ABSTRACT In urban traffic, disputes over space are evident and situations of conflict and violence are highlighted, resulting in a high number of accidents, especially with motorcyclists. Among the determinants and constraints for such occurrences, there are lifestyle and explicit decisions in the representations of the people involved, as well as objective factors related to city life. The objective of this study was to understand the representations of motorcyclists who suffered a traffic accident in Belo Horizonte, Minas Gerais, about the risks and occurrence of accidents. The analysis of the data collected in individual interviews of hospitalized accident victims was based on the Giami proposals, in the psychosocial frame of social representations, that allowed the construction of two categories related to traffic violence: a) representations on injuries suffered with motorcycles; 2) representations on the transit. The results showed that the projection of responsibilities is strongly present in the representations on traffic violence. Psychosocial postures are strengthened in disputes, through representations of overvaluation of individual transportation, through the feeling of invulnerability by the belief that accidents will only occur with others, interspersed with the consequent weakening of equity relations in traffic. It was concluded that the psychosocial construction carried out through social interactions throughout life, in specific cultural and social contexts, defines postures of incurring more or less risks in traffic, impacting on the way of motorcycle driving in daily life.
RESUMEN En el tránsito urbano ocurren disputas por espacios y se producen situaciones de conflicto y violencia que resultan en un alto número de accidentes, principalmente con motociclistas. Entre los factores que determinan y condicionan tales hechos se incluyen el modo de pensar y de tomar decisiones reveladas en las representaciones de las personas involucradas, además de otros factores relacionados con la vida urbana. En este estudio se busca entender las representaciones de motociclistas que tuvieron accidentes de tránsito en Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, sobre los riesgos y accidentes. El análisis de datos, recogidos en las entrevistas individuales de accidentados internados en hospitales, se basó en las propuestas de Giami, en el referente sicosocial de las representaciones sociales que permitió construir dos categorías sobre la violencia: a) representaciones sobre las lesiones con motocicletas; 2) representaciones sobre el tránsito. Los resultados muestran que la proyección de responsabilidades está muy presente en las representaciones sobre la violencia en el tránsito. Las posturas sicosociales se fortalecen en las disputas, por medio de representaciones de sobrevaloración del transporte individual, por el sentimiento de invulnerabilidad al pensar que los accidentes solamente les ocurren a los demás, mezcladas con la consiguiente fragilización de las relaciones de equidad en el tránsito. Se llega a la conclusión que la construcción sicosocial generada por interacciones sociales de toda la vida, en contextos culturales y sociales específicos, define posturas de incurrir en más o menos riesgos, que se reflejan en el modo de conducir cotidianamente.
RESUMO No trânsito urbano evidenciam-se disputas por espaço e ressaltam-se situações de conflitos e violência, resultando em elevado número de acidentes, especialmente com motociclistas. Entre os determinantes e condicionantes para tais ocorrências, incluem-se os modos de pensar a vida e tomar decisões explicitadas nas representações das pessoas envolvidas, para além de fatores objetivos relacionados à vida na cidade. Objetivou-se compreender representações de motociclistas que sofreram acidente de trânsito, em Belo Horizonte, Minas Gerais, acerca dos riscos e ocorrência de acidentes. A análise dos dados colhidos em entrevistas individuais de acidentados hospitalizados foi fundamentada nas propostas de Giami, no referencial psicossocial das representações sociais, que permitiu a construção de duas categorias relativas à violência no trânsito: a) representações sobre lesões sofridas com motocicletas; 2) representações sobre o trânsito. Os resultados mostraram que a projeção de responsabilidades está fortemente presente nas representações sobre violência no trânsito. Posturas psicossociais são fortalecidas nas disputas, por meio de representações de supervalorização do transporte individual, pelo sentimento de invulnerabilidade pela crença de que os acidentes somente ocorrerão com os outros, entremeadas pelo consequente enfraquecimento das relações de equidade no trânsito. Concluiu-se que a construção psicossocial realizada por meio das interações sociais ao longo da vida, em contextos culturais e sociais específicos, define posturas de incorrer em mais ou menos riscos no trânsito, impactando no modo de condução da motocicleta no cotidiano.