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A osteoporose e os distúrbios endócrinos da tireóide e das gônadas

Osteoporosis and the endocrine disturbances of thyroid and gonads

Resumos

Apesar da dedicação incessante dos pesquisadores no estudo da osteoporose, muito ainda necessita ser elucidado. A deficiência dos esteróides sexuais, principalmente a de estrógeno, é considerada a principal causa de osteoporose, embora existam inúmeros outros fatores envolvidos. O hipertireoidismo, por exemplo, é considerado um dos fatores de risco para indução ou agravamento da osteoporose e tem despertado o interesse para o estudo dos efeitos de T3 e T4 sobre o metabolismo ósseo. Embora o hipotireoidismo e a afuncionalidade das gônadas seja uma associação freqüente na mulher, a hipofunção da tireóide não é considerada fator de risco para a osteoporose da menopausa. Assim, o estudo da inter-relação entre os distúrbios endócrinos, tão comuns na idade avançada, e a osteoporose é fundamental, pois deste conhecimento poderão advir meios de controle e tratamento adequados, bem como a definição da real natureza do distúrbio ósseo. O objetivo desta revisão é apresentar e discutir alguns aspectos da osteoporose e sua inter-relação com os distúrbios endócrinos da tireóide e das gônadas.

Osteoporose; Hipotireoidismo; Hipertireoidismo; Hipogonadismo


Despite the incessant dedication of the researchers to the study of osteoporosis, a lot still needs to be elucidated. The deficiency of sexual steroids, mainly of estrogen, is considered the main cause of osteoporosis, although a number of other factors are involved. Hyperthyroidism, for instance, is considered a risk factor for induction or aggravation of osteoporosis and has risen the interest in the study of the effects of T3 and T4 on osseous metabolism. Although hypothyroidism and gonadic dysfunction are frequently associated in women, thyroid hypofunction is not considered as a risk factor for postmenopausal osteoporosis. Thus, the study of the inter-relationship between endocrine disturbances, so common in advanced age, and osteoporosis is fundamental. Adequate means of control and treatment may result from this knowledge, as well as a definition of the real nature of the bone disturbance. The aim of this review is to present and discuss some aspects of osteoporosis and its inter-relation with the endocrine dysfunctions of the thyroid and the gonads.

Osteoporosis; Hypothyroidism; Hyperthyroidism; Hypogonadism


REVISÃO

A osteoporose e os distúrbios endócrinos da tireóide e das gônadas

Osteoporosis and the endocrine disturbances of thyroid and gonads

Ana Flávia de C. Ribeiro; Rogéria Serakides; Vera Alvarenga Nunes; Cristiana Moreira da Silva; Natália de Melo Ocarino

Setor de Patologia do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Rogéria Serakides Setor de Patologia, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias da UFMG Av. Pres. Antônio Carlos 6.627 Caixa Postal 567 31270-901 Belo Horizonte, MG Fax: (031) 3499-2230 e.mail: serakide@dedalus.lcc.ufmg.br

RESUMO

Apesar da dedicação incessante dos pesquisadores no estudo da osteoporose, muito ainda necessita ser elucidado. A deficiência dos esteróides sexuais, principalmente a de estrógeno, é considerada a principal causa de osteoporose, embora existam inúmeros outros fatores envolvidos. O hipertireoidismo, por exemplo, é considerado um dos fatores de risco para indução ou agravamento da osteoporose e tem despertado o interesse para o estudo dos efeitos de T3 e T4 sobre o metabolismo ósseo. Embora o hipotireoidismo e a afuncionalidade das gônadas seja uma associação freqüente na mulher, a hipofunção da tireóide não é considerada fator de risco para a osteoporose da menopausa. Assim, o estudo da inter-relação entre os distúrbios endócrinos, tão comuns na idade avançada, e a osteoporose é fundamental, pois deste conhecimento poderão advir meios de controle e tratamento adequados, bem como a definição da real natureza do distúrbio ósseo. O objetivo desta revisão é apresentar e discutir alguns aspectos da osteoporose e sua inter-relação com os distúrbios endócrinos da tireóide e das gônadas.

