, Baltimore, v. 54, n. 3, p. 595-601, 2003.) ou variar de 18 a 20 (GOLUCHOWICZ; BLIND, 2011LI, D.; FERREIRA, M. P. Institutional environment and firms' sources of financial capital in Central and Eastern Europe. Journal of Business Research, Chestnut Hill, v. 64, n. 4, p. 371-376, 2011. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2014.
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; MANIZADE; MASON, 2011MANIZADE, A. G.; MASON, M. M. Using Delphi methodology to design assessments of teachers' pedagogical content knowledge. Educational Studies in Mathematics, Brisbane, v. 76, n. 2, p. 183-207, 2011. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 18 abr. 2014.
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). Na presente pesquisa foram contatados 147 especialistas, do Brasil e de outros países, cujo critério para a seleção foi a experiência sobre capacidade adaptativa, demonstrada por meio da linha de pesquisa informada em seus currículos e da produção bibliográfica sobre o tema. Considerando-se que os recursos pré-selecionados foram organizados em capital econômico, capital humano, capital natural e capital social, buscou-se abranger especialistas nessas quatro dimensões.

O contato com os especialistas ocorreu por e-mail, sendo assegurado a estes o anonimato. Cada especialista recebeu um formulário, com o conjunto de 64 recursos propostos na sua respectiva dimensão, e foi orientado a atribuir uma nota de 0 a 4 a cada recurso, segundo sua importância como componente da capacidade adaptativa, sendo 0 = sem importância, 1 = pouco importante, 2 = importante, 3 = muito importante e 4 = extremamente importante.

Após a primeira consulta, ou simplesmente "rodada", todos os formulários respondidos foram avaliados e, por meio de um procedimento estatístico (no caso, a definição da nota modal), obteve-se a nota ou peso para cada um dos recursos, em sua respectiva dimensão. Em uma segunda etapa, os resultados da primeira rodada foram reportados ao painel dos especialistas, para que examinassem as notas modais definidas e se posicionassem de modo a concordar ou propor novo valor. Esse processo ocorreu durante cinco meses, no primeiro semestre de 2014, e foram necessárias quatro rodadas até obter um consenso entre os especialistas (convergência de notas) quanto aos recursos relevantes na avaliação da capacidade adaptativa em comunidades rurais expostas à seca.

O método Delphi agrega as vantagens de envolver um grande número de estudiosos de diversas áreas geograficamente distintas a custos relativamente baixos, garantir a prevalência das opiniões conjuntas, reduzindo o viés ideológico, além de permitir que os estudiosos envolvidos na ponderação das variáveis conheçam a opinião uns dos outros, podendo modificar ou redefinir suas avaliações baseados na reação sobre o ponto de vista do grupo (FINK et al., 1984; GOLUCHOWICZ; BLIND, 2011LI, D.; FERREIRA, M. P. Institutional environment and firms' sources of financial capital in Central and Eastern Europe. Journal of Business Research, Chestnut Hill, v. 64, n. 4, p. 371-376, 2011. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2014.
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; PALTER; MACRAE; GRANTCHAROV, 2011PALTER, V. A. N.; MACRAE, H. M.; GRANTCHAROV, T. P. Development of an objective evaluation tool to assess technical skill in laparoscopic colorectal surgery: a Delphi methodology. The American Journal of Surgery, Birmingham, v. 201, n. 2, p. 251-259, 2011.; FREWER et al., 2011FREWER, L. J. et al. The use of Delphi methodology in agrifood policy development: some lessons learned. Technological Forecasting & Social Change, New York, v. 78, n. 9, p. 1514-1525, 2011. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 18 abr. 2014.
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; MANIZADE; MASON, 2011MANIZADE, A. G.; MASON, M. M. Using Delphi methodology to design assessments of teachers' pedagogical content knowledge. Educational Studies in Mathematics, Brisbane, v. 76, n. 2, p. 183-207, 2011. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 18 abr. 2014.
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). No entanto, há grande dificuldade de coordenar grandes grupos e obter resposta dos participantes por várias rodadas (FINK et al., 1984FINK, A. et al. Consensus methods: characteristics and guidelines for use. American Journal of Public Health, Washington, v. 74, n. 9, p. 979-983, 1984. Disponível em: <www.periodicos.capes. gov.br>. Acesso em: 28 abr. 2014.). Essa dificuldade foi sentida durante a pesquisa, de modo que, do total de 147 especialistas, apenas 26 permaneceram durante as quatro rodadas. Dessa forma, seis contribuíram para a atribuição de importância aos recursos propostos na dimensão capital econômico, quatro auxiliaram na dimensão capital humano, seis na dimensão capital natural e dez na dimensão capital social.

