Acessibilidade / Reportar erro

Fatores de risco para mortalidade em pacientes submetidos a amputações maiores por pé diabético infectado

Resumo

Contexto

A lesão no pé de pacientes com diabetes é um importante problema de saúde pública que frequentemente está associado a amputações em membros inferiores e mortalidade nessa população.

Objetivos

Investigar os fatores de risco associados a mortalidade em pacientes com pé diabético infectado submetidos a amputação maior.

Métodos

Estudo observacional, retrospectivo e caso-controle. Amostra composta por 78 pacientes com pé diabético e úlcera infectada submetidos a amputação maior em um serviço de cirurgia vascular em um hospital universitário no período de 5 anos.

Resultados

A média de idade da amostra estudada foi de 63,8 ± 10,5 anos, com 54 (69,2%) pacientes do sexo masculino, com creatinina sérica média de 2,49 ± 2,4 mg/dL e hemoglobina sérica média de 7,36 ± 1,7 g/dL. Houve 47,4% de reinternação. Foi realizada amputação transtibial em 59,0% e transfemoral em 39,7% da amostra estudada. Nesta amostra, 87,2% dos pacientes apresentaram cultura positiva, predominantemente monomicrobiana (67,9%), e 30,8% apresentaram infecção hospitalar da úlcera. Os gêneros de bactérias mais frequentes foram Acinetobacter spp. (24,4%), Morganella spp. (24,4%) e Proteus spp. (23,1%). Nenhum gênero bacteriano foi identificado como fator de risco para óbito. O nível de creatinina ≥ 1,3 mg/dL (OR 17,8; IC 2,1-150) e a amputação transfemoral (OR 4,5; IC: 1,3-15,7) foram fatores de risco para o óbito.

Conclusões

Os níveis séricos de creatinina ≥ 1,3 mg/dL e amputação transfemoral foram fatores de risco para óbito.

Palavras-chave:
pé diabético; úlcera do pé; infecção; mortalidade

Abstract

Background

Foot ulcers in patients with diabetes are a major public health problem and are often associated with lower limbs amputation and mortality in this population.

Objectives

To investigate the risk factors associated with mortality in patients with infected diabetic foot ulcers and major lower limb amputations.

Methods

This was an observational, retrospective, case-control study with a sample of 78 patients with infected diabetic foot ulcers who had major lower limb amputations at a Vascular Surgery Service at a university hospital.

Results

The mean age of the study sample was 63.8 ± 10.5 years, 54 (69.2%) were male, mean serum creatinine was 2.49 ± 2.4 mg/dL and mean serum hemoglobin was 7.36 ± 1.7 g/dL. There was a 47.4% rate of readmissions to the same hospital. Transtibial amputation was performed in 59.0%; and transfemoral amputation in 39.7% of the sample. In this sample, 87.2% had a positive culture, predominantly (68.0%) monomicrobial and nosocomial infection of ulcers was observed in 30.8%. The most common bacterial genera were Acinetobacter spp. (24.4%), Morganella spp. (24.4%) and Proteus spp. (23.1%). No bacterial genus was identified as a predictor of death. Creatinine level ≥ 1.3 mg/dL (OR 17.8; IC 2.1-150) and transfemoral amputation (OR 4.5; IC: 1.3-15.7) were associated with death.

Conclusions

Serum creatinine levels ≥ 1.3 mg/dL and transfemoral amputation were risk factors for death.

Keywords:
diabetic foot; foot ulcer; infection; mortality

INTRODUÇÃO

O pé diabético é um importante problema de saúde pública 11 Martins-Mendes D, Monteiro-Soares M, Boyko EJ, et al. The independent contribution of diabetic foot ulcer on lower extremity amputation and mortality risk. J Diab Complic. 2014;28(5):632-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdiacomp.2014.04.011. PMid:24877985.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jdiacomp.20...
, pois é a principal causa de internação 22 Hadadi A, Omdeh Ghiasi H, Hajabdolbaghi M, Zandekarimi M, Hamidian R. Diabetic foot: infections and outcomes in iranian admitted patients. Jundishapur J Microbiol. 2014;7(7):e11680. http://dx.doi.org/10.5812/jjm.11680. PMid:25368803.
http://dx.doi.org/10.5812/jjm.11680 ...
e de gastos hospitalares 11 Martins-Mendes D, Monteiro-Soares M, Boyko EJ, et al. The independent contribution of diabetic foot ulcer on lower extremity amputation and mortality risk. J Diab Complic. 2014;28(5):632-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdiacomp.2014.04.011. PMid:24877985.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jdiacomp.20...
de pacientes com diabetes mellitus.