Descritores: Osteoporose; Hipotireoidismo; Hipertireoidismo; Hipogonadismo

ABSTRACT

Despite the incessant dedication of the researchers to the study of osteoporosis, a lot still needs to be elucidated. The deficiency of sexual steroids, mainly of estrogen, is considered the main cause of osteoporosis, although a number of other factors are involved. Hyperthyroidism, for instance, is considered a risk factor for induction or aggravation of osteoporosis and has risen the interest in the study of the effects of T3 and T4 on osseous metabolism. Although hypothyroidism and gonadic dysfunction are frequently associated in women, thyroid hypofunction is not considered as a risk factor for postmenopausal osteoporosis. Thus, the study of the inter-relationship between endocrine disturbances, so common in advanced age, and osteoporosis is fundamental. Adequate means of control and treatment may result from this knowledge, as well as a definition of the real nature of the bone disturbance. The aim of this review is to present and discuss some aspects of osteoporosis and its inter-relation with the endocrine dysfunctions of the thyroid and the gonads.

Keywords: Osteoporosis; Hypothyroidism; Hyperthyroidism; Hypogonadism

COM O AUMENTO DA EXPECTATIVA de vida do homem, as doenças crônico-degenerativas destacam-se como fator limitante de sua qualidade. Dentre essas doenças, a osteoporose, com sua elevada freqüência, tem fundamental importância em saúde pública (1,2).

Num conceito morfopatogenético, a osteoporose é uma doença metabólica generalizada, caracterizada por menor aposição óssea decorrente de insuficiência osteoblástica (3). No entanto, o termo osteoporose tem sido aplicado com conceitos diferentes e, às vezes, inadequados. É comum considerar osteoporose e osteopenia como sendo a mesma coisa, ou afirmar que osteoporose é um estágio mais grave da osteopenia (4). O termo osteopenia (osteo = osso; penia = pouco) seria adequadamente empregado para caracterizar qualquer diminuição da massa óssea, seja decorrente da diminuição da aposição ou do aumento da reabsorção ou da mineralização deficiente da matriz ou da necrose óssea. Assim, além da osteoporose, a osteodistrofia fibrosa generalizada, o raquitismo, a osteomalacia e a osteonecrose metabólica são também doenças osteopênicas (3).

Grande atenção é dada à osteoporose da mulher por afetar aproximadamente um terço da população feminina após a menopausa (5), e por se constituir na desordem osteometabólica mais prevalente nos países desenvolvidos (2,6,7). Embora seja mais freqüente em mulheres, a osteoporose vem sendo diagnosticada cada vez mais em homens em todo o mundo, e isso tem sido também objeto de maiores investigações (8,9).

Fala-se muito do papel da deficiência dos esteróides sexuais na gênese da osteoporose humana (1,7), mas postula-se que a predisposição genética, inatividade física, deficiência de vitamina D e as disfunções tireoidianas constituem os fatores de risco para a osteoporose (10,11).

O Tecido Ósseo e a Osteoporose

O osso é um tecido metabolicamente ativo que está em constante renovação. Isso mantém sua integridade estrutural e a homeostasia mineral (1,12,13), ambas dependentes do equilíbrio entre os processos anabólico (aposição) e catabólico (reabsorção). A perda desse equilíbrio altera a matriz e a mineralização ósseas (14).

Apesar de sofrer a influência da dieta, dos estímulos físicos e de fatores genéticos, o controle do metabolismo ósseo é feito por hormônios, fatores de crescimento, citocinas e pela comunicação celular (12,14). O paratormônio (PTH), a calcitonina (CT) e a vitamina D são os principais reguladores da homeostasia mineral (15), enquanto o estrógeno, os andrógenos, a tiroxina e a triiodotironina influenciam o metabolismo ósseo, controlando, de forma diferenciada, a reabsorção e a aposição ósseas (1,12-14).

Ao longo da vida vão sendo acumulados desequilíbrios entre os dois processos metabólicos, principalmente em função da manutenção da calcemia. Havendo aceleração do processo catabólico, a perda de osso acaba por se instalar, principalmente se fatores inibidores da aposição óssea, como os inerentes à senescência (síntese protéica deficiente, déficit hormonal, absorção deficiente de nutrientes etc.), estejam associados. A indubitável conseqüência disso é a osteoporose (1,4,12-14).