No Quadro 1 são apresentados o conjunto de recursos necessários para a existência de capacidade adaptativa submetido ao método Delphi, os autores que deram suporte teórico para a seleção de tais recursos e o resultado da avaliação dos especialistas. Apenas três dos recursos propostos não foram classificados como importante, muito importante ou extremamente importante.

QUADRO 1
Recursos propostos para a análise da capacidade adaptativa, autores que forneceram a fundamentação teórica para sua seleção e importância atribuída ao final do método Delphi

Após a definição dos recursos relevantes para a criação de capacidade adaptativa, partiu-se para a segunda e principal fase da pesquisa: a análise da capacidade adaptativa das comunidades rurais, com base na disponibilidade de recursos.

Procedimento adotado na avaliação da disponibilidade de recursos necessários para capacidade adaptativa nas comunidades rurais do semiárido

A avaliação das comunidades rurais do semiárido quanto à disponibilidade de recursos necessários para capacidade adaptativa foi feita a partir de caminhadas transversais2 2 As caminhadas transversais são uma técnica de coleta de dados. Elas possibilitam uma caracterização rápida do sistema em estudo (GUZMAN, 2002). Na presente pesquisa as caminhadas transversais foram realizadas em cada uma das comunidades visitadas, na presença de um morador que auxiliou no esclarecimento das dúvidas do pesquisador quanto a peculiaridades locais. Durante o percurso foram anotadas informações sobre características socioeconômicas e ambientais. e da coleta de dados em pesquisa de campo. Segundo o Instituto Nacional do Semiárido (INSA, 2012INSA - Instituto Nacional do Semiárido. Sinopse do Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro. Campina Grande-PB, 2012. Disponível em: <http://www.insa.gov.br/censosab/index.php?option=com_content&view=article&id=110&Itemid=109>. Acesso em: 14 set. 2014.
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), a extensão territorial da região semiárida é de 980.133,079 km2, com população de 22.598.318 habitantes, em 2010. Dada tal abrangência, foi adotado um recorte correspondente às comunidades rurais inseridas nas três Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASDs) do Ceará - Irauçuba/Centro Norte, Inhamuns e Jaguaribe -, distribuídas em 14 municípios do estado. Esse recorte é aceitável, pois as comunidades rurais do semiárido guardam semelhanças entre si, especialmente quanto às condições socioeconômicas locais e vulnerabilidade às secas.

O número total de comunidades inseridas nas três ASDs foi estimado em 2.285, a partir da contagem das localidades constantes nos mapas municipais (CEARÁ, 2008_________. Mapas Municipais. Fortaleza: Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, 2008. Disponível em: <http://www.ipece.ce.gov.br/categoria5/municipais/mapas-municipais/>. Acesso em: 04 jun. 2014.
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) e consultas à Secretaria de Agricultura de cada município. Foram excluídos os sítios, as fazendas e as áreas urbanas. No entanto, a pesquisa de campo foi realizada em uma amostra de 241 comunidades, sendo este número definido por meio de procedimento estatístico sugerido por Fávero et al. (2009)FÁVERO, L.P. et al. Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.. A técnica de amostragem aleatória estratificada proporcional foi adotada para definir o número de comunidades pesquisadas em cada ASD e município. Os estratos encontram-se representados na Tabela 1.

