Acessibilidade / Reportar erro

Evolução neurológica e eletrencefalográfica em crianças após meningencefalites purulentas

Neurological and electroencephalographic prospective study in children with bacterial meningitis

Resumos

Foram estudadas 20 crianças internadas com meningencefalite purulenta no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, entre os anos de 1963 e 1967, as quais foram ulteriormente submetidas a estudo prospectivo clínico neurológico, eletrencefalográfico, determinação do quociente de desenvolvimento (teste de Gesell) e do Q.I. (teste de Raven). A duração do seguimento variou de 6 meses a 3 anos, conforme o caso. O quociente de desenvolvimento de crianças que tiveram meningencefalites até os 2 anos e meio de idade foi significativamente menor que o de crianças controles do mesmo grupo etário e classe social. Não existe correlação entre o Q.D. dessas crianças com os níveis de proteína do LCR ou com o tempo de normalização do LCR. Entretanto, salientamos a possibilidade de se concluir pela correlação entre o Q.D. e a idade em que ocorreu a doença quando maior número de pacientes forem estudados. Não existe diferença entre os Q.I. de crianças que tiveram meningencefalites após os 4 anos de idade e os de crianças controles, também selecionadas por grupo etário e classe social.


Twenty children with meningitis diagnosed in the Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto between 1963 and 1967 were available for prospective study; each was submited to neurological and electroencephalographyc examination, D.Q. (Gesell) and I.Q. (Raven) tests. Patients were followed from 6 months to 3 years after the acute phase of the disease. There is statistically significant difference between the D.Q. of post-meningitic children and the D.Q. of non meningitic controls of same social class and ages, when the onset of illness was before 30 months of age. No statistically significant correlation was found between the D.Q. and the patient's lenght of hospitalization or the first cerebrospinal fluid protein level. There is a possibility that significant correlation betwenn the D.Q. and age at onset of illness may be observed by studying a larger number of patients. No statistically significant difference was found between the l.Q. of postmeningitic children and controls when the onset of illness was after age 4.


Evolução neurológica e eletrencefalográfica em crianças após meningencefalites purulentas

Neurological and electroencephalographic prospective study in children with bacterial meningitis

Terezinha Braga MontelliI; Maria Valeriana Moura RibeiroII; Rubens Moura RibeiroII; Mário Carneiro Leão RibeiroIII

IDepartamento de Neurologia e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu

IIDepartamento de Neuropsiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

IIIDepartamento de Estatística da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu

RESUMO

Foram estudadas 20 crianças internadas com meningencefalite purulenta no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, entre os anos de 1963 e 1967, as quais foram ulteriormente submetidas a estudo prospectivo clínico neurológico, eletrencefalográfico, determinação do quociente de desenvolvimento (teste de Gesell) e do Q.I. (teste de Raven). A duração do seguimento variou de 6 meses a 3 anos, conforme o caso. O quociente de desenvolvimento de crianças que tiveram meningencefalites até os 2 anos e meio de idade foi significativamente menor que o de crianças controles do mesmo grupo etário e classe social.

Não existe correlação entre o Q.D. dessas crianças com os níveis de proteína do LCR ou com o tempo de normalização do LCR. Entretanto, salientamos a possibilidade de se concluir pela correlação entre o Q.D. e a idade em que ocorreu a doença quando maior número de pacientes forem estudados.

Não existe diferença entre os Q.I. de crianças que tiveram meningencefalites após os 4 anos de idade e os de crianças controles, também selecionadas por grupo etário e classe social.

SUMMARY

Twenty children with meningitis diagnosed in the Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto between 1963 and 1967 were available for prospective study; each was submited to neurological and electroencephalographyc examination, D.Q. (Gesell) and I.Q. (Raven) tests. Patients were followed from 6 months to 3 years after the acute phase of the disease.

There is statistically significant difference between the D.Q. of post-meningitic children and the D.Q. of non meningitic controls of same social class and ages, when the onset of illness was before 30 months of age.

No statistically significant correlation was found between the D.Q. and the patient's lenght of hospitalization or the first cerebrospinal fluid protein level. There is a possibility that significant correlation betwenn the D.Q. and age at onset of illness may be observed by studying a larger number of patients.

No statistically significant difference was found between the l.Q. of postmeningitic children and controls when the onset of illness was after age 4.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Departamento de Neurologia e Psiquiatria — Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas — 186000 Botucatu, SP — Brasil.

  • 1. DODGE, P.R. & SWARTZ, M. N. Bacterial meningitis: a review of selected aspects. New Eng. J. Med. 272:1003, 1965.
  • 2. FITZHARDINGE, P. M.; KAZEMI, M.; RAMSAY, M. & STERN, L. Long-term sequelae of neonatal meningitis. Develop. Med. Child. Neurol. 16:3, 1974.
  • 3. LEFÈVRE, A. B.; ALMEIDA. I. J. M.; SANTOS, I.; ELKIS, L. C; PAZINATO Jr., M.; PAREDES NETOS, M. A.; PINTO, M. C. B.; VALENTE, M. I.; GUIMARÃES, M. L. P.; GROSSMAN, R. M.; DEL PORTO, R.; GAZAL, S.; CYPEL, & GOES, S. L. Estudo clínico de 78 casos de meningite meningocócica em crianças. Rev. Bras. Def. Mental 10:109, 1975.
  • 4. McCRAKEN Jr., G. H. The rate of bacteriologic response to antimicrobial therapy in neonatal meningitis. Amer. J. Dis. Child. 123:547, 1972.
  • 5. McDONALD, R. Purulent meningitis in newborn babies: observations and comments based on a series of 82 patients. Clin. Pediatr. 11:450, 1972.
  • 6. MOURA RIBEIRO. M. V. L. Meningencefalites purulentas em crianças: estudo clínico e eletrencefalográfico evolutivo. Tese. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 1971.
  • 7. SELL, S. H. W.; WEBB, W. W.; PATE, J. E. & DOYNE, E. O. Psychological sequelae to bacterial meningitis: two controlled studies. Pediatrics 49:212. 1972

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Ago 2012
  • Data do Fascículo
    Mar 1978
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.arquivos@abneuro.org