A Deficiência dos Hormônios Sexuais na Gênese da Osteoporose

Após cessar a produção dos hormônios sexuais, a massa óssea da mulher diminui rapidamente nos primeiros 10 anos e lentamente nos anos subseqüentes (16,17), havendo, a cada ciclo de remodelação óssea, menor quantidade de osso formado e maior quantidade de osso reabsorvido (1,4,16). Já no homem, a diminuição da massa óssea se dá de forma lenta e progressiva (17).

Os hormônios sexuais femininos atuam na remodelação óssea (1) por mecanismos ainda não totalmente elucidados (12). A presença de receptores para o estrógeno nos osteoblastos, osteócitos e nas células osteoprogenitoras da medula óssea sugere efeito direto desse hormônio sobre o osso (7,18). O estrógeno regula, nos osteoblastos, a expressão dos genes que codificam o colágeno tipo I, a fosfatase alcalina, osteopontina, osteocalcina e osteonectina. Ele aumenta a diferenciação dos osteoblastos (14,19) e exerce efeito estimulatório sobre a síntese e mineralização da matriz óssea (14,18,20). Além disso, o estrógeno estimula a apoptose dos osteoclastos (21) e mantém os osteócitos viáveis, havendo na sua deficiência aumento da taxa de apoptose dessas células (14,18). A síntese de interleucinas [IL-1b, IL-6, fator de necrose tumoral alfa (TNFa)], prostaglandina (PGE2) e do fator estimulador de macrófagos, importantes agentes reabsortivos, é inibida pelo estrógeno. Já a síntese de antagonistas dos receptores para IL-1, de proteínas ligantes dos fatores de crescimento semelhante à insulina (IGFBP-4) e de proteínas ósseas morfogenéticas (MFP-2 e MFP-6) é estimulada pelo estrógeno e representam importantes mediadores da ação anabólica desse hormônio sobre o tecido ósseo (22,23).

A presença de receptores para os andrógenos nos osteoblastos e osteócitos (17,24) e a comprovada conversão da testosterona em diidrotestosterona no osso apontam para a participação direta também dos esteróides sexuais masculinos no metabolismo do tecido ósseo (7,25). Mas parece que o principal mecanismo pelo qual a testosterona atua no osso é mediado por sua transformação em estrógeno, pela ação de uma aromatase (24,26). Os osteoblastos possuem uma série de enzimas, tais como a 20-alfa-hidroxiesteróide desidrogenase (HSD), a 7-alfa-hidroxilase e a 17-beta-HSD, que metabolizam os andrógenos e regulam a responsividade do osso à ação deles (27). Com o uso das técnicas de biologia molecular, uma variedade de efeitos diretos e indiretos dos andrógenos sobre as células ósseas foi identificada. Os andrógenos inibem a diferenciação dos osteoclastos, estimulam a aposição e a mineralização da matriz óssea (28), por promover a proliferação e diferenciação dos osteoblastos (26) e controlam a síntese de várias citocinas com ação parácrina e autócrina no osso, tais como as interleucinas (IL-1b e IL-6), fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs), prostaglandina (PGE2) e o fator de crescimento tumoral beta (TGF-b) que podem, em parte, ser responsáveis pelo efeito anabólico e anti-reabsortivo dos andrógenos (29). Semelhante ao que ocorre na mulher, a perda da função endócrina dos testículos também resulta em desequilíbrio entre os processos anabólico e catabólico e no desenvolvimento de osteoporose no homem (7,25).

O estrógeno parece inibir indiretamente a reabsorção óssea, ao regular a síntese e a liberação de citocinas, prostaglandinas e de fatores de crescimento (1,12,30). A interleucina 6 (IL-6) é uma citocina produzida pelos osteoblastos e pelas células da medula óssea, importante no processo catabólico do osso e que tem sua expressão inibida pelo estrógeno. Ela é um dos fatores responsáveis pelo aumento da reabsorção óssea quando da deficiência desse esteróide. Acredita-se também que o estrógeno iniba a ação do PTH (30), sugerindo que o aumento da reabsorção óssea no hipogonadismo também seja mediado pelo PTH (20).