TABELA 1
Total de comunidades e tamanho da amostra nos estratos pesquisados, conforme amostragem aleatória estratificada proporcional das comunidades rurais inseridas em municípios das Áreas Susceptíveis à Desertificação – ASD do Estado do Ceará

A coleta dos dados foi feita pessoalmente, nas 241 comunidades rurais durante agosto e setembro de 2014. Em cada uma delas buscou-se entrevistar um representante, morador. A escolha do representante foi feita a partir da indicação dos moradores da comunidade e dos técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). Na maioria das vezes a pessoa indicada foi o líder comunitário e a aplicação do formulário foi feita na residência do mesmo.

Cada representante da comunidade foi convidado a responder a um formulário elaborado com base no conjunto de recursos apresentado no Quadro 1, considerando apenas aqueles classificados como importantes, muito importantes e extremamente importantes. Antes da entrega do formulário, cada entrevistado foi informado de que as respostas deveriam ser dadas em relação à condição do recurso dentro da comunidade, daí a importância de o mesmo conhecer bem a realidade local. Além disso, foi realizada uma descrição prévia dos recursos abordados no formulário, com o propósito de eliminar quaisquer dúvidas durante o preenchimento do mesmo.

O formulário foi dividido em cinco seções: na primeira, foram formuladas perguntas sobre as características socioeconômicas da comunidade e, nas quatro seguintes, buscou-se captar a situação das comunidades quanto à disponibilidade de recursos nas dimensões capital social, capital econômico, capital humano e capital natural, respectivamente. Para cada uma das perguntas sobre disponibilidade de recursos, solicitou-se ao entrevistado que atribuísse uma nota entre 0 e 5, sendo: 0 = ausência do recurso na comunidade; 1 = recurso encontra-se em situação muito ruim; 2 = recurso encontra-se em situação ruim; 3 = recurso encontra-se em situação regular; 4 = recurso encontra-se em situação boa; e 5 = recurso encontra-se em situação muito boa. No contexto da pesquisa de campo admitiu-se que, quanto maior a quantidade de recursos avaliados nas situações boa e muito boa, notas 4 e 5, respectivamente, melhor é a capacidade adaptativa da comunidade rural.

Resultados e discussão

Caracterização socioeconômica das comunidades rurais visitadas

A capacidade adaptativa das comunidades rurais é mais bem entendida quando são conhecidas as características sociais e econômicas locais que determinam como ocorrem a sobrevivência neste meio e as diferentes formas de adaptação, as quais podem ser apenas de ajustamento das atividades produtivas, até mudanças completas nas atividades econômicas. Assim, antes de apresentar os resultados referentes aos indicadores de capacidade adaptativa, será feita uma sucinta caracterização das comunidades visitadas. Como mencionado anteriormente, as informações sobre essa caracterização foram coletadas durante as caminhadas transversais e por meio da análise dos dados obtidos via formulário respondido pelos representantes das comunidades.

