Adaptações de plantas da mesma espécie aos diferentes habitats, constituem a base da diferenciação entre folhas a pleno sol e folhas sob sombra e estão associadas a características anatômicas distintas. Para caracterizar tais mudanças em cafeeiros cultivados sob sombra de guandu (Cajanus cajan) e a pleno sol, em Londrina, PR, foram realizadas avaliações de modificações ocorridas na anatomia foliar. As estruturas internas avaliadas foram: parede celular e cutícula; epiderme; mesofilo (parênquima paliçádico, parênquima lacunoso e espaços intercelulares) e estômatos. Para todas as variáveis avaliadas observaram-se diferenças anatômicas entre folhas expostas ao sol e à sombra. As folhas expostas ao sol apresentaram cutículas e paredes celulares mais espessas, células da epiderme mais estreitas, parênquima paliçádico com células mais alongadas, parênquima lacunoso espesso e com poucos espaços intercelulares e maior número de estômatos. Folhas sob condições de denso sombreamento apresentam menor espessamento da cutícula e da parede celular; mesofilos com menores volumes, porém com maiores espaços intercelulares; epidermes com células mais espessas e estômatos em menor quantidade, envoltos por células subsidiárias de menores dimensões. Plantas cultivadas a pleno sol apresentam maiores taxas fotossintéticas. Assim, Coffea arabica caracteriza-se como uma espécie com grande amplitude de adaptação fenotípica às mudanças na intensidade de radiação solar.