Na deficiência dos esteróides sexuais, a diminuição da massa óssea também parece ser decorrente da redução da absorção intestinal do cálcio. Há uma ação direta do estrógeno sobre a mucosa intestinal (30-34) e uma ação indireta, mediada pela vitamina D (20,30). Na deficiência de estrógeno, há diminuição dos receptores da vitamina D no intestino (4,20) e menor conversão renal do 25 hidroxicolecalciferol (25OHD3) em 1,25 diidroxicolecalciferol (1,25(OH)2D3), a forma ativa da vitamina D. Assim, no hipogonadismo, espera-se menor formação da proteína ligante do cálcio, o que diminui sua absorção intestinal (35). O resultado disso é a hipocalcemia, pelo menos em algum momento da deficiência dos hormônios sexuais (36). Por ser o cálcio o principal regulador da atividade da paratireóide (37), na hipocalcemia há aumento da secreção de PTH e conseqüente aumento da reabsorção óssea para restabelecimento da isocalcemia (37,38). De fato é isso que parece ocorrer, pois algum tempo depois de instalada a hipocalcemia da castração há pronta compensação dos valores plasmáticos de cálcio (36). No entanto, a ação do PTH como mediador da perda óssea do hipogonadismo ainda é discutida (39).

O PTH é um dos principais reguladores da homeostasia do cálcio, estimulando no osso a osteólise osteocítica e a osteoclasia e inibindo a mineralização da matriz óssea (37,38). A maioria dos pesquisadores afirma que a osteopenia da castração não é mediada pelo PTH (40,41). Entretanto, existem suspeitas de que haja maior responsividade do osso ao PTH, e que por isso ele estaria envolvido na perda óssea da menopausa (25,39,42). A suspeita aumenta pela semelhança entre as alterações ósseas de ratas ovariectomizadas e de ratos tratados com PTH (43) e pela menor perda óssea em mulheres na menopausa e portadoras de hipoparatireoidismo (44).

A progesterona também é reconhecida como hormônio importante no metabolismo ósseo e mineral (14), mas sua ação sobre o osso ainda é pouco conhecida (14,17). Ela estimula a proliferação e diferenciação das células osteoprogenitoras e atua diretamente nos osteoblastos (45), estimulando a aposição e a mineralização ósseas (4,7,14). Assim, no hipoprogesteronismo, a osteopenia seria decorrente da diminuição da aposição óssea (14,16,46,47). O estrógeno também induz a expressão do gene que codifica a síntese dos receptores para progesterona nos osteoblastos e, mediado por esse mecanismo, postula-se que ele estimularia indiretamente a síntese de matriz óssea (48). Recentemente foi comprovado que a osteoprotegerina (OPG) é um membro da família de receptores para o fator de necrose tumoral (TNF) presente nos osteoblastos, que inibe a reabsorção óssea por impedir a diferenciação e a atividade dos osteoclastos (49). Ao contrário da progesterona, o estrógeno estimula a síntese de OPG. Postula-se que essa seja uma das explicações pela qual a ação principal do estrógeno sobre o osso seja a de inibir a reabsorção óssea, enquanto a progesterona parece ter sua ação mais centrada na síntese de matriz óssea (50).

Na osteoporose humana, além da redução do processo anabólico (17), parece haver aumento do catabolismo ósseo (1,21,30) e grande importância é dada hoje à reabsorção óssea como fator indutor da osteoporose (25). De fato, o termo osteoporose parece ser insuficiente para denominar todas as alterações ósseas que ocorrem na menopausa. Segundo alguns autores, além da osteoporose há também alterações características da osteodistrofia fibrosa generalizada ou hiperparatireoidismo em ratas castradas (30,51).

As Disfunções Tireoidianas na Gênese da Osteoporose

Enquanto as conseqüências clínicas e bioquímicas das disfunções tireoidianas no metabolismo ósseo e mineral são bem elucidadas, a ação molecular dos hormônios da tireóide sobre as células ósseas é pouco estudada. A tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), exercem profunda influência no metabolismo ósseo (52-57) e na homeostasia do cálcio e fósforo (58). A presença de receptores nucleares nos osteoblastos, osteócitos (46,57,59) e osteoclastos (59-61) sugere que a ação dos hormônios tireoidianos sobre o osso é direta, embora eles possam agir indiretamente, já que estimulam a síntese de fatores de crescimento, citocinas e outros hormônios (58,59,62,63).