As comunidades rurais selecionadas na amostra apresentam tamanhos variados, sendo compostas, em média, por 58 famílias. A maioria delas tem mais de 50 anos de existência. No âmbito da capacidade adaptativa, comunidades mais antigas tendem a ser mais experientes em função do maior período de exposição ao fenômeno das secas. De acordo com Brooks (1982)BROOKS, R. H. The adversity of Brazilian drought. Geojournal, Dordrecht, v. 6, n. 2, p. 121-128, 1982. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007/BF00185534#page-1>. Acesso em: 20 jul. 2014.
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, um dos fatores cruciais para uma adaptação bem-sucedida é o tempo de convivência com o problema. A realidade observada in loco fundamenta diretrizes no sentido de formação de parcerias, de modo que as mais novas aprendam com as mais velhas formas de adaptação que levem a uma melhor qualidade de vida e, em conjunto, busquem encontrar os erros nas medidas já adotadas e soluções mais eficientes e eficazes. Segundo Nohrstedt e Nyberg (2015)NOHRSTEDT, D.; NYBERG, L. Do floods drive hazard mitigation policy? Evidence from Swedish municipalities. Geografiska Annaler: Series A, Physical Geography, v. 97, n. 1, p. 109-122, 2015. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/geoa.12081/citedby>. Acesso em: 24 nov. 2014.
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, o desenvolvimento contínuo de políticas de planejamento e ações locais de mitigação aumenta as chances de respostas efetivas em relação aos impactos dos fenômenos naturais, sendo a colaboração, a aprendizagem e o efeito difusão inerentes aos eventos passados e às políticas adotadas nas vizinhanças importantes precursores do desenvolvimento.

As comunidades visitadas têm, em média, duas organizações sociais, o que é um ponto positivo dado que a ausência das organizações sociais constitui uma limitação quando a adaptação exige ação conjunta, de forma a possibilitar a maximização da captação dos benefícios resultantes de diferentes camadas organizacionais (por exemplo, grupo de mulheres e grupo de jovens). Isso é observado, principalmente, no que se refere à capacidade de criação conjunta de alternativas no enfrentamento do fenômeno das secas. Por outro lado, a ausência de associações não impede a adoção de medidas adaptativas individuais, como, por exemplo, a decisão de plantio de espécies mais resistentes, a construção de cisternas e a implementação de quintais produtivos.

De modo geral, as ASDs no Estado do Ceará apresentam condições adversas, como solos pouco férteis e irregularidades de chuvas (CEARÁ, 2010CEARÁ. Secretaria dos Recursos Hídricos. Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, PAE-CE. Fortaleza: Ministério do Meio Ambiente / Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010.). Essas características também foram observadas nas comunidades visitadas, durante as caminhadas transversais. Apesar disso, verifica-se uma concentração de atividades econômicas na agropecuária - com 68,5% das comunidades tendo neste setor sua principal fonte de renda - exercidas com baixo nível de adoção tecnológica e práticas produtivas pouco sustentáveis (queimadas e sobrepastoreio, por exemplo). A falta de capacitação e a baixa escolaridade, além da baixa renda, parecem contribuir para o baixo nível tecnológico nas comunidades rurais visitadas. As tecnologias modernas são verificadas nos casos em que as autoridades governamentais as distribuem. Observou-se que a maioria das comunidades utiliza sementes geneticamente melhoradas provenientes de um programa governamental de distribuição de sementes, mas essa porcentagem diminui bastante quando se considera o uso de outras tecnologias agrícolas de nível intermediário, as quais não possuem um amplo apoio governamental, tais como tratores, implementos agrícolas ou sistemas de irrigação.

Apenas 9,55% dos representantes das comunidades afirmaram que são realizadas análises de solo pelas famílias antes da aplicação de fertilizantes. Complementando, somente 6% confirmaram a prática de análise do solo para determinação de que tipo de defensivo agrícola deve ser adicionado nos plantios. Observou-se que existem dificuldades de inserção no mercado e baixos níveis de competitividade entre os produtores das comunidades visitadas. As atividades não agrícolas, caso do artesanato, podem ser interpretadas como medidas de adaptação, mas não apresentam grande significância na geração de renda nas comunidades visitadas. Um ponto a ser destacado é que, em 16,2% das comunidades visitadas, o Programa Bolsa Família é a principal fonte de renda das famílias, o que demonstra, por um lado, o baixo potencial produtivo local e, por outro, a presença de políticas sociais, as quais parecem provocar efeitos mais concretos do que as tradicionais políticas de combate às secas (OJIMA, 2014_________. Urbanização, dinâmica migratória e sustentabilidade no semiárido nordestino: o papel das cidades no processo de adaptação ambiental. In: OJIMA, R.; FUSCO, W. (Org.). Migrações nordestinas no século 21: um panorama recente. São Paulo: Blucher, 2014.).