A taxa de mortalidade em pacientes diabéticos é alta, com 5 milhões de mortes decorrentes ao diabetes registrado em 2015 33 International Diabetes Federation – IDF. IDF diabetes atlas. 8th ed. Brussels: IDF; 2017 [citado 2018 fev 2]. http://www.diabetesatlas.org
http://www.diabetesatlas.org ...
. Pacientes diabéticos com úlceras nos pés apresentam uma taxa de mortalidade duas vezes maior quando comparada com a de pacientes diabéticos sem úlceras nos pés 44 Iversen MM, Tell GS, Riise T, et al. History of foot ulcer increases mortality among individuals with diabetes. Diabetes Care. 2009;32(12):2193-9. http://dx.doi.org/10.2337/dc09-0651. PMid:19729524.
http://dx.doi.org/10.2337/dc09-0651 ...
.

Pacientes diabéticos que foram submetidos a amputação maior do membro inferior apresentam baixas taxas de sobrevida 55 Moulik PK, Mtonga R, Gill GV. Amputation and mortality in new-onset diabetic foot ulcers stratified by etiology. Diabetes Care. 2003;26(2):491-4. http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2.491. PMid:12547887.
http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2....
. Cerca de 10% dos pacientes que amputam o membro inferior morrem no período perioperatório. No primeiro ano após a realização da amputação, 30% dos pacientes evoluem a óbito; no terceiro ano, esse percentual sobe para 50%; e no quinto ano, são 70% 66 International Working Group on the Diabetic Foot – IWGDF. Guía práctica y específica para el tratamiento y la prevención del pie diabético (traducción español). Brussels: IWGDF; 2017 [citado 2018 fev 3]. http://iwgdf.org/map-es/
http://iwgdf.org/map-es/ ...
. Essa porcentagem pode aumentar em países em desenvolvimento, pois os pacientes tendem a procurar assistência médica quando a infecção da úlcera está avançada, o que aumenta o risco de amputação e óbito 55 Moulik PK, Mtonga R, Gill GV. Amputation and mortality in new-onset diabetic foot ulcers stratified by etiology. Diabetes Care. 2003;26(2):491-4. http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2.491. PMid:12547887.
http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2....
.

O paciente diabético pode apresentar várias comorbidades graves, como idade avançada, doença cardíaca, doença coronariana, doença cerebrovascular, insuficiência renal e insuficiência respiratória. Além dessas, o paciente com pé diabético pode apresentar neuropatia, deformidades, isquemia e infecção da úlcera 77 Mills JL Sr, Conte MS, Armstrong DG, et al. The society for vascular surgery lower extremity threatened limb classification system: risk, stratification based on wound, ischemia, and foot infection (WIFI). J Vasc Surg. 2014;59(1):34.e1-2. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.08.003. PMid:24126108.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.08...
. A infecção da úlcera pode se associar a mortalidade e a altas taxas de amputação não traumática dos membros inferiores 88 Turhan V, Mutluoglu M, Acar A, et al. Increasing incidence of Gram-negative organisms in bacterial agents isolated from diabetic foot ulcers. J Infect Dev Ctries. 2013;7(10):707-12. http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967. PMid:24129622.
http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967 ...
.

Segundo a Infectious Diseases Society of America99 Lipsky BA, Berendt AR, Cornia PB, et al. Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline for the diagnosis and treatment of diabetic foot infections. Clin Infect Dis. 2012;54(12):132-73. http://dx.doi.org/10.1093/cid/cis346.
http://dx.doi.org/10.1093/cid/cis346 ...
, a infecção da úlcera pode ser classificada como leve, moderada e grave. A infecção é considerada leve quando não há comprometimento de estruturas teciduais, como músculo, tendão, osso ou articulação. A classificação moderada é atribuída quando há comprometimento dessas estruturas teciduais com risco de amputação do membro inferior. A infecção é considerada grave quando, além do comprometimento das estruturas teciduais, existe a associação de sepse generalizada às alterações hemodinâmicas e metabólicas graves, com risco de levar o paciente a óbito 77 Mills JL Sr, Conte MS, Armstrong DG, et al. The society for vascular surgery lower extremity threatened limb classification system: risk, stratification based on wound, ischemia, and foot infection (WIFI). J Vasc Surg. 2014;59(1):34.e1-2. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.08.003. PMid:24126108.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.08...
,99 Lipsky BA, Berendt AR, Cornia PB, et al. Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline for the diagnosis and treatment of diabetic foot infections. Clin Infect Dis. 2012;54(12):132-73. http://dx.doi.org/10.1093/cid/cis346.
http://dx.doi.org/10.1093/cid/cis346 ...
.