Assim, da mesma forma que os esteróides sexuais, T3 e T4 também estimulam a expressão de genes nos osteoblastos para a produção de colágeno, osteocalcina (14,46,64,65) e fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs), importantes para a aposição óssea (46,59). Os genes que codificam a síntese de receptores para IGF-1 e para proteínas ligantes de IGF são os principais alvos da ação dos hormônios tireoidianos nos osteoblastos, o que pode explicar, em parte, o efeito anabólico desses hormônios sobre o osso (66). Além do mais, há receptores para os hormônios tireoidianos nas células da medula óssea, precursoras da linhagem osteoblástica (67), fato esse que talvez explique o porquê do aumento da celularidade da medula óssea e a hiperplasia osteoblástica no osso de ratas hipertireóideas (47). Os hormônios tireoidianos também estimulam a síntese e a atividade da fosfatase alcalina (68), mediadora da aposição e mineralização ósseas (69).

Apesar de haver receptores para os hormônios tireoidianos nos osteoclastos (60,61), a reabsorção óssea estimulada por T3 parece ser indireta e mediada por mecanismos que ainda não foram bem elucidados (46,70,71). Recentemente, verificou-se a possibilidade da IL-6 mediar o aumento da reabsorção óssea do hipertireoidismo, mas ficou comprovado que os valores séricos de IL-6 em pacientes hipertireóideos não se correlacionam com o dos marcadores da remodelação óssea (72). Postula-se que os hormônios tireoidianos estimulam a diferenciação dos osteoclastos mediada pela interação com os osteoblastos. Recentemente, as bases moleculares dessa interação foram elucidadas, e verificou-se que agentes reabsortivos, tais como o PTH, 1,25 (OH)2D3, TNF-a e as interleucinas, induzem a expressão de um receptor ativador do fator nuclear ligante KB (RANKL), molécula chave para a formação dos osteoclastos. T3 induz a expressão de RANKL in vitro, mas esse efeito somente é amplificado quando se adiciona 1,25(OH)2D3 em meio de cultivo com osteoblastos, sugerindo interação dos hormônios tireoidianos com a vitamina D no mecanismo de reabsorção óssea (73). No entanto, ainda se conhece pouco sobre os mecanismos envolvidos na ação catabólica dos hormônios tireoidianos sobre o osso.

A deficiência dos hormônios tireoidianos reduz o metabolismo geral e afeta diretamente o recrutamento, a diferenciação, a maturação e o metabolismo das células responsáveis pela aposição, mineralização e reabsorção ósseas (52,53,68,74,75). A redução da aposição óssea, no hipotireoidismo, se dá por interferência direta (52), já que T3 e T4 estimulam a expressão de genes nos osteoblastos para a produção de colágeno e osteocalcina (14,46,64), importantes na aposição óssea (46,59). Mas a ação dos hormônios tireoidianos sobre a síntese de matriz óssea pode ser também indireta e resultante da manutenção da concentração plasmática do hormônio do crescimento (GH) e do aumento de IGF-1 (59,76). Os hormônios tireoidianos agem na síntese do GH (77), havendo, no hipotireoidismo, redução da sua concentração plasmática (59,76,77). Além disso, o GH e a T3 regulam a síntese hepática do IGF-1 e a T3 estimula sua produção nos osteoblastos (57,59). Assim, o IGF-1 é considerado como o principal mediador da ação anabólica dos hormônios tireoidianos, aumentando a proliferação e diferenciação dos osteoblastos, bem como a síntese de proteínas colagênicas e não colagênicas (57,59,78).

A diminuição da mineralização óssea na deficiência dos hormônios tireoidianos parece ser decorrente da redução dos valores plasmáticos de cálcio e fósforo (54,79). No hipotireoidismo, a absorção intestinal de cálcio é reduzida (80), já que os hormônios tireoidianos são necessários no transporte intestinal do cálcio e do fósforo mediado pelo 1,25(OH)2D3 (81,82). T3 e T4 também aumentam a absorção intestinal do fósforo mediada por gradiente de concentração dependente do sódio (82) e, nos rins, os hormônios tireoidianos estimulam o co-transporte Na+/Pi, proporcionando aumento da reabsorção tubular de fósforo (83,84).

