Acessibilidade / Reportar erro

Aspectos sociais da mortalidade precoce (15 a 59 anos) por doenças cerebrovasculares

Social aspects of premature mortality (15 to 59 years) by cerebrovascular diseases

Resumos

Com base nas estatísticas oficiais de mortalidade para o Brasil, 1985, foram calculados os anos produtivos de vida perdidos por mortes precoces (15-59 anos) por doenças cerebrovasculars (DCV). Os cálculos foram efetuados para as 5 macro-regiões do país - Norte (N), Nordeste (NE), Sudeste (SE), Sul (S) e Centro-Oeste (C-O) - e para as Capitais: Belém, Salvador, São Paulo, Porto Alegre e Brasília. Os homens perderam 158.194 anos de vida produtiva e as mulheres 128.905. As médias de anos produtivos perdidos/pessoa variaram: para os homens de 11,5 (S) a 13,4 (C-O) e para as mulheres de 12,9 (N) a 14,1 (C-O). As proporções de anos produtivos de vida perdidos foram maiores para as mulheres em todas as regiões. Nas Capitais, as médias de anos perdidos foram semelhantes às das respectivas regiões de inserção porém, para Salvador, houve aumento para ambos os sexos, em relação ao NE. Discutiram-se os custos sociais com pensões pagas prematuramente por mortes precoces por DCV entre 15-59 anos e estimou-se uma possível redução de 200.000 anos do total de anos perdidos, caso a hipertensão arterial na população fosse tratada.


The loss of productive years for premature death (15-59 years) due to cerebrovascular diseases (CVD) was estimated on the basis of official mortality statistics for Brasil, 1985. Estimations were made for the 5 macro-regions of the country - North, Northeast, Southeast, South and Midwest, as well as for selected capital cities located in each of the regions, respectively: Belém, Salvador, São Paulo, Porto Alegre and Brasilia. Men lost 158,194 years of productive life while the loss for women was 128,905 years. The average of years lost/person varied between 11.5 (South) and 13.4 (Midwest) for males and between 12.9 (North) and 14.1 (Midwest) for females. The proportions of productive years lost were greater for women in all five regions. In the capital cities, the average loss of years were similar to the respective macro-regions, although for Salvador there was an increase for both genders as compared to the Northeast. The social costs of such premature deaths is then discussed, estimating a potential reduction of 200,000 years from the total losses, in case of treatment and control of high blood pressure in the Brazilian population.


Aspectos sociais da mortalidade precoce (15 a 59 anos) por doenças cerebrovasculares

Social aspects of premature mortality (15 to 59 years) by cerebrovascular diseases.

Ines Lessa

Professor Adjunto, Mestre em Saúde Comunitária, Doutor em Medicina, Pesquisador do CNPq - Departamento de Medicina Preventiva, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

RESUMO

Com base nas estatísticas oficiais de mortalidade para o Brasil, 1985, foram calculados os anos produtivos de vida perdidos por mortes precoces (15-59 anos) por doenças cerebrovasculars (DCV). Os cálculos foram efetuados para as 5 macro-regiões do país - Norte (N), Nordeste (NE), Sudeste (SE), Sul (S) e Centro-Oeste (C-O) - e para as Capitais: Belém, Salvador, São Paulo, Porto Alegre e Brasília. Os homens perderam 158.194 anos de vida produtiva e as mulheres 128.905. As médias de anos produtivos perdidos/pessoa variaram: para os homens de 11,5 (S) a 13,4 (C-O) e para as mulheres de 12,9 (N) a 14,1 (C-O). As proporções de anos produtivos de vida perdidos foram maiores para as mulheres em todas as regiões. Nas Capitais, as médias de anos perdidos foram semelhantes às das respectivas regiões de inserção porém, para Salvador, houve aumento para ambos os sexos, em relação ao NE. Discutiram-se os custos sociais com pensões pagas prematuramente por mortes precoces por DCV entre 15-59 anos e estimou-se uma possível redução de 200.000 anos do total de anos perdidos, caso a hipertensão arterial na população fosse tratada.

SUMMARY

The loss of productive years for premature death (15-59 years) due to cerebrovascular diseases (CVD) was estimated on the basis of official mortality statistics for Brasil, 1985. Estimations were made for the 5 macro-regions of the country - North, Northeast, Southeast, South and Midwest, as well as for selected capital cities located in each of the regions, respectively: Belém, Salvador, São Paulo, Porto Alegre and Brasilia. Men lost 158,194 years of productive life while the loss for women was 128,905 years. The average of years lost/person varied between 11.5 (South) and 13.4 (Midwest) for males and between 12.9 (North) and 14.1 (Midwest) for females. The proportions of productive years lost were greater for women in all five regions. In the capital cities, the average loss of years were similar to the respective macro-regions, although for Salvador there was an increase for both genders as compared to the Northeast. The social costs of such premature deaths is then discussed, estimating a potential reduction of 200,000 years from the total losses, in case of treatment and control of high blood pressure in the Brazilian population.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Dra. Ines Lessa - Departamento de Medicina Preventiva FAMED (Anexo II), UFBA -Rua Padre Feijó 29. 4º andar - 401040 Salvador BA - Brasil.

  • 1. Brasil, Secretaria do Planejamento da Presidência da República - Fundação IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, 1985. Rio de Janeiro, 1986.
  • 2. Hatano S - Experience from a multicentric stroke register: a preliminary report. Bull World Health Organ 54:541, 1976.
  • 3. INPS - Estatísticas de benefícios: série histórica. DATAPKEV, Rio de Janeiro, 1987 (mimeo). Apud Possas C: Epidemiologia e Sociedade. Hucitec, São Paulo, 1989.
  • 4. Lessa I - Hipertensão arterial e acidente vascular encefálico em Salvador. Rev Assos Med Bras 31:232, 1985.
  • 5. Lessa I - As doenças cerebrovasculars e as isquêmicas do coração como causas de morte no Brasil (ene publ).
  • 6. Lessa I - Anos produtivos de vida perdidos por mortes precoces por doenças do aparelho circulatório (ene publ).
  • 7. Lessa I, Bastos ACG - Epidemiologia dos acidentes vasculares encefálicos em Salvador, Brasil. Boi Ofic Sanit Panam 96:404, 1984.
  • 8. Lolio CA, Laurenti R - Tendência da mortalidade por doenças cerebrosvasculares em adultos maiores de 20 anos de idade no município de São Paulo (Brasil 1950 a 1981. Rev Saúde Publ (São Paulo), 20:343, 1986.
  • 9. Löwenhielm BN - Epidemiology of stroke in Lund-Orup, Sweden, 1983-1985: incidence of first stroke age-related changes in subtypes. Acta Med Scand 78:408, 1988.
  • 10. Ministério da Saúde - Estatísticas de Mortalidade - Brasil, 1984. Brasília, Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 1988.
  • 11. Ministério da Saúde - Estatísticas de Mortalidade - Brasil, 1985. Brasília, Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 1988.
  • 12. Romeder JM, McWhinnie JR - Potential years of life lost between 1 and 70: an indicator of premature mortality for health planning. Int J Epid 6:143, 1977.
  • 13 Wing S, Casper M, Davis WB, Pellom A, Riggan N - Stroke mortality maps, United States whites aged 35-74 years, 1962-1982. Stroke 19:1507, 1988.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Maio 2011
  • Data do Fascículo
    Set 1990
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.arquivos@abneuro.org