Classificar a gravidade da infecção da úlcera permite determinar o tratamento adequado para o paciente, que pode ser medicamentoso (antibioticoterapia) e/ou cirúrgico. O tratamento imediato e adequado da infecção pode diminuir seu efeito destrutivo e controlar o foco séptico 1010 Neves J, Matias R, Formiga A, et al. O pé diabético com infecção aguda: tratamento no Serviço de Urgência em Portugal. Rev Port Cir. 2013;27:19-36. .

Infecções consideradas superficiais e agudas são normalmente monomicrobianas 1111 Akhi MT, Ghotaslou R, Asgharzadeh M, et al. Bacterial etiology and antibiotic susceptibility pattern of diabetic foot infections in Tabriz, Iran. GMS Hyg Infect Control. 2015;10:1-6. PMid:25699225. e causadas por bactérias aeróbias cocos Gram-positivas 1111 Akhi MT, Ghotaslou R, Asgharzadeh M, et al. Bacterial etiology and antibiotic susceptibility pattern of diabetic foot infections in Tabriz, Iran. GMS Hyg Infect Control. 2015;10:1-6. PMid:25699225.

12 Spicler A, Hurwitz BL, Armstrong DG, Lipsky BA. Microbiology of diabetic foot infections: from Luis Pasteur to ‘crime scene investigation’. BMC Med. 2015;13:1-13. PMid:25563062.

13 Lipsky BA, Aragón-Sánchez J, Diggle M, et al. IWGDF guidance on the diagnosis and management of foot infections in persons with diabetes. Diabetes Metab Res Rev. 2016;32(Supl 1):45-74. http://dx.doi.org/10.1002/dmrr.2699. PMid:26386266.
http://dx.doi.org/10.1002/dmrr.2699 ...
-1414 Miyan Z, Fawwad A, Sabir R, Basit A. Microbiological pattern of diabetic foot infections at a tertiary care center in a developing country. J Pak Med Assoc. 2017;67(5):665-9. PMid:28507348. ; e infecções consideradas profundas, crônicas ou complicadas apresentam predomínio de bactérias Gram-negativas 88 Turhan V, Mutluoglu M, Acar A, et al. Increasing incidence of Gram-negative organisms in bacterial agents isolated from diabetic foot ulcers. J Infect Dev Ctries. 2013;7(10):707-12. http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967. PMid:24129622.
http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967 ...
,1414 Miyan Z, Fawwad A, Sabir R, Basit A. Microbiological pattern of diabetic foot infections at a tertiary care center in a developing country. J Pak Med Assoc. 2017;67(5):665-9. PMid:28507348. .

As infecções das úlceras em pés diabéticos são principalmente polimicrobianas, ou seja, há presença de mais de uma espécie bacteriana. Bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, aeróbias e/ou anaeróbias podem ser isoladas 1515 Sánchez-Sánchez M, Cruz-Pulido WL, Bladinieres-Cámara E, Alcalá-Durán R, Rivera-Sánchez G, Bocanegra-García V. bacterial prevalence and antibiotic resistance in clinical isolates of diabetic foot ulcers in the Northeast of Tamaulipas, Mexico. Int J Low Extrem Wounds. 2017;16(2):129-34. http://dx.doi.org/10.1177/1534734617705254. PMid:28682727.
http://dx.doi.org/10.1177/1534734617705...
. Infecções polimicrobianas podem dificultar a cicatrização da úlcera devido a fatores de virulência que são secretados pelas diferentes espécies de bactérias presentes na infecção e, por conseguinte podem levar a amputação e óbito 1212 Spicler A, Hurwitz BL, Armstrong DG, Lipsky BA. Microbiology of diabetic foot infections: from Luis Pasteur to ‘crime scene investigation’. BMC Med. 2015;13:1-13. PMid:25563062. . Além disso, uma nova infecção da úlcera também pode causar atraso na cicatrização cirúrgica e piora no prognóstico do paciente 1616 García-Morales E, Lázaro-Martínez JL, Aragón-Sánchez J, Cecilia-Matilla A, García-Álvarez Y, Beneit-Montesinos JV. Surgical complications associated with primary closure in patients with diabetic foot osteomyelitis. Diabet Foot Ankle. 2012;3(1):1-5. http://dx.doi.org/10.3402/dfa.v3i0.19000. PMid:23050062.
http://dx.doi.org/10.3402/dfa.v3i0.1900...
.

Este estudo visou investigar os fatores de risco associados a mortalidade em pacientes com pé diabético infectado submetidos a amputação maior.

MÉTODO

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CAAE: 33623414.6.0000.5149) e autorizado pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão do hospital em que o estudo foi realizado.

Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e caso-controle realizado em uma amostra composta por 78 pacientes com pé diabético e lesão ulcerada com infecção. Os pacientes foram submetidos a amputação maior (porção acima do tornozelo) no Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Risoleta Tolentino Neves, um hospital universitário terceirizado, em Belo Horizonte (MG), Brasil, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2012. Todos os pacientes possuíam cultura bacteriológica de tecido profundo. Não foram incluídos no estudo os pacientes que realizaram coleta do material biológico com swab.

Toda lesão aberta no pé dos pacientes com diabetes foi considerada úlcera. As lesões ulceradas analisadas foram todas profundas, graduadas como ≥ 3 segundo a Classificação de Wagner, o que corresponde a úlcera profunda com formação de abscesso ou envolvimento ósseo, com gangrena localizada ou com gangrena extensa.

Não foram realizados testes específicos para neuropatia, mas todos os pacientes dessa amostra apresentavam sintomas e sinais próprios da neuropatia diabética e das lesões típicas do pé diabético (em área com disfunção sensorial e hiperpressão mecânica). A avaliação vascular realizada pela equipe médica foi feita por palpação de pulsos distais e medida do índice tornozelo-braquial realizadas com o Doppler ultrassônico, contudo, essa medida não foi avaliada neste estudo.

Nas culturas em que não houve crescimento de bactérias, a amostra foi considerada negativa. As culturas em que houve crescimento de duas ou mais bactérias foram consideradas polimicrobianas. Foi considerado como infecção hospitalar da úlcera o isolamento de diferentes gêneros bacterianos em culturas de tecidos profundos realizadas em momentos distintos de uma mesma internação 1717 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998. Refere-se sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções Hospitalares. Diário Oficial da União. 1998. .

Foram coletadas as seguintes variáveis após o acesso ao prontuário eletrônico dos pacientes: idade, sexo, cirurgias realizadas, evolução para o óbito, resultados de hemoglobina e creatinina séricas e resultados das culturas bacteriológicas (gêneros bacterianos).

O grupo-caso foi composto por pacientes submetidos a amputação maior que morreram; e o grupo-controle foi composto por pacientes submetidos a amputação maior que não morreram.

Para análise estatística, foi usado o programa Stata/SE 12.0 for Mac. Variáveis contínuas foram expressas em média e desvio padrão e foram analisadas usando test t de Student; as variáveis categóricas foram analisadas usando o qui-quadrado de Pearson ou teste de Fisher (se o número esperado de casos em uma categoria fosse inferior a 5). Os fatores de risco para óbito após amputação maior foram determinados por meio de análises de regressão logística. Os valores que foram estatisticamente significativos no teste de Wald (análise univariada) foram incluídos em um modelo multivariado, e o modelo final foi obtido por deleção sequencial de variáveis com base nos testes de Wald e Hosmer e Lemeshow. Todos os modelos foram apresentados. A significância estatística para a seleção do modelo final foi aferida pelo teste de Hosmer e Lemeshow (p < 0,05).

RESULTADOS

Na Tabela 1 , estão apresentados os dados das variáveis estudadas dos 78 pacientes do estudo caso-controle referentes à amostra total e separados por grupo, além da comparação entre eles.

Tabela 1
Comparação entre os grupos de pacientes das diferentes variáveis estudadas.

A média de idade dos participantes foi de 63,8 anos (DP 10,5), e 54 (69,2%) deles eram do sexo masculino. Pacientes submetidos a amputação maior que evoluíram para óbito apresentaram maior nível médio de creatinina sérica – 3,65 mg/dL [Desvio padrão (DP) 2,6] – e menor nível médio de hemoglobina sérica – 6,48 g/dL (DP 1,7) – quando comparados a pacientes submetidos a amputação maior que não morreram. Aproximadamente 53% dos pacientes foram internados apenas uma vez, enquanto 37 pacientes (47,4%) tiveram de ser internados mais de uma vez. A amputação transtibial foi realizada em 59,0% dos pacientes, e a amputação transfemoral foi realizada em 39,7%. Embora a maior parte dos pacientes (59,0%) tenha sido submetida a amputação transtibial, foi a amputação transfemoral (61,1%) que se associou ao óbito (p = 0,010).

Dos 78 pacientes, 68 (87,2%) tiveram culturas positivas, e 12,8% tiveram culturas negativas. Durante o período de internação considerado, 42 pacientes (53,9%) realizaram apenas uma cultura bacteriológica de tecido profundo, 21 (26,9%) realizaram duas culturas, e 15 (19,2%) realizaram mais de duas culturas. Entre os 68 pacientes com culturas positivas, 67,9% apresentaram o crescimento de apenas um microrganismo, enquanto 32,1% apresentaram o crescimento de dois ou mais microrganismos. A infecção hospitalar da úlcera foi registrada em 24 pacientes (30,8%).

