Acessibilidade / Reportar erro

POTENCIAL BIOTÉCNICO DO SARANDI-BRANCO (Phyllanthus sellowianus Müll. Arg.) E VIME (Salix viminalis L.) PARA REVEGETAÇÃO DE MARGENS DE CURSOS DE ÁGUA

BIOTECHNICAL CAPABILITY OF ‘SARANDI-BRANCO’ (Phyllanthus sellowianus Müll. Arg.) AND ‘VIME’ (Salix viminalis L.) FOR REVEGETATION WATER COURSES EDGES

RESUMO

Mesmo com planejamento e trabalho cuidadoso no uso dos recursos naturais, em particular dos cursos de água, é inevitável que algumas áreas sejam modificadas negativamente, que partes de margens ou encostas percam sua estabilidade e que ocorram erosões e deslizamentos. Quando isso acontece é necessária a recomposição e a estabilização física das áreas atingidas. Algumas técnicas de natureza biológica, capazes de proporcionar soluções baratas e de fácil implementação já são conhecidas, restando que se investigue a disponibilidade e aplicabilidade de materiais construtivos de cada região, bem como o potencial biotécnico das espécies vegetais de ocorrência local. No presente trabalho, procurou-se investigar - em situação prática de campo - a capacidade de pega por estacas, de duas espécies abundantes em beiras de cursos de água: sarandibranco (Phyllanthus sellowianus Müll. Arg.) e vime (Salix viminalis L.). O plantio experimental foi realizado em uma margem com problemas de corrosão, localizada no arroio Guarda-mor na região central do estado do Rio Grande do Sul. Foram utilizadas estacas retiradas de diferentes porções do ramo (base, meio e ponta). Com uma verificação feita 60 dias após o plantio, pode-se concluir que as duas espécies se mostraram potencialmente aptas para a recomposição vegetativa de margens. Em média, o sarandi-branco mostrou um percentual de pega de 78%, que foi significativamente superior ao do vime (69%). Para as duas espécies, observou-se que quanto maior a proximidade com o nível da água e quanto maior o diâmetro das estacas, (base > meio > ponta), tanto maior foi o percentual de pega.

Palavras-chave:
bioengenharia; biotécnicas; recuperação de áreas degradadas; cursos de água

ABSTRACT

Even with planning and careful use of natural resources, and specially in the case of water courses, some areas are negatively modified, due to losing of margin or hillside stability, leading to erosions and slides. On this way, revegetation and stabilization techniques are imposing tasks to these areas. Some non expensive and easy biological techniques are already known, resting to investigate the applicability of adequate materials to each area, as well as biotechnical value of local native species. This works deals with investigating, on field situation, the rooting stick capability of two different species, that are common on water courses edges of the studied region: ‘sarandi-branco’ (Phyllanthus sellowianus Müll. Arg.) and ‘vime’ (Salix viminalis L.). The experiment was developed on eroded margin of ‘Guarda-mor’ stream, in central area of ‘Rio Grande do Sul’ State, Brazil. The sticks used were from different parts of branches (base, half and tip). Sixty day after planting, the rooting was evaluated, being found a good revegetation capability of both species. On ‘sarandibranco’ sticks, the rooting reached 78%, being significantly higher than on ‘vime’ sticks (69%). To both species, the rooting rose up with the proximity of water level and with increasing diameter of sticks (base > half > tip).

Key words:
bioengineering; slope protection; erosion control

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

  • BEGEMANN, W. ; SCHIECHTL, H. M. Ingenieurbiologie: Handbuch zum ökologischen Wasser und Erdbau. 2. neubearbeitete Auflage. Wiesbaden und Berlin: Bauverlag GMBH, 1994.
  • BRASIL. Ministério do Exército. Diretoria de Serviço Geográfico. Carta Faxinal do Soturno. Brasilia, 1976. 1 mapa. Escala 1:50.000, Folha SH.22-V-C-IV-2, MI - 2966/1
  • BRASIL. Ministério do Exército. Diretoria de Serviço Geográfico. Aerofotograma pancromático. 1996. R-012, Fx-059A, 2564 60, 88.05mm, vôo de 17/05/1996.
  • DURLO, M. A. Biotécnicas no manejo de cursos de água. Ciência & Ambiente, Santa Maria, n. 21, p.81-90, 2001.
  • FLORINETH, F.; GERSTGRASER, C. Ingenieurbiologie. Wien: Universität für Bodenkultur, Institut für Landschaftsplanung und Ingenieurbiologie , 2000.
  • GOMES, F. P. Curso de Estatística experimental. 13. ed. Piracicaba, 1990.
  • GRAY, D. H.; LEISER, A. T. Biotechnical slope protection and erosion control. Florida: Krieger Publishing Company Malabar, 1982.
  • MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, 1961.
  • MORGAN, R. P. C.; RICKSON, R. J. Slope stabilization and erosion control: a bioengineering approach. London: E & FN Spon, 1995.
  • SCHIECHTL, H. M; STERN, R. Handbuch für naturnahen Wasserbau: Eine Einleitung für ingenieurbiologische Bauweisen. Wien: Österreichischer Agrarverlag, Druck- und Verlagsgesellschaft m.b.H., 1994.
  • SUTILI, F. J. Bacia hidrográfica do Arroio Guarda-mor : características e proposições para o manejo dos cursos de água. 2001. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia Florestal - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2001.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 2004

Histórico

  • Recebido
    20 Dez 2002
  • Aceito
    26 Abr 2004
Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br