Existe relação entre a ação da tireóide e das paratireóides sobre o osso no hipotireoidismo (85). Postula-se que o tecido ósseo, na deficiência dos hormônios tireoidianos, seja resistente ao PTH, pois, a despeito da hiperatividade das paratireóides, há diminuição da reabsorção óssea (86-88). No entanto, recentemente foi demonstrado que, no hipotireoidismo, o osso responde à hiperatividade das paratireóides com incremento da atividade reabsortiva dos osteócitos profundos (89). Mesmo assim, a participação do PTH como mediador das alterações ósseas no hipotireoidismo ainda é discutida.

No hipertireoidismo, as alterações ósseas já foram caracterizadas como similares àquelas da osteodistrofia fibrosa, osteoporose e osteomalacia (90-93), mas outros estudos demonstraram que elas diferem de todas essas doenças osteopênicas (47,92,93). No hipertireoidismo, há estímulo tanto da aposição quanto da reabsorção ósseas (53,59), mas a diminuição da massa óssea (59,71,87,94) advém da supremacia do processo catabólico frente ao anabólico (47,59). Além disso, foi demonstrado que a osteopenia em ratas hipertireóideas não é progressiva e que a responsividade do osso aos hormônios tireoidianos varia de acordo com o indivíduo, com o sítio ósseo e com o tempo de administração da tiroxina (47). A maioria dos autores considera a osteoclasia como o principal processo de reabsorção óssea (75,94,95), mas foi demonstrado que a reabsorção induzida pelo hipertireoidismo se dá muito mais pela atividade dos osteócitos profundos, ou seja, pela osteólise osteocítica, sendo a osteoclasia pouco atuante (47). Embora os osteócitos apresentem receptores para o PTH, sua participação como mediador da reabsorção óssea induzida pelo hipertireoidismo é controversa e não foi ainda elucidada (87,90,96,97).

O hipertireoidismo também altera o metabolismo mineral e conduz à hiperfosfatemia. Alguns autores afirmam que a hiperfosfatemia se dá pelo aumento da reabsorção óssea que causa hipercalcemia, hipoparatireoidismo e conseqüente aumento da reabsorção tubular de fósforo (92,93). No entanto, pelo que se sabe sobre a regulação do cálcio e do fósforo, é improvável que essa seja a razão da hiperfosfatemia, já que ratas hipertireóideas apresentam hiperfosfatemia sem a coexistência de hipercalcemia. Além disso, os valores de tiroxina livre apresentam correlação positiva com os níveis de fósforo, mas não com os de cálcio (36). A hiperfosfatemia advém da ação de T3 e T4 na absorção intestinal do fósforo (82) e, nos rins, os hormônios tireoidianos estimulam o co-transporte Na+/Pi, proporcionando aumento da reabsorção tubular de fósforo (83,84). Assim, o postulado de que o catabolismo acelerado do osso no hipertireoidismo poderia ser a causa da hiperfosfatemia (92,93) torna-se destituído de argumentação lógica. Outros resultados de pesquisa também comprovam que a hiperfosfatemia do hipertireoidismo não é antecedida por hipercalcemia (98). Apesar disso, o hipertireoidismo é incriminado como causa de hipercalcemia, mas que somente é presenciada em 2-5% dos pacientes com tireotoxicose. Nesses indivíduos, tem sido aventada a coexistência de hiperparatireoidismo primário, de forma que a hipercalcemia poderia ser gerada por uma resposta da ação incontrolada do paratormônio sobre o osso. De toda forma, é importante investigar as paratireóides de pacientes hipertireóideos que apresentem hipercalcemia (99).