Na Tabela 2 , estão descritos os gêneros de bactérias isolados nas culturas bacteriológicas de tecido profundo dessa amostra. As bactérias mais frequentes isoladas nas amostras dos pacientes que realizaram amputação maior e evoluíram para óbito foram Acinetobacter spp. (33,3%), Morganella spp. (33,3%) e Proteus spp. (27,8%).

Tabela 2
Comparação entre os grupos de pacientes quanto aos gêneros de bactérias isoladas em culturas bacteriológicas de tecido profundo.

Na Tabela 3 , estão apresentados os resultados da análise univariada, demonstrando a significância para as variáveis: idade, níveis de creatinina ≥ 1,3 mg/dL, níveis de hemoglobina < 11 g/dL, amputação transfemoral.

Tabela 3
Análise univariada das 23 variáveis clínicas, laboratoriais e bacteriológicas dos pacientes.

Na Tabela 4 , estão apresentados os resultados obtidos com a análise multivariada, indicando os fatores associados ao óbito nesta amostra.

Tabela 4
Análise multivariada das variáveis associadas ao óbito dos pacientes.

DISCUSSÃO

Neste estudo, foram investigados os fatores de risco associados a mortalidade em pacientes com pé diabético infectado submetidos a amputação maior. O nível de creatinina sérica igual ou maior a 1,3 mg/dL foi considerado fator de risco para óbito, assim como a amputação transfemoral.

Neste estudo, pacientes cujo nível de creatinina sérica foi igual ou superior a 1,3 mg/dL tiveram risco de óbito de quase 17,8 vezes em relação àqueles com nível de creatinina abaixo desse valor. Pacientes diabéticos com nefropatia desenvolvem úlcera nos pés na proporção duas vezes maior comparada com os demais diabéticos. Em pacientes com nefropatia diabética, a presença de úlcera nos pés é considerada uma das principais causas de morbidade. Esses pacientes possuem risco de amputação aumentado de 6,5 a 10 vezes, uma vez que o tempo de cicatrização da úlcera é prolongado com o aumento da creatinina sérica. Além disso, a mortalidade está associada a gravidade da nefropatia diabética 1818 Abreu KC, Motta EAP, Gonçalves GOL. Prevalência dos fatores de risco em pacientes com nefropatia diabética atendidos em um centro de referência em nefrologia do estado do Maranhão. Rev Cienc Salud. 2014;16:73-8.

19 Akha O, Kashi Z, Makhlough A. Correlation between amputation of diabetic foot and nephropathy. Iran J Kidney Dis. 2010;4(1):27-31. PMid:20081301.
-2020 Shojaiefard A, Khorgami Z, Larijani B. Independent risk factors for amputation in diabetic foot. Int J Diabetes Dev Ctries. 2008;28(2):32-7. http://dx.doi.org/10.4103/0973-3930.43096. PMid:19902045.
http://dx.doi.org/10.4103/0973-3930.430...
.

Dos 39,7% pacientes que realizaram amputação transfemoral, 61,1% evoluíram para óbito. Esses pacientes apresentaram risco de óbito de 4,5 vezes em relação àqueles que se submeteram a outros níveis de amputações. O paciente diabético tem risco 15 a 40 vezes maior de se submeter a amputação que o indivíduo não diabético. Pacientes que realizaram amputações transfemoral manifestam doenças sistêmicas graves, como insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, doença cerebrovascular, insuficiência renal e doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras. Dessa forma, cursam com alta mortalidade 2121 Santos VP, Silveira DR, Caffaro RA. Risk factors for primary major amputation in diabetic patients. Sao Paulo Med J. 2006;124(2):66-70. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-31802006000200004. PMid:16878188.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-3180200...
.

O gênero bacteriano isolado em úlceras infectadas em pé diabético não foi fator de risco associado a mortalidade. Os gêneros bacterianos Acinetobacter spp. (33,3%), Morganella spp. (33,3%) e Proteus spp. (27,8%), pertencentes ao grupo de bactérias Gram-negativas, foram os mais isolados nas culturas dos pacientes submetidos a amputação maior que evoluíram para óbito.

Em um trabalho realizado no Hospital Central da Santa Casa de São Paulo, também se observou o isolamento de bactérias Gram-negativas, com 66% das culturas das úlceras profundas (Classificação de Wagner ≥ 3) dos pacientes isolando bactérias Gram-negativas 2222 Ohki AV, Galvão RC, Marques CG, Santos VP, Junior VC, Caffaro RA. Perfil microbiológico nas infecções profundas do pé diabético. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2010;55:15-7. .