Sobre a existência de recursos naturais, apesar das secas recorrentes e dos processos de desertificação, 62,9% das comunidades afirmaram não ter problemas de acesso à água, o qual se resume à disponibilidade de água para consumo humano e manutenção de um pequeno rebanho destinado à subsistência das famílias. Aquelas que apresentam o problema buscam solucioná-lo de diferentes formas. O carro pipa é a principal opção, mas vale salientar que existe uma solução combinada entre cisternas, para garantir o espaço de armazenamento, e carros pipa, que proporcionam o abastecimento. Porém, mesmo com um largo fornecimento público de água por meio de carros pipa, algumas comunidades se abastecem com recursos próprios. A ação antrópica, observada nas comunidades especialmente por meio de práticas de desmatamento, queimadas e criação extensiva de animais, tem reduzido a oferta dos recursos naturais locais e comprometido a fertilidade do solo.

Disponibilidade de recursos necessários para capacidade adaptativa nas comunidades rurais do semiárido

Uma visão geral das comunidades mostrou baixos níveis de recursos sociais, econômicos, humanos e naturais. Essa impressão inicial foi corroborada na análise dos dados coletados durante a pesquisa de campo. A referida análise, além de descrever a situação do recurso quanto à sua disponibilidade na comunidade, permitiu apontar as prioridades a serem consideradas em processos de tomada de decisão voltados para a construção da capacidade adaptativa nas ASDs. Foram considerados prioridades aqueles recursos avaliados como em situação no máximo regular por mais de 50% das comunidades visitadas.

McLeman (2010)McLEMAN, R. Impacts of population change on vulnerability and the capacity to adapt to climate change and variability: a typology based on lessons from "a hard country". Population & Environment, v. 31, n. 5, p. 286-316, 2010. argumenta que a construção de capacidade adaptativa tende a mudar com o tempo em função da criação de redes e de capital social, de um modo geral. No entanto, é elevado o percentual de comunidades cuja disponibilidade de recursos de capital social encontra-se em uma situação no máximo regular. Esse padrão foi percebido em 14 dos 16 recursos avaliados. Apenas dois recursos mostraram-se em condição boa ou muito boa em mais de 50% das comunidades visitadas: "número de organizações" e "relacionamento entre os membros da comunidade" (Tabela 2).

TABELA 2
Distribuição de comunidades rurais, por situação da disponibilidade de recursos necessários para capacidade adaptativa na dimensão capital social Áreas Susceptíveis à Desertificação – ASD do Ceará – 2014 Em porcentagem

O fato de a maioria dos recursos não apresentar boa ou muito boa disponibilidade mostra a necessidade de ações voltadas para a geração de capital social. Nesse sentido, os resultados indicam como prioridades a criação de incentivos para formação de redes organizacionais (uma vez que em 82,5% das comunidades visitadas a situação deste recurso é, no máximo, regular) e o aumento no "tempo reservado a atividades comunitárias (avaliado como no máximo regular em 78,9% das comunidades).