Relação entre Tireóide e Gônadas na Gênese da Osteoporose

A inter-relação entre os hormônios tireoidianos e os sexuais e o metabolismo ósseo já foi estudada no hipertireoidismo. Vários são os relatos de que o hipertireoidismo quando associado à menopausa aumenta o risco para a osteoporose, pois potencializa a diminuição da massa óssea desencadeada pela deficiência dos esteróides sexuais (95,100-103). Foi comprovado, no entanto, que a tiroxina, quando administrada em pequenas doses ou por curto período, reverte a osteporose de ratas castradas, mas quando administrada em doses elevadas e por longo período intensifica a osteopenia (103) ou a torna mais extensa. Isso reafirma que o hipertireoidismo é fator de risco para a indução ou o agravamento da osteopenia da castração, pelo menos em algum momento da associação (47). A despeito do aumento da reabsorção óssea, os níveis plasmáticos de fósforo mantêm-se elevados, os de cálcio, reduzidos e as paratireóides apresentam hipertrofia das células principais, demonstrando que osso e os rins provavelmente não estejam respondendo ao comando do PTH para manter a homeostasia mineral. Seriam os tecidos de animais hipertireóideos castrados resistentes ao PTH? (36). É uma questão ainda não respondida.

Hipotireoidismo e afuncionalidade das gônadas é uma associação freqüente na mulher (104,105), mas a hipofunção da tireóide não é considerada fator de risco para a osteoporose da menopausa. Se o hipotireoidismo reduz a aposição óssea e causa osteoporose em indivíduos com gônadas funcionais (69,74), seria esperado que a associação hipotireoidismo-hipogonadismo acelerasse a redução da massa óssea, pelo sinergismo entre eles. Na pele e nos órgãos linfóides nem sempre os efeitos da ação isolada da deficiência dos hormônios sexuais ou tireoidianos se somam na associação (106,107). Entretanto, a resposta do osso à deficiência conjunta desses hormônios é pouco estudada. Recentemente, foi demonstrado que ratas hipotireóideas e castradas apresentam osteopenia intensa e extensa semelhante à osteopenia de ratas hipotireóideas com gônadas funcionais, e que em ambos os casos a redução da aposição óssea foi decorrente da hipoplasia e hipotrofia osteoblástica. No entanto, apesar de ter sido observada necrose dos ossos de maior metabolismo somente na associação hipotireoidismo-castração, a osteopenia não se agravou até os 120 dias de tratamento, em comparação à das ratas hipotireóideas não castadas. Postula-se que isso se deva ao fato da castração ter desacelerado o descenso da concentração plasmática de T4 livre (108) e minimizado a redução da celularidade da medula óssea induzidos pelo hipotireoidismo. Mas, é provável que, se a associação hipotireoidismo-castração se mantivesse por tempo mais prolongado, a osteoporose se agravasse (89).

CONCLUSÃO

Os mecanismos moleculares envolvidos na osteopenia decorrente da deficiência dos esteróides sexuais femininos têm sido bem estudados. Já nas disfunções tireoidianas, embora se conheça bem seus efeitos clínico e bioquímico no metabolismo ósseo e mineral, a ação molecular dos hormônios da tireóide sobre as células ósseas ainda é pouco estudada. Sabe-se que os hormônios tireoidianos direta ou indiretamente aceleram o turnover ósseo, encurtando o ciclo de remodelação, mas os mecanismos ainda não foram totalmente elucidados. Como os hormônios da tireóide regulam o metabolismo geral, tem sido difícil definir se as alterações ósseas nas disfunções tireoidianas são primárias ou secundárias.

O hipertireoidismo, por ser considerado fator de risco de osteoporose para a mulher, tem despertado grande interesse no estudo do efeito de T3 e T4 sobre o metabolismo ósseo, mas pesquisas em ratas indicam que o hipotireoidismo também deve ser incriminado como fator de risco para a osteoporose. Assim como a maior parte das respostas que se tem são em animais de laboratório, o efeito da associação das disfunções tireoidianas com a afuncionalidade das gônadas merece mais atenção e estudo na mulher.

Recebido em 20/08/02

Revisado em 23/01/03 e 28/05/03

Aceito em 30/05/03

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  • Endereço para correspondência
    Rogéria Serakides
    Setor de Patologia, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias da UFMG
    Av. Pres. Antônio Carlos 6.627
    Caixa Postal 567
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Jul 2003
    • Data do Fascículo
      Jun 2003

    Histórico

    • Revisado
      28 Maio 2003
    • Recebido
      20 Ago 2002
    • Aceito
      30 Maio 2003
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