Na amostra estudada, 12,8% dos pacientes tiveram o resultado de cultura de tecido profundo negativo, ou seja, não houve isolamento de bactérias. Deve-se ressaltar que muitos dos pacientes estudados podem ter recebido tratamento prévio com antibacteriano em outras unidades de saúde, e o uso de antibacteriano antes da coleta do material biológico pode resultar em uma cultura negativa, mascarando o real resultado 88 Turhan V, Mutluoglu M, Acar A, et al. Increasing incidence of Gram-negative organisms in bacterial agents isolated from diabetic foot ulcers. J Infect Dev Ctries. 2013;7(10):707-12. http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967. PMid:24129622.
http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967 ...
.

Culturas polimicrobianas podem estar presentes em infecções de úlceras profundas em pacientes com pé diabético 1111 Akhi MT, Ghotaslou R, Asgharzadeh M, et al. Bacterial etiology and antibiotic susceptibility pattern of diabetic foot infections in Tabriz, Iran. GMS Hyg Infect Control. 2015;10:1-6. PMid:25699225. . O paciente com infecção polimicrobiana apresenta processo de cicatrização da úlcera mais prolongado devido à presença de diversos fatores de virulência secretados pelas diferentes espécies de bactérias presentes na infecção 1212 Spicler A, Hurwitz BL, Armstrong DG, Lipsky BA. Microbiology of diabetic foot infections: from Luis Pasteur to ‘crime scene investigation’. BMC Med. 2015;13:1-13. PMid:25563062. . Neste estudo, não houve predomínio de cultura polimicrobiana (32,1%), e essa variável não foi considerada como fator de risco para óbito.

Alguns fatores podem contribuir para a obtenção de culturas monomicrobianas. Pacientes com úlceras recentes, ou seja, com pouco tempo de evolução, apresentam isolamento monomicrobiano 2323 Banu A, Hassan MMN, Rajkumar J, Srinivasa S. Spectrum of bacteria associated with diabetic foot ulcer and biofilm formation: a prospective study. Aus Med J. 2015;8(9):280-5. PMid:26464584. . Como se trata de um estudo retrospectivo, não foi possível afirmar o tempo de evolução da úlcera dos pacientes, pois o dado não foi encontrado em seus prontuários eletrônicos.

O uso de antibacteriano pelos pacientes antes da coleta da amostra também pode levar ao isolamento de apenas bactérias resistentes ao antibacteriano, pois bactérias que forem sensíveis ao tratamento prévio serão eliminadas 2323 Banu A, Hassan MMN, Rajkumar J, Srinivasa S. Spectrum of bacteria associated with diabetic foot ulcer and biofilm formation: a prospective study. Aus Med J. 2015;8(9):280-5. PMid:26464584. . Muitos desses pacientes estudados foram admitidos na instituição já usando antibacteriano prescrito em unidades de saúde anteriores.

O resultado da cultura do material biológico pode ser influenciado caso seja realizada uma coleta inadequada na úlcera. A coleta mais adequada para análise de cultura seria de tecidos profundos livres de contaminação ou de necrose, visto que coletas de tecidos superficiais podem reduzir o número de patógenos isolados, resultando na obtenção de culturas monomicrobianas 2424 Oliveira AF, Oliveira H Fo. Perfil microbiológico e de resistência antimicrobiana no pé diabético infectado. J Vasc Bras. 2014;13(4):289-93. http://dx.doi.org/10.1590/1677-5449.0015.
http://dx.doi.org/10.1590/1677-5449.001...
.

Por fim, deve ser considerada a limitação do laboratório de microbiologia que não realiza culturas para anaeróbios estritos. As culturas para anaeróbios facultativos são solicitadas principalmente em casos de osteomielite. Nesta amostra, não foram encontrados registros de culturas de anaeróbios facultativos. Bactérias anaeróbias estão presentes em 15% das infecções graves de úlcera em pé diabéticos 1111 Akhi MT, Ghotaslou R, Asgharzadeh M, et al. Bacterial etiology and antibiotic susceptibility pattern of diabetic foot infections in Tabriz, Iran. GMS Hyg Infect Control. 2015;10:1-6. PMid:25699225. .

Neste estudo, a taxa de infecção hospitalar da úlcera (30,8%) não foi fator de risco para óbito. Essas infecções podem ser associadas a contaminação por equipamentos hospitalares ou pelas mãos colonizadas da equipe profissional que tem contato direto com o paciente.

