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Sexo cerebral: um caminho que começa a ser percorrido

Brain sex: just beginning to pave the way

Fica cada vez mais claro que ocorre um dimorfismo sexual no cérebro de homens e mulheres, e experiências em animais têm mostrado que circuitos específicos se desenvolvem de acordo com o sexo do animal. Desde os trabalhos iniciais de Gorski em ratos, que descreviam o núcleo sexualmente dimórfico na área pré-óptica (SDN-POA), tem sido aceito que, por ação do estradiol, convertido localmente pela aromatase a partir de testosterona, faz-se o imprint para sexo masculino, inibindo-se a apoptose das células do SDN-POA e, portanto, levando a um núcleo anatomicamente maior em machos quando comparado ao de fêmeas. Outras regiões têm mostrado dimorfismo sexual e necessitamos de um marcador para que tais estruturas sejam diferenciadas e possam ser avaliadas na prática clínica. Este dado será de grande valia na atribuição de gênero a pacientes portadores de anomalias da diferenciação sexual, que nascem com ambigüidade genital. Têm havido muitas dúvidas na atribuição do gênero a alguns desses pacientes e não têm sido infreqüentes inadequações sexuais, com mudanças de opções sexuais em época puberal, com grandes traumas tanto para o paciente como para seus familiares. A evolução dos conhecimentos nessa área poderá nos trazer elementos muito importantes para nos auxiliar na atribuição do sexo de criação em vários estados intersexuais e é um caminho que, apesar de estar ainda no seu início, merece ser percorrido.

Dimorfismo sexual; Genitália ambígua; Intersexo; Sexo cerebral; Sexo social; Sistema nervoso central


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