A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) tem sido objeto de discussão tanto nos meios empresariais quanto nos acadêmicos, já tendo sido retratada como estratégia que pode contribuir para o desempenho financeiro das empresas, uma resposta estratégica a pressões institucionais sofridas pelas empresas, um mero discurso de marketing, ou ainda, uma atividade pós-lucro. A discussão sobre o tema permanece centrada nas organizações e os outros agentes (stakeholders) são, geralmente, tratados como satélites coadjuvantes. A proposta deste estudo é deslocar o eixo da discussão sobre Responsabilidade Social Corporativa (RSC), da empresa para a sociedade civil e responder à seguinte questão investigativa: em que medida o discurso e as práticas da Petrobras são congruentes, sob a ótica da comunidade que vive ao redor da Refinaria Duque de Caxias (Reduc)? Fundamenta-se na crença de que algo essencial se perdeu na busca por soluções meramente técnico-instrumentais, as quais resultaram na geração de uma sociedade mercadocêntrica, utilitarista e calculista. Ao contrário de outros estudos que objetivaram analisar a correlação entre RSC e retorno financeiro, políticas públicas ou investimento social, neste busca-se analisar o discurso da Petrobras sobre RSC e confrontá-lo com o olhar dos habitantes da comunidade de Campos Elísios, localizada em Duque de Caxias, a qual é vizinha da refinaria, sobre o impacto das operações desta. Entendeu-se a necessidade de se dar voz aos que são marginalizados e esquecidos nos discursos oficiais, no caso, a comunidade de Campos Elíseos. Para tal, foi realizada na comunidade uma pesquisa inspirada na etnografia e suas variantes, como a autoetnografia e a fotoetnografia, e foi constatado que a imagem que a Petrobras comunica externamente em suas políticas de segurança, saúde e meio ambiente (ter uma grande virtude cívica, pautando suas atividades por práticas ecológica e politicamente corretas) não é compartilhada pela comunidade. Entende-se que as organizações devam prestar contas não só aos seus acionistas, mas também aos empregados, mídia, governo e às comunidades nas quais operam e com as quais interagem. Advoga-se a democratização do processo decisório organizacional, o qual deveria se dar sobre as bases de um diálogo mais participativo com todos os parceiros sociais.
Corporate Social Responsibility (CSR) has been discussed in both the academic and business circles, having been portrayed as a strategy that may contribute to the financial performance of companies, a strategic response to institutional pressures incurred by the companies, a mere speech marketing, or even a post-profit activity. The discussion on the topic remains centered organizations and other actors (stakeholders) are treated as adjuncts satellites. The purpose of this study is to shift the center of discussion on Corporate Social Responsibility (CSR), the company for civil society and respond to the following investigative question: to what extent the discourse and practices are congruent Petrobras, from the perspective of community lives around the Duque de Caxias Refinery (Reduc)? It is based on the belief that something fundamental has been lost in the search for solutions purely technical-instrumental, which resulted in the generation of an utilitarian and calculating society. Unlike other studies that aimed to analyze the correlation between CSR and financial return, public policy or social investment, this seeks to analyze the speech Petrobras on CSR and confront him with the look of residents of the community. It was understood the need to give voice to those who are marginalized and forgotten in official speeches, in this case, the community of Campos Eliseos. Thus, we conducted an empirical research in the community, located in Duque de Caxias, using different ethnographic approaches, such as autoethnography and photoethnography. We found that the image that communicates externally Petrobras is the great virtue of having an agenda and ensures that its activities for ecological practices and politically correct, but it was found that the surrounding community does not share the view that Petrobras announces externally in their Security Policies, Health and Environment, which is to have a great civic virtue. It is understood that organizations are accountable not only to shareholders but also employees, media, government and the communities in which they operate and with which they interact. Advocates the democratization of decision-making organization, which should be given on the basis of a more participatory dialogue with all social partners.
Responsabilidad Social Corporativa (RSC) ha sido objeto de mucha discusión en los círculos empresariales como en lo académico, después de haber sido presentado como una estrategia que puede contribuir a los resultados financieros de las empresas, una respuesta estratégica a las presiones institucionales habidos por las empresas, un mero discurso de comercialización, o incluso una actividad post-ganancias. La discusión sobre el tema sigue siendo organizaciones centradas y otros actores (stakeholders) son generalmente tratados como satélites adjuntos. El propósito de este estudio es cambiar el centro del debate sobre la RSC, las empresas y la sociedad civil para responder a la siguiente pregunta de investigación: ¿hasta qué punto el discurso y las prácticas de Petrobras son congruentes, desde la perspectiva de la comunidad vidas en todo el Duque de Caxias (Reduc)? Se basa en la creencia de que algo fundamental se ha perdido en la búsqueda de soluciones meramente técnico-instrumentales, lo que resultó en la generación de una empresa mercadocêntrica, utilitaria y calculadora. A diferencia de otros estudios que tuvo como objetivo analizar la relación entre la RSC y la rentabilidad financiera, la política pública o la inversión social, que trata de analizar el discurso de Petrobras sobre RSC y confrontarlo con la mirada de los habitantes de la comunidad de los Campos Elíseos - RJ, que está cerca de la refinería, sobre el impacto de su operación. Por ejemplo, se llevó a cabo en la comunidad, marginada y olvidada en los discursos oficiales, la investigación inspirada por la etnografía y sus variantes, como autoetnografia y fotoetnografia, y se encontró que la imagen que Petrobras comunica externamente en sus políticas de Seguridad, Salud y Medio Ambiente no es compartida por la comunidad. Se entiende que las organizaciones son responsables no sólo a los accionistas sino también a los empleados, medios de comunicación, el gobierno y las comunidades en las que operan y con los que interactúan. Em este estudo se aboga por la democratización de la organización de la toma de decisiones, que debe darse sobre la base de un diálogo más participativo con todos los interlocutores sociales.