Nesta amostra, destacaram-se pacientes do sexo masculino (69,2%) e com média de idade superior a 60 anos. Pacientes que evoluíram a óbito (68,3 anos, DP 11,4) tiveram a média de idade maior quando comparados aos que sobreviveram (62,4 anos, DP 9,9) (p = 0,034). A idade avançada tem sido considerada um fator de risco para aumento de mortalidade hospitalar em pacientes com amputação maior precedida por úlcera nos membros inferiores 55 Moulik PK, Mtonga R, Gill GV. Amputation and mortality in new-onset diabetic foot ulcers stratified by etiology. Diabetes Care. 2003;26(2):491-4. http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2.491. PMid:12547887.
http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2....
.

Os pacientes apresentaram taxa de reinternação de 47,4%, contudo, essa elevada taxa não foi associada a óbito. Na maior parte dos casos, o paciente retorna à instituição em consequência da complicação infecciosa relacionada ao coto da amputação 2525 Brasileiro JL, Oliveira WTP, Monteiro LB, et al. Pé diabético: aspectos clínicos. J Vasc Bras. 2005;4:11-21. .

Este estudo teve algumas limitações. Primeiro, a falta de alguns dados era inevitável, considerando isso próprio dos estudos retrospectivos. O tempo de evolução da úlcera, considerado um dado importante, não foi coletado. Outro fato relevante foi a limitação do laboratório em realizar culturas de anaeróbios. Além disso, muitas coletas de tecidos foram realizadas em pacientes que poderiam estar em uso de antibacterianos previamente à internação.

Em conclusão, os níveis séricos de creatinina ≥ 1,3 mg/dL e amputação transfemoral se associaram a óbito em pacientes amputados por pé diabético com infecção.

