Acessibilidade / Reportar erro

FOUCAULT: O SILÊNCIO DOS SUJEITOS

Resumos

Este pequeno estudo mostra como Foucault, ao romper com as filosofias tradicionais do sujeito - o marxismo, o existencialismo, o positivismo -, empenha-se na reconstituição histórico-social das tecnologias da sujeição, sem apontar os caminhos possíveis da libertação dos oprimidos. Crime e loucura surgem como figuras do mal e da desrazão, prisão e manicômio circunscrevem espaços da exclusão total, instituições estratégicas para se compreender os fundamentos da ordem social. Recusando-se a dar voz ao silêncio dos sujeitos, Foucault coloca, de modo radical, a questão da representação, convidando-nos a uma nova reflexão sobre o papel específico do intelectual e do político em geral.

Foucault; sujeição; representação; poder


This short study shows how Foucault, upon parting with the traditional philosophies concerning the subject - Marxism, Existentialism, Positivism, -engaged in the reconstruction of socio-historical technologies of subjection, without ever printing out to possible paths for the liberation of the oppressed. Crime and insanity emerge as figures of evil and the absurd. Prisons and insane asylums circunscribe spaces of total exclusion, being strategic institutions for us to understand the foundations of social order. Refusing to give voice to the subjects’ silence, Foucault radically confronts us with the question of representation, inviting us to reflect once again upon the specific role of intellectuals and the politicians in general.

Foucault; subjection; representation; power


Texto completo disponível em PDF.

  • 1
    .. As instituições não são fontes ou essências, e não possuem nem essencia nem interioridade. Elas são práticas, mecanismos operatórios que não explicam o poder pois que supõem os seus relacionamentos e contentam-se em 'fixá-los', segundo uma função reprodutora e não produtora" (Deleuze, 1987DELEUZE, Gilles. Foucalt. Lisboa, Vega, 1987., p. 105·6).
  • 2
    “Limite onde se dá a decisão ontológica: contestar é ir até ao amago vazio, onde o ser atinge seu limite e onde o limite defIne o ser. Lá, no limite transgredido, ressoa o sim da contestação” (Foucault apud Carvalho, 1985CARVALHO, José Carlos de Paula. A corporiedade outra. In: RIBEIRO, Renato Janine, org. Recordar Foucault. São Paulo, Brasiliense, 1985. p. 72-93., p. 84).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

  • CARVALHO, José Carlos de Paula. A corporiedade outra. In: RIBEIRO, Renato Janine, org. Recordar Foucault São Paulo, Brasiliense, 1985. p. 72-93.
  • DELEUZE, Gilles. Foucalt Lisboa, Vega, 1987.
  • FOUCAULT, Michel. Histoire de la folie à l’age classique Paris, Union Générale D’Editions,1961. (Col. 10/18).
  • FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir Petrópolis, Vozes, 1977.
  • ______.Microfísica do poder Rio de Janeiro, Graal, 1979.
  • ______.O nascimento da clínica 2.ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1980.
  • LEBRUN, Gérard. Transgredir a finitude. In: RIBEIRO, Renato Janine, org. Recordar Foucault . São Paulo, Brasiliense,1985. p. 9-23.
  • RIBEIRO, Renato Janine, org.Recordar Foucault São Paulo, Brasiliense, 1985.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 1989
Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Av. Prof. Luciano Gualberto, 315, 05508-010, São Paulo - SP, Brasil - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: temposoc@edu.usp.br