A partir da Tabela 3, nota-se que a dotação de recursos econômicos é, no máximo, regular na maioria das comunidades visitadas. Os dados refletem as condições observadas in loco, quais sejam: baixa renda; baixos níveis de investimentos; falta de infraestrutura de transporte para escoamento da produção; baixos níveis tecnológicos; e reduzida adoção de atividades não agrícolas. Essas últimas deveriam receber maiores estímulos haja vista as limitações climatológicas locais. De acordo com Nfgeld (2014)NFGELD, H. F. Facilitating local climate change adaptation through transnational municipal networks. Current Opinion in Environmental Sustainability, v. 12, p. 67-73, 2014. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 25 nov. 2014.
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, a maioria dos esforços de adaptação em relação aos fenômenos climáticos deve ser desenvolvida em nível local, no entanto, não existe uma reflexão para construir soluções próprias, como o desenvolvimento de outras atividades não agrícolas que possam amenizar os impactos negativos das secas. As intervenções relativas ao apoio a atividades econômicas nas comunidades se direcionam quase que exclusivamente à implementação de práticas agrícolas baseadas na irrigação, distribuição de sementes melhoradas e seguro safra. Nota-se que o governo é o principal protagonista, favorecendo que as mesmas soluções emergenciais se apresentem como medidas que devem permanecer por tempo indeterminado enquanto houver as secas. Em condições de vulnerabilidade às secas, as atividades não agrícolas devem ser vistas como fontes alternativas de renda familiar, sendo esperadas ações que promovam a expansão dos mercados para absorção dos produtos resultantes dessas atividades a preços estimulantes.

TABELA 3
Distribuição de comunidades rurais, por situação da disponibilidade de recursos necessários para capacidade adaptativa na dimensão capital econômico Áreas Susceptíveis à Desertificação – ASD do Ceará – 2014 Em porcentagem

Outro fator prioritário é a difusão de tecnologias, dado que em 30,3% das comunidades não são adotadas tecnologias nos processos produtivos. Nesse sentido, ressalta-se a importância de ações integradas com promoção de capital humano e fortalecimento de serviços de assistência técnica.

Na dimensão capital humano (Tabela 4), os pontos mais frágeis são o baixo nível de investimento em capacitação e, como consequência, o nível de capacitação da população e sua capacidade de planejamento.

TABELA 4
Distribuição de comunidades rurais, por situação da disponibilidade de recursos necessários para capacidade adaptativa na dimensão capital humano Áreas Susceptíveis à Desertificação – ASD do Ceará – 2014 Em porcentagem

A simples existência de capital social não resolve os problemas locais, mas a sua combinação com outros capitais, em especial humano e econômico, pode contribuir para a melhoria das condições socioeconômicas (MOREIRA, 2008MOREIRA, J. C. P. O capital social como um dos fatores de sustentabilidade de cooperativas agroindustriais, estudo de caso. 2008. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado Acadêmico em Economia Rural, Economia Agrícola, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008.). A combinação verificada nas comunidades visitadas pode, por exemplo, limitar o poder de transformação do capital social. Acrescente-se, ainda, que é uma constatação explícita a importância do capital humano na eficiência da técnica e na produtividade dos fatores. Os impactos negativos de baixos níveis de capital humano podem se estender à deterioração do capital natural devido ao manejo inadequado dos recursos naturais.

As comunidades rurais no semiárido brasileiro foram criadas sem que houvesse preocupação com a existência de condições naturais que permitissem sua sustentabilidade social, econômica e ambiental (PEREIRA, 2006). Assim, os resultados observados nas comunidades visitadas não são surpreendentes. Como exposto na Tabela 5, entre os recursos analisados, há maior fragilidade nas atividades ligadas à conservação de recursos naturais e manejo do solo. Dessa forma, as ações prioritárias devem ser voltadas para o manejo e monitoramento dos recursos naturais e investimento em atividades de conservação destes recursos.

TABELA 5
Distribuição de comunidades rurais, por situação da disponibilidade de recursos necessários para capacidade adaptativa na dimensão capital natural Áreas Susceptíveis à Desertificação – ASDs do Ceará – 2014 Em porcentagem

De modo geral, as comunidades rurais apresentam baixa dotação de recursos. Essa condição pode levar à redução do potencial de capacidade adaptativa, pois constitui-se uma falha nos mecanismos de adaptação, o que, segundo Barbieri (2011)BARBIERI, A. F. Mudanças climáticas, mobilidade populacional e cenários de vulnerabilidade para o Brasil. Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, v. 19, n. 36, p. 95-112, 2011., representa um fator de vulnerabilidade e um risco à reprodução da população