  • Fonte de financiamento: Nenhuma.
  • O estudo foi realizado no Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Martins-Mendes D, Monteiro-Soares M, Boyko EJ, et al. The independent contribution of diabetic foot ulcer on lower extremity amputation and mortality risk. J Diab Complic. 2014;28(5):632-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdiacomp.2014.04.011. PMid:24877985.
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.jdiacomp.2014.04.011
  • 2
    Hadadi A, Omdeh Ghiasi H, Hajabdolbaghi M, Zandekarimi M, Hamidian R. Diabetic foot: infections and outcomes in iranian admitted patients. Jundishapur J Microbiol. 2014;7(7):e11680. http://dx.doi.org/10.5812/jjm.11680. PMid:25368803.
    » http://dx.doi.org/10.5812/jjm.11680
  • 3
    International Diabetes Federation – IDF. IDF diabetes atlas. 8th ed. Brussels: IDF; 2017 [citado 2018 fev 2]. http://www.diabetesatlas.org
    » http://www.diabetesatlas.org
  • 4
    Iversen MM, Tell GS, Riise T, et al. History of foot ulcer increases mortality among individuals with diabetes. Diabetes Care. 2009;32(12):2193-9. http://dx.doi.org/10.2337/dc09-0651. PMid:19729524.
    » http://dx.doi.org/10.2337/dc09-0651
  • 5
    Moulik PK, Mtonga R, Gill GV. Amputation and mortality in new-onset diabetic foot ulcers stratified by etiology. Diabetes Care. 2003;26(2):491-4. http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2.491. PMid:12547887.
    » http://dx.doi.org/10.2337/diacare.26.2.491
  • 6
    International Working Group on the Diabetic Foot – IWGDF. Guía práctica y específica para el tratamiento y la prevención del pie diabético (traducción español). Brussels: IWGDF; 2017 [citado 2018 fev 3]. http://iwgdf.org/map-es/
    » http://iwgdf.org/map-es/
  • 7
    Mills JL Sr, Conte MS, Armstrong DG, et al. The society for vascular surgery lower extremity threatened limb classification system: risk, stratification based on wound, ischemia, and foot infection (WIFI). J Vasc Surg. 2014;59(1):34.e1-2. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.08.003. PMid:24126108.
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.08.003
  • 8
    Turhan V, Mutluoglu M, Acar A, et al. Increasing incidence of Gram-negative organisms in bacterial agents isolated from diabetic foot ulcers. J Infect Dev Ctries. 2013;7(10):707-12. http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967. PMid:24129622.
    » http://dx.doi.org/10.3855/jidc.2967
  • 9
    Lipsky BA, Berendt AR, Cornia PB, et al. Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline for the diagnosis and treatment of diabetic foot infections. Clin Infect Dis. 2012;54(12):132-73. http://dx.doi.org/10.1093/cid/cis346.
    » http://dx.doi.org/10.1093/cid/cis346
  • 10
    Neves J, Matias R, Formiga A, et al. O pé diabético com infecção aguda: tratamento no Serviço de Urgência em Portugal. Rev Port Cir. 2013;27:19-36.
  • 11
    Akhi MT, Ghotaslou R, Asgharzadeh M, et al. Bacterial etiology and antibiotic susceptibility pattern of diabetic foot infections in Tabriz, Iran. GMS Hyg Infect Control. 2015;10:1-6. PMid:25699225.
  • 12
    Spicler A, Hurwitz BL, Armstrong DG, Lipsky BA. Microbiology of diabetic foot infections: from Luis Pasteur to ‘crime scene investigation’. BMC Med. 2015;13:1-13. PMid:25563062.
  • 13
    Lipsky BA, Aragón-Sánchez J, Diggle M, et al. IWGDF guidance on the diagnosis and management of foot infections in persons with diabetes. Diabetes Metab Res Rev. 2016;32(Supl 1):45-74. http://dx.doi.org/10.1002/dmrr.2699. PMid:26386266.
    » http://dx.doi.org/10.1002/dmrr.2699
  • 14
    Miyan Z, Fawwad A, Sabir R, Basit A. Microbiological pattern of diabetic foot infections at a tertiary care center in a developing country. J Pak Med Assoc. 2017;67(5):665-9. PMid:28507348.
  • 15
    Sánchez-Sánchez M, Cruz-Pulido WL, Bladinieres-Cámara E, Alcalá-Durán R, Rivera-Sánchez G, Bocanegra-García V. bacterial prevalence and antibiotic resistance in clinical isolates of diabetic foot ulcers in the Northeast of Tamaulipas, Mexico. Int J Low Extrem Wounds. 2017;16(2):129-34. http://dx.doi.org/10.1177/1534734617705254. PMid:28682727.
    » http://dx.doi.org/10.1177/1534734617705254
  • 16
    García-Morales E, Lázaro-Martínez JL, Aragón-Sánchez J, Cecilia-Matilla A, García-Álvarez Y, Beneit-Montesinos JV. Surgical complications associated with primary closure in patients with diabetic foot osteomyelitis. Diabet Foot Ankle. 2012;3(1):1-5. http://dx.doi.org/10.3402/dfa.v3i0.19000. PMid:23050062.
    » http://dx.doi.org/10.3402/dfa.v3i0.19000
  • 17
    Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998. Refere-se sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções Hospitalares. Diário Oficial da União. 1998.
  • 18
    Abreu KC, Motta EAP, Gonçalves GOL. Prevalência dos fatores de risco em pacientes com nefropatia diabética atendidos em um centro de referência em nefrologia do estado do Maranhão. Rev Cienc Salud. 2014;16:73-8.
  • 19
    Akha O, Kashi Z, Makhlough A. Correlation between amputation of diabetic foot and nephropathy. Iran J Kidney Dis. 2010;4(1):27-31. PMid:20081301.
  • 20
    Shojaiefard A, Khorgami Z, Larijani B. Independent risk factors for amputation in diabetic foot. Int J Diabetes Dev Ctries. 2008;28(2):32-7. http://dx.doi.org/10.4103/0973-3930.43096. PMid:19902045.
    » http://dx.doi.org/10.4103/0973-3930.43096
  • 21
    Santos VP, Silveira DR, Caffaro RA. Risk factors for primary major amputation in diabetic patients. Sao Paulo Med J. 2006;124(2):66-70. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-31802006000200004. PMid:16878188.
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1516-31802006000200004
  • 22
    Ohki AV, Galvão RC, Marques CG, Santos VP, Junior VC, Caffaro RA. Perfil microbiológico nas infecções profundas do pé diabético. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2010;55:15-7.
  • 23
    Banu A, Hassan MMN, Rajkumar J, Srinivasa S. Spectrum of bacteria associated with diabetic foot ulcer and biofilm formation: a prospective study. Aus Med J. 2015;8(9):280-5. PMid:26464584.
  • 24
    Oliveira AF, Oliveira H Fo. Perfil microbiológico e de resistência antimicrobiana no pé diabético infectado. J Vasc Bras. 2014;13(4):289-93. http://dx.doi.org/10.1590/1677-5449.0015.
    » http://dx.doi.org/10.1590/1677-5449.0015
  • 25
    Brasileiro JL, Oliveira WTP, Monteiro LB, et al. Pé diabético: aspectos clínicos. J Vasc Bras. 2005;4:11-21.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2018

Histórico

  • Recebido
    03 Fev 2018
  • Aceito
    21 Set 2018
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Rua Estela, 515, bloco E, conj. 21, Vila Mariana, CEP04011-002 - São Paulo, SP, Tel.: (11) 5084.3482 / 5084.2853 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: secretaria@sbacv.org.br