A escassez de recursos nas comunidades, no entanto, não é determinada pela ocorrência de secas, embora seja alimentada por uma condição cíclica que ganha força a cada novo período de seca, reduzindo os meios para obtenção de renda e agravando a pobreza. A escassez de recursos econômicos, aliada a baixos níveis de capital humano, dificulta o acesso a tecnologias adaptadas. As atividades produtivas perdem produtividade. Para compensar tal perda, a exploração dos recursos naturais torna-se cada vez mais intensiva, comprometendo a qualidade da água e facilitando processos erosivos, desmatamentos, perda da vegetação nativa e da fauna, redução de rebanho por falta de alimentação animal e aumento de pragas. As perdas dos recursos naturais provocam deterioração da qualidade de vida dos moradores causada pela redução de possibilidade de obtenção de renda e alimentos e estimulam os processos migratórios. Como agravante, a falta de envolvimento da sociedade na ruptura desse processo enfraquece os esforços de adaptação e contribui para a manutenção do quadro de vulnerabilidade às secas.

Considerando-se os cenários para os impactos das secas apresentados nos estudos de Marengo et al. (2007)MARENGO, J. A. et al. Caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao longo do século XXI: sumário técnico. Rio de Janeiro: Ministério do Meio Ambiente - MMA, 2007., Cedeplar e Fiocruz (2008) e Barbieri et al. (2010)BARBIERI, A. F. et al. Climate change and population migration in Brazil's Northeast: scenarios for 2025-2050. Population and Environment, v. 31, n. 5, p. 344-370, 2010., torna-se premente a implementação de políticas de geração de recursos que proporcionem as condições necessárias para aumentar a capacidade adaptativa às secas e para a fixação da população rural do semiárido em seu ambiente. No que diz respeito a esse último aspecto, ressalta-se que as estratégias de proteção social explicam melhor os movimentos migratórios do que a própria ocorrência de secas (OJIMA; COSTA; CALIXTA, 2014OJIMA, R.; COSTA, J. V.; CALIXTA, R. K. Minha vida é andar por esse país...: a emigração recente no semiárido setentrional, políticas sociais e meio ambiente. REMHU, Brasília, v. 22, p. 149-167, 2014.).

Considerações finais

Este artigo ressalta a importância da disponibilidade de recursos para a criação de capacidade adaptativa. A partir da ideia de que é possível conviver com a seca, desde que existam recursos, o estudo contribui para o debate sobre capacidade adaptativa sob duas perspectivas: a acadêmica e a governamental.

Na perspectiva acadêmica, o artigo se enquadra em um contexto no qual pesquisadores de diferentes partes do mundo estão empenhados em analisar a capacidade adaptativa às mudanças climáticas. Apesar da crescente produção científica sobre a temática, ainda são raros os estudos que abordam a questão na perspectiva dos capitais. Quando o fazem, não costumam analisar simultaneamente os quatro capitais: social, econômico, humano e natural. A abordagem aqui apresentada permite uma percepção abrangente do conceito de capacidade adaptativa e instiga um tratamento multidimensional para o termo. A importância de um olhar multidimensional na avaliação de capacidade adaptativa foi respaldada pelos especialistas. No entendimento deles, interpretado pelas notas atribuídas no método Delphi, embora os impactos primários das secas recaiam sobre os capitais natural e econômico, os recursos das dimensões capital social e capital humano também são relevantes.

Outra demanda existente quanto a estudos sobre capacidade adaptativa de populações é a produção de conhecimento em escala local. Assim, o artigo contribui com a proposição de um conjunto de recursos (que podem ser perfeitamente compreendidos como indicadores), com fundamentação teórica e o respaldo de especialistas, que podem ser facilmente adaptados para outros estudos.

Na perspectiva governamental, trata-se de mais uma argumentação no sentido de desconstruir uma postura de enfrentamento das secas cujo alicerce é o pensamento determinista que associa os problemas da população rural às condições climáticas. Esse pensamento faz com que, ainda hoje, o discurso das secas seja elemento direcionador de políticas públicas para o semiárido brasileiro (OJIMA, 2012OJIMA, R. Mobilidade populacional, condições de vida e desenvolvimento no semi-árido brasileiro: por uma demografia da seca. In: GUEDES, G. R.; OJIMA, R. (Org.). Território, mobilidade populacional e ambiente. Governador Valadares-MG: Univale/CBH-Doce, 2012.).

Hoje as secas não conseguem mais provocar fome e processos migratórios nas comunidades rurais do semiárido brasileiro, com a intensidade verificada até meados do século XX. Porém, isso não significa que a população encontra-se adaptada. Os impactos das secas foram atenuados, o que pode ter ocorrido mais por programas assistenciais e menos pela implementação de estratégias de convivência com o fenômeno. No caso específico das comunidades rurais visitadas, foi possível perceber que a população não possui os recursos importantes para sua adaptação ou para "esperar a seca que vem".

Ao destacar a escassez de recursos nas comunidades, o artigo chama a atenção para o fato de que, sem a implementação de ações prioritárias para a geração de recursos, não se conseguirá o intento de reduzir os impactos causados a cada ano de seca. Nesse sentido, apontam-se como diretrizes mais urgentes nas comunidades pesquisadas aquelas voltadas para o fortalecimento dos capitais econômico e humano. Acredita-se que as ações governamentais que poderiam melhorar a capacidade adaptativa dessas comunidades não encontram ambiente social propício para expressarem seu potencial. Notaram-se, nas respostas coletadas, um conformismo com a situação e um baixo esforço local na busca de melhorias. Prevalece para os representantes locais o entendimento de que o principal solucionador de problemas é o governo. Dada essa realidade, coloca-se como um desafio para os agentes que atuam na região: a intensificação de estratégias de conscientização da população e a inserção de uma educação contextualizada que atue de forma transversal em todas as ações voltadas para o desenvolvimento local.

  • 1
    Mais detalhes sobre o método encontram-se em Rand Corporation (2014)RAND Corporation. Delphi Method. Santa Mônica, 2014. Disponível em: <http://www.rand.org/topics/delphi-method.html>. Acesso em: 28 abr. 2014.
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    , Palter, Macrae e Grantcharov (2011)PALTER, V. A. N.; MACRAE, H. M.; GRANTCHAROV, T. P. Development of an objective evaluation tool to assess technical skill in laparoscopic colorectal surgery: a Delphi methodology. The American Journal of Surgery, Birmingham, v. 201, n. 2, p. 251-259, 2011. e Goluchowicz e Blind (2011)GOLUCHOWICZ, K.; BLIND, K. Identification of future fields of standardisation: an explorative application of the Delphi methodology. Technological Forecasting & Social Change, New York, v. 78, n. 9, p. 1526-1541, 2011. Disponível em: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 18 abr. 2014.
    www.periodicos.capes.gov.br...
    .
  • 2
    As caminhadas transversais são uma técnica de coleta de dados. Elas possibilitam uma caracterização rápida do sistema em estudo (GUZMAN, 2002GUZMÁN, E. S. A perspectiva sociológica em Agroecologia: uma sistematização de seus métodos e técnicas. Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v. 3, n. 1, p. 18-28, 2002.). Na presente pesquisa as caminhadas transversais foram realizadas em cada uma das comunidades visitadas, na presença de um morador que auxiliou no esclarecimento das dúvidas do pesquisador quanto a peculiaridades locais. Durante o percurso foram anotadas informações sobre características socioeconômicas e ambientais.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Aug 2016

Histórico

  • Recebido
    14 Mar 2015
  • Revisado
    13 Set 2016
  • Aceito
    30 